Jacqueline 21/06/2021BomBom, confesso que estou bastante dividida em relação a este livro, então vou dividir essa resenha em dois tópicos também para tentar organizar todos os meus pensamentos de forma clara para vocês.
A história principal rodeia em torno de Eva, brasileira de 21 anos cursando jornalismo em uma universidade na Inglaterra e Brandon, residente de Vienna (cidade onde Eva cursa a faculdade), vindo de uma família rica da região e que é conhecido por "pegar geral" e ser inconsequente em suas ações. O caminho dos dois se cruzam de uma forma, digamos, inusitada. Se isso parece uma história enemies to lovers, você está certx, mais ou menos.
*Pontos positivos: Eva Vanguarda é cheio de pontos reflexivos sobre racismo, xenofobia, injúria racial, constituição familiar e relacionamento tóxico (tanto romântico quanto familiar). A leitura trás isso tudo de uma forma que não é possível apenas analisar os comportamentos dos personagens como também faz identificarmos o foco do problema, por exemplo com Brandon e a forma distorcida como extravasa a raiva por ser menosprezado e humilhado pelo pai, odiado pelo irmão e tendo a vida controlada pela mãe, mas que apesar disso tem uma visão sensível e clara de sua arte, transformando-se e refletindo mais após conhecer Eva. Com Eva é quase palpável a forma como ela usa palavras brutas e um comportamento distante para evitar se machucar, mas sem perceber a como tais atitudes dela afetam de forma negativa as outras pessoas. Eva levanta questionamentos maravilhosos e discorre sobre eles de forma magnífica, porém quando se sente ameaçada, muitos usam para defini-la a frase "personalidade forte", mas poderia ser muito bem melhor definido por falta de educação mesmo. Apesar disso, quando Eva deixa o coração de gelo de lado, uma pessoa cheia de sentimentos surge, mostrando que ela também está vulnerável e precisando de ajuda.
Outra coisa que amei foi as recomendações literárias que surgem e a playlist disponível para o livro que ambienta perfeitamente os cenários.
*Pontos negativos: Apesar de, aparentemente, todos estarem falando inglês o tempo todo, a narrativa insiste em colocar diversos pontos em inglês, mesclando as duas línguas de forma um pouco boba. A história de 450 páginas se estende demais em pontos desnecessários e ainda finaliza com tantas lacunas que eu podia jurar que perdi algumas partes pelo caminho, porém, segundo a própria autora, esse é apenas o primeiro livro de outros quatro que virão. Durante todo o tempo aguardei uma explicação ou acontecimento que tenha feito a Dra. Geller agir da forma que agiu, mas isso não aconteceu, deixando a personagem tão frívola e desnecessária quanto possível, me fazendo pensar que era só um personagem que precisava ali para fazer a história movimentar. Eva e Brandon tem um apenas um pequeno pingo de química, mas as atitudes de Brandon apenas me fizeram pensar "é, não dá pra defender", e o final não poderia ter sido mais frustrante.
Enfim, as perguntas que não querem calar: O diabos é uma barba cinco-horas-da-tarde e um olhar 43?
Explicações e nota final no meu insta @floresdenetuno_