Aione 22/12/2020Depois Do Sim é o segundo romance de Taylor Jenkins Reid, originalmente publicado em 2014, ainda que tenha chegado ao Brasil no final de 2020. Suas demais obras, em ordem de lançamento original, são: Forever, Interrupted (2013); Em Outra Vida, Talvez? (2015); Amor(es) Verdadeiro(s) (2016); Os Sete Maridos de Evelyn Hugo (2017); Evidence of the Affair (2018); e Daisy Jones & The Six (2019). Seu próximo romance, Malibu Rising, será publicado em 2021.
Após onze anos de relacionamento, dos quais estiveram casados por seis, Lauren e Ryan chegam à conclusão de que não se amam mais. Assolados por ressentimentos e pela impossibilidade de conviverem, decidem passar um ano separados, sem contato algum com o outro, a fim de descobrirem se a relação entre eles ainda é possível.
Taylor Jenkins Reid é minha atual escritora favorita e cada novo contato com um trabalho seu reforça essa afirmação. Peguei Depois Do Sim em uma tarde de sábado, desejando degustar a leitura, e só consegui parar ao virar a última página, no final da noite. Assim como nas demais obras da autora, fui tragada desde as primeiras páginas tanto pela agilidade narrativa, que entrega os principais acontecimentos de maneira direta, reconstruindo os anos do casal até o momento da separação, sem perder a capacidade de envolvimento emocional.
Por ser narrado em primeira pessoa, temos contato direto com os pensamentos e angústias de Lauren. Assim, muitas passagens na história são dolorosas, especialmente no que se refere à incompreensão dos próprios sentimentos e ao vazio deixado pela separação. E mesmo com o sofrimento narrado, há também leveza, sobretudo pela rede de apoio de Lauren formada por sua família e amigos. Sua relação familiar, aliás, é um ponto importante na história, já que as diferentes figuras representam, também, diferentes perspectivas sobre relacionamentos e sobre ambições de vida.
O que mais me encanta nos livros de Taylor Jenkins Reid é a sua maneira de construir personagens reais. Há sensibilidade em suas construções, com nuances emocionais que as humanizam, e em Depois Do Sim isso não é diferente. Além de Lauren e Ryan estarem sujeitos a erros e acertos, o romance demonstra com clareza como não há apenas uma maneira correta de se relacionar, de se construir uma família, de se amar. Isso é importante em especial no que se refere às decisões das mulheres da história. Lauren, sua mãe, irmã e avó têm vivências diferentes, com escolhas e anseios diferentes, o que quebra o conceito ultrapassado de como mulheres devem ser ou sentir, temática essa comum às obras de Reid.
Depois Do Sim me proporcionou aquele tipo de leitura que me faz esquecer do mundo ao meu redor, e isso por si só já seria o bastante para colocá-lo no meu hall de queridinhos do ano. Indo além, me despertou diferentes emoções e reflexões, sendo capaz de apertar meu coração em dor apenas para, também, proporcionar alívio e acalento. No melhor estilo Taylor Jenkins Reid de ser, a autora nos lembra de como a vida pode ser injusta — o que dá ao romance seu típico tom melancólico — sem perder a doçura de nos mostrar que, de uma forma ou de outra, tudo pode se ajeitar.
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