Eu, Tituba

Eu, Tituba Maryse Condé




Resenhas -


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Tina Lilian Azevedo 16/03/2024

Importante luz sobre o obscurantismo
"O texto conclama a leitura, quer pela curiosidade pelo desfecho da história, quer pela compreensão lenta de que a ?bruxaria? de Tituba, nada mais é do que uma sabedoria construída em outros espaços culturais. Modos diferenciados de relações com a morte, com os mortos e com as forças ancestrais."
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Tatu 30/06/2021

Nunca levei um soco no estômago, mas ouso dizer que esse livro foi isso, um soco no estômago. Tituba, personagem principal, que dá nome ao livro, sofre todo tipo de atrocidades: tem sua religião contesta e é julgada como bruxa. Tem seu valor diminuído por conta da cor de sua pele. Seu nome poderia ser sinônimo de sofrimento.
História de uma sociedade adoecida, que usa a religião pra fazer o mal.
Mariana.Schmall 01/07/2021minha estante
Coloquei na minha estante. Quero ler também. Parece ser realmente muito bom! Obrigada pela dica!




Vanessa2056 08/08/2022

Impactante e real
Precisei de um tempo pra assimilar as emoções que essa leitura me trouxe.

Tituba é uma personagem real da nossa história. Foi uma das primeiras mulheres em Salém a serem condenadas como bruxas: Tituba por ser negra e mais duas mulheres brancas, uma por ser mendiga e a outra por dormir com vários homens. Características que os cristãos da época acreditavam serem sinais de pacto com o "satanás".
A historiografia apagou Tituba, por isso não há nenhum relatório verídico sobre como ela viveu após se livrar da condenação, apenas hipóteses, e nesse livro a Maryse teve um cuidado especial de criar ela própria um final para a Tituba.
A escrita é poética, mas nem assim reduz a sensação de inquietude que sentimos ao ler. Tituba nasceu fruto de uma violência, cresceu e viu o que os escravizados sofriam, inclusive os seus pais. Ela foi escravizada, torturada, humilhada, abandonada, usada, desacreditada por ter uma fé diferente e foi obrigada a aceitar uma religião que não fazia o menor sentido pra ela.
Acredito que o ponto mais impactante dessa história é o fanatismo religioso e o quanto ele afetou e destruiu a vida de muitos que só desejavam viver em paz.

Indico pesquisar sobre a história real da Tituba após a leitura
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Mariimagno 25/02/2024

Tituba tudo pode. Tituba tudo sabe. Tituba tudo vê.
Tituba ficou conhecida como a bruxa negra de Salem. O livro tem um grande potencial, Tituba é sem dúvida uma referência de mulher preta forte, determinada e extremamente sensitiva.

Ainda que o início eu não tivesse a entendido muito bem em relação ao primeiro romance dela e a necessidade que ela buscava em aprovação desse ?boy?. Entendi que na verdade Tituba procurava nos homens uma acolhimento, mínimo que fosse. Uma aceitação que talvez ela só tenha sentido com o pai, mas que o perdeu muito cedo.

Mas todas a suas ações e impulsos bons ou não decorrem do fato de Tituba estranhar essa hierarquia de poder. Tituba passou tanto tempo vivendo ?livremente? que seu primeiro com o mundo foi revoltante. Aceitar que uma mulher velha a humilhe por ser branca era muito e quem pode culpá-la?
Entender a ótica da escravidão sendo uma mulher negra ?não escravizada? é muito pior. Ter se colocado, se é que é possível, já que a única forma de ?fugir? do predomínio branco fosse o isolamento e ninguém escolher o isolamento por vontade.

Isolar-se nunca será uma escolha. Como não foi para Tituba, como sair desse isolamento também foi uma necessidade e não só por buscar homens. Mas para si mesma.

