Tamara 19/01/2021
Como boa leitora que sou, adoro um livro que traga o ambiente de livrarias, pessoas apaixonadas por livros ou qualquer coisa que se relacione ao tema, e como eu já acompanho a autora Susan Wiggs há anos e já nem tinha mais esperanças de que trouxessem novos livros dela para o Brasil, quando fizeram o anúncio do lançamento de A livraria dos achados e perdidos foi uma enorme alegria e um momento que me gerou muitas expectativas.
Assim, pouco tempo após o lançamento, resolvi que esse romance promissor seria minha próxima leitura e o iniciei, ainda com as expectativas altas. Porém, à medida em que fui evoluindo na leitura, várias coisas se mostraram frustrantes para mim na história e acabei tendo minhas expectativas quebradas e me vi tendo nas mãos mais uma história que prometeu mas não cumpriu, embora eu já soubesse que esse seria um grande clichê, romântico e previsível, o que por sinal costuma me agradar e não foi o ponto que me incomodou de modo algum.
Bom, o livro não é ruim, eu não teria coragem de classificá-lo assim, pois apesar dos pesares ele possui algumas coisas favoráveis e interessantes, que serviram para manter meu interesse em alguns momentos mas que infelizmente não foram suficientes para sustentar toda a história, o que fez com que ela fosse apenas mediana.
O primeiro fato mais frustrante para mim foi a protagonista. Meio sem sal, até chata e em alguns momentos egoísta ela não me conquistou nem no início do livro e nem no decorrer da história, o que por si só já torna uma leitura mais difícil e em nenhum momento consegui senti-la como alguém que poderia ser real como costumo sentir quando gosto muito de um personagem. Além disso, achei a trama, provavelmente por causa dessa minha falta de afeto pela protagonista, bastante sem graça em seu desenvolvimento, embora sua temáticas sejam boas, e em vários momentos sentia que estava lendo algo que possuía uma ótima ideia, mas que foi construído meio sem vontade, o que não me causou aquela empolgação intensa que adoramos sentir durante uma leitura e que costumo sentir até mesmo nos clichês mais básicos e singelos.
Aparentemente, a quantia de motivos que favoreceram o meu desânimo com o livro são pouco numerosos, mas bastante significativos em se tratando dos elementos de uma história, e eles foram suficientes para tornar o livro mediano para mim.
Por outro lado, a escrita de Susan é fluída, embora não tenha sido envolvente como em outras obras dela, e uma livraria por si só sempre é um ambiente gostoso, independente do personagem que está nele. Além disso, gostei muito do protagonista masculino e sua filha, e também amei o avô da protagonista, que para mim foi dono da história toda e deixou meu coração quentinho de várias maneiras, sendo ele um senhor com vários problemas de saúde e com um pouco de demência, e este se mostrou um homem com uma linda história para contar.
E por falar em história, a história dos antepassados da família e até a história da mãe de Natalie, a protagonista principal, uma mulher que faleceu e que dá origem ao início do livro me fascinou, e eu adorava as partes em que ela era lembrada.
Como já ficou perceptível, essa não se tornou a minha leitura favorita embora tenha seus méritos, porém pelo que tenho notado ao ver a opinião de vários leitores diversas pessoas tem gostado e até mesmo favoritado o livro, e por esse motivo e também pelos pontos positivos que apontei, acho que vale a pena dar uma chance para essa história, ao menos para os leitores que buscam e gostam de histórias leves, bonitas e que tratam de recomeços.