Bi Sagen 11/09/2021Ler C. S. Lewis sempre é uma baita experiênciaQuando fui ler O grande divórcio não sabia muito sobre a história, e foi uma grata surpresa.
Essa é uma fantasia, que lembra "Nárnia" com suas conclusões morais bem claras e "Até que tenhamos rostos" por uma forma menos lúdica de contar (ainda que muito fantasiosa). Se você leu "Os quatro amores" conseguirá fazer algumas relações com a história.
A premissa é de que é necessário um divórcio entre o bem e o mal, não há como conciliá-los, e uma escolha implica automaticamente na exclusão do outro.
Um ônibus possibilita que algumas pessoas que estão no "inferno" (o termo será debatido dentro do livro) possam ir para o Paraíso. E lá, elas escolheriam se permanecem ali ou voltam, mas isso confrontaria diretamente seus pecados.
O narrador observa dez pessoas diferentes e como elas reagiriam a esse embate: o homem que achava que merecia muito mais do que recebeu, o estudioso que é incrédulo ainda que tenha provas, a mulher autocentrada que não consegue se expor, e assim por diante.
Cada pessoa que for ler o livro provavelmente se sentirá mais impactada por uma situação diferente, ainda que todas elas sejam ótimas. Pra mim, o destaque vai para o homem que precisa cortar um lagarto que é parte de si, e que precisa se decidir e lidar com a dor daquilo.
O foco de tudo é que não podemos confiar nossas vidas a nossos sentimentos, porque eles são enganosos. E a partir do momento que seguimos o Reino passamos a enxergar tudo de modo diferente.