Não posso negar que ler certas coisas me deu angústia, o fato que a percepção de bruxa estava atrelada ao sacrifício de animais, mesmo que entendo conscientemente que aquilo é uma expressão social da época. E Tituba sacrificar galinhas e bodes para uma determinada finalidade não é diferente de fazer uma matança para cozinhar e desperdiçar. Enfim, a hipocrisia branca. E me coloco nesse meio. Ainda assim foi de difícil separar as coisas.

Tituba era bruxa? E quem não era? Ter fé, exercer seu sagrado - qual for - não é mexer com o invisível? Benzer a água e jogar numa pessoa doente não é tão bruxaria quanto um chá preparado por uma mulher? Proferir salmos aos gritos para tirar ?demônio? de um corpo infantil não é tão bruxaria quando cantar para a proteção da sua casa, da sua gente?

A bruxa que esteve ali curando, ajudando e auxiliando brancos era boa, até não ser mais. Até hoje é assim. As pessoas que no off vão atrás de ?alguém? para fazer feitiço são as mesmas que gritam nos palanques aos quatro cantos sobre como quem está com demônios.

A gente enxerga o demônio em todo mundo, menos na gente. E talvez seja onde ele mais está ?

O final foi meio confuso para mim. Muitos personagens novos rápido demais. Mas não deixa de ser uma ótima leitura.

As últimas páginas sobre a Tituba verdadeira me deixou bem curiosa.
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Rose.Hirasike 12/03/2021

Mulher, negra, escravizada e acusada de bruxaria !!!
Uma narrativa ficcional, inspirada na história real de Tituba, uma mulher escravizada de Salem, Massachussets-EUA. Suas práticas religiosas e de curandeirismo e sua força e fibra causam estranheza na sociedade em que viveu. A autora nos presenteia com uma narrativa forte, a qual embora romantizada nos traz algo palpável da História. Todos os "cortes" que podem ser feitos na carne de uma mulher, em sentido figurado, sentiremos sangrar nesta leitura. Uma excelente experiência literária sobre marcadores de diferença pela escritura já muito premiada de Maryse Condé.
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Karine.Campos 14/06/2021

Só leiam!
"Eu sabia, eu estava condenada à vida!"

Eu acabei de concluir a história de Tituba estou emocionada, rasgada, reflexiva, mexida...

Quando o Projeto Lendo Autoras Negras propôs a leitura dessa obra eu não imaginava que iria conhecer uma parte tão sombria da história e muito menos que o livro apesar de ficcional usa parte da história verdadeira de Tituba, uma mulher negra que foi uma das primeiras a serem julgadas por bruxaria em Salém.

A forma que Maryse Condé mistura o real ficcional é brilhante e nos faz refletir sobre muitas coisas que eu não consigo traduzir em palavras...

...O que falar sobre de Tituba e sua história? Simplesmente leia!
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Marcia 13/05/2022

