O oriente ao lado

O oriente ao lado Flavia Iriarte




Resenhas - O oriente ao lado


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Wlange 10/11/2020

O oriente ao lado
Duas estudantes de cinema partem em uma viagem para o sudeste asiático. Alice, cansada da vida burguesa, quer conhecer de perto outras culturas e se encontrar. Bárbara aceita o convite para ir junto, animada com a oportunidade de viajar com tudo pago. Só que, além da diferença de expectativa das amigas sobre o passeio, acontecem muitos outros problemas que vão além do controle delas.

A leitura é muito fluida e a dinâmica entre as personagens principais é otima. A gente vê suas características e preocupações pelo jeito como reagem aos problemas que vão aparecendo e pela narração, que ora acompanha o ponto de vista de uma, ora de outra, numa alternância sutil. O tom da história fica muito bem pontuado: toda hora tive a sensação de que ia acontecer alguma tragédia. E o final faz jus a essa tensão que vai se construindo desde o início da viagem.
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Lorena.Saraiva 10/12/2020

Espere tudo e não espere nada
Este livro é como um aniversário de criança: simples, divertido e despretensioso, mas que ao mesmo tempo traz aquela inquietação para saber o que irá sair do balão depois que ele for estourado.
A obra começa de uma forma totalmente comedida, trazendo vagarosamente a personalidade de seus personagens. O narrador brilha, se intromete, se acha. Parece um amigo seu te contando uma história e emitindo as próprias opiniões sobre ela. Depois ele se recolhe devagarzinho, como o sol que sai de fininho para deixar a noite brilhar.
E que noite! É uma daquelas que te deixa energizado e ansioso. É como andar em ovos, você fica o tempo inteiro achando que alguma merda muito grande vai acontecer. Desconfia-se do narrador, dos personagens e até de você mesma. Só que ao final de tudo, em uma linha, a autora mostra de uma forma sagaz que é possível fechar uma trama inteira em apenas uma frase.
Sutileza e elegância traduz a escrita. O livro tem a fluidez de um riacho que corre natural pelas pedras, assim como