Como Perder uma Alice

Como Perder uma Alice Felipe Tazzo




Resenhas - Como Perder uma Alice


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vitoria.ferreira 10/10/2020

Um romance que representa a vida de todo vestibulando sofrido brasileiro
“Deve ser o preço das amizades instantâneas de cursinho. Você não é uma prioridade. As
amigas também estão só de passagem”
Como Perder Uma Alice é um romance do escritor Felipe Tazzo. Assim que eu peguei para ler, eu me identifiquei instantaneamente com a protagonista Alice, que é uma vestibulanda de Medicina com três anos de cursinho no currículo (se bem que no meu caso são quatro, mas Deus no comando hehehe). A obra aborda a vida e as inquietações de uma pessoa que vivencia esse limbo chamado cursinho pré-vestibular, no qual você não é mais um adolescente do ensino médio, mas também não é um adulto de carteirinha. Quando o clima político do Brasil está tumultuado e inúmeros protestos irrompem em Brasília, os estudantes do cursinho de Alice (e a própria Alice também) saem de caravana com destino ao Planalto Central para participar desse momento histórico e ajudar a mudar a conjuntura política do país, assim como a geração dos seus pais derrubou o presidente Collor no movimento dos caras-pintadas. No entanto, essa viagem acabou se tornando para Alice uma verdadeira jornada de autoconhecimento. Eu, que sempre torcia o nariz quando me diziam que autoconhecimento dói, nesse livro eu pude constatar que dói sim. Descobrir que você não sabe definir quem você é dói, e muito. Sentir-se perdido e tentar se encontrar dentro de você dói. E isso fica escancarado para Alice quando sua recém amiga de viagem Raquel (Cara de Maluca para os íntimos) a questiona sobre o fato de que apenas fazer Medicina não define na totalidade uma pessoa, e que está tudo bem ter dúvidas e ficar indecisa. E Alice, com sua mania de querer ter o controle de tudo e de colocar em um script certinho cada passo de sua vida, se dá conta que a vida é imprevisível e que está tudo bem. Ainda mais quando as duas passam por uma série de perrengues na estrada, que incluem ônibus quebrado, cidades desconhecidas, dinheiro contado. É aí que Alice percebe que não é possível controlar tudo, nem saber todas as respostas. O livro tem uma linguagem acessível, o que torna prazerosa a experiência de leitura. Em uma tarde, eu devorei o romance inteiro sem ver a hora passar. Ansiosa para ler as próximas obras desse escritor.
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