ruxas! Ahh as bruxas... Meu Deus, quantas mulheres foram perseguidas, queimadas e enforcadas por serem rotuladas como bruxas. E quem eram ou quem são essas mulheres? Nesses últimos dias viajei para a comunidade Salem, Massachusetts, EUA, do século XVII e fui conhecer a historia de Tituba, uma escrava que foi rotulada como bruxa, perseguida, maltratada e condenada a forca em Salem.
Viajei atraves do livro "Eu, Tituba: Bruxa Negra de Salem" escrito pela escritora caribenha Maryse Condé. Esse livro foi publicado em 1986, é ficção mas baseado na historia real de Tituba e aos julgamentos feitos as mulheres rotuladas como bruxas em Salem.
Um llivro intenso, forte e maravilhoso em sua escrita que nos envolve e nos emociona desde o começo. Ele é narrado pela Tituba que nos conta toda sua historia, desde seu nascimento, sua vida como reclusa e depois como escrava e todo sofrimento e perseguiçoes por ser negra, escrava e rotulada como bruxa.
Mulheres que tinham conhecimentos das ervas, faziam chás, poções, unguentos que muitas vezes curavam doenças, amenizavam dores, acalmavam.. enfim conhecimentos da natureza que ajudavam. Muitas dessas mulheres foram rotuladas como bruxas e queimadas ou enforcadas.
Vejam o começo do livro como é forte quando Tituba nos começa contando: "Abena, minha mãe, foi violentada por um marinheiro inglês no convés do Christ the King, num dia de 16**, quando o navio zarpava para Barbados. Dessa agressão nasci. Desse ato de agressão e desprezo.”
E assim como a mãe de Tituba e a Tituba, muitas outras negras sofreram, foram maltratadas, escravizadas e muitas assassinadas.
Um livro que recomendo leitura. Aprendi muito e agradeço a escritora por dar voz a Tituba e nos ensinar tanto.
Sinopse da editora: Livro premiado de uma das mais importantes escritoras negras da atualidade, vencedora do New Academy Prize 2018 (Prêmio Nobel Alternativo)
Tituba, mulher negra, nascida em Barbados, no século XVII, renasce, três séculos depois. Torna-se outra vez real, pelas mãos da premiada escritora Maryse Condé, vencedora do New Academy Prize 2018 (Prêmio Nobel Alternativo).
No início do livro, Maryse Condé anota: “Tituba e eu vivemos uma estreita intimidade durante um ano. Foi no correr de nossas intermináveis conversas que ela me disse essas coisas que ainda não havia confiado a ninguém.” Da mesma forma, quem lê Tituba poderá ouvi-la falar, do invisível, desestabilizando estruturas cristalizadas, mediando novas concepções de identidades e culturas e protegendo as pessoas insurgentes.Aqui, essa personagem fascinante, é retirada do silêncio a que a historiografia lhe destinou. Filha de uma mulher negra escravizada, viveu cedo o terror de ver a mãe assassinada por se defender do estupro de um homem branco e de saber que o pai se matou por causa do mesmo homem branco. Cresceu sob os cuidados de uma mulher que tinha o poder da cura e que a iniciou nos mistérios. Adulta, apaixonou-se por John Indien e abdicou, por ele, da própria liberdade. Uma das primeiras mulheres julgadas por praticar bruxaria nos tribunais de Salem, em 1692, Tituba fora escravizada e levada para a Nova Inglaterra pelo pastor Samuel Parris, que a denunciou. Mesmo protegida pelos espíritos, não pôde escapar das mentiras e acusações da histeria puritana daquela época.
A história de Tituba é a história das mulheres da diáspora e do povo negro. É também a história de todas as pessoas que seguem a própria verdade, em vez de professar a fé do colonizador. É a história dos e das dissidentes e dos seres de alma livre. Por isso é uma história bela e complexa, cujo final, a despeito dos infortúnios, é sempre benfazejo, pois é a história dos que resistem.
“Para saber de Tituba, a bruxa negra de Salem, é preciso acompanhar quem sabe lidar com a alquimia das palavras. Maryse Condé tem as fórmulas, as poções mágicas da escrita.” – Conceição Evaristo
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Ana Carolina C. Crescencio 18/08/2023

Dando voz a uma personagem histórica silenciada
Um dos pontos que mais me marcou nessa leitura é saber que temos uma mulher negra contando a história de outra mulher negra. Essa ligação faz toda a diferença na narrativa, pois a história de Tituba é contata sob uma ótica marcada de profundas conexões.

Maryse Condé propõe um resgate quase lírico, marcado por sensibilidade, da jornada de uma mulher silenciada pela história. Ainda que de forma ficcional, sua obra dá voz à figura da mulher negra e escravizada, condenada por bruxaria pelos tribunais de Salém.

Uma obra muito pesada e densa, mas ainda assim extremamente poética.
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caneta kitsch 25/10/2020

aquele que quer saber por que o mar é tão azul
apesar da tradução se referir à população negra retratada no livro como ?escravizada(o)?, suas notas de rodapé usam a palavra ?escrava(o)?, o que me incomodou um pouco. vale a pena a pesquisa para entender melhor a relação entre os dois termos.
.
porém, Condé nos mostra Tituba para além da escravidão. fala de sexo, afeto, de como a espiritualidade também é uma conexão ancestral. por que em 2020 a história de Tituba continua atual? a resposta é simples: porque o racismo ainda existe. a graduada em Sorbonne e professora da Universidade de Columbia ainda é submetida ao mesmo sistema que a analfabeta barbadiana morta em 1692.

leia a resenha completa no perfil @caneta.kitsch no Instagram
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Naylla.Carlins 09/08/2021

É uma pena pensar que histórias de pessoas negras ficam perdidas no tempo. Eu gostei muito de saber da história de Tituba, que ela não deixou se levar pela maldade dos outros e seguiu seu coração e os invisíveis.
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Larissa 17/03/2022

vou lembrar de agradecer a minha maravilhosa professora por ter indicado esse livro como forma de avaliação.
acho, na verdade tenho certeza, que nunca li algo tão forte. nunca conheci uma personagem que exala fortaleza.
meu Deus, esse livro, essa obra prima, é tão necessária e me fez rever vários pensamentos a respeito de alguns assuntos.
admito que fiquei me perguntando o motivo que levou Tituba, uma mulher tão inteligente, a se apaixonar por homens tão "fracos", vamos assim dizer. mas entendi, que até ela, tem momentos de solidão, creio que tenha sido isso?
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Gabbie 16/05/2023

Pra além de Salem
Não sabia muito sobre o livro e tive uma boa surpresa. Essa ficção histórica retrata de forma muito sensível a experiência de vida dessa figura histórica.

Pra além da caça as bruxas, o livro retrata a infância de uma criança filha de escravos, a fuga e o isolamento de uma mulher negra que foge da escravidão, as formas inusitadas de se tornar um escravo naquele contexto, a viagem entre continentes como escrava, a vivência na "terra da liberdade" sendo uma escrava, o choque entre a religião dos escravizados com a religião de quem os escraviza, etc.

Recomendo muito muito muito, mas aviso que não é um livro fácil de ler por conta de seu conteúdo, que é brutal em vários momentos.
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Maria12029 15/02/2024

Eu, Tituba
Um livro pesado e doloroso. Infelizmente saber que a obra parte de um fato real, que toda aquela crueldade ali vivenciada durou tanto tempo e tanta pessoas inocentes sofreram com isso. Tituba foi acusada por bruxaria mas principalmente por ser uma mulher preta. É forte, cheio de tristes verdades.
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Lin 09/01/2022

Interessante, com conteúdo, crítico e bem escrito
Achei excelente esse livro, não só por usar uma história real e incluir outros aspecto fantasiosos, mas pelo fato de ser um livro que critica vários problemas sociais como racismo, machismo, intolerância religiosa, apagamento das pessoas negras na história, dentre outros, mas de uma forma sutil, velada... leitura super fácil e tranquila. Acho interessante falar desses temas de forma velada, pois acaba atingindo um público que não leria sobre esse assunto.. traz muitas reflexões e uma parte da história não contada, a se ver que, tirando esse livro, nunca antes tinha ouvido falar de Tituba nos filmes que falavam sobre as bruxas de Salem.. Adorei! Não é um livro para se divertir, mas traz muito aprendizado e reflexão.
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Tata Ruiva 31/12/2023

Leitura feita em conjunto, bem fluida, cativante . Uma história maravilhosa !

Aborda temas sensíveis; a escravidão, a trajetória da mulher escrava (e a diferença entre a trajetória do homem escravo), religião como política, preconceito racial, religioso, construção da sociedade, e foi uma ótima oportunidade de conhecer um pouco sobre a religião de matriz africana.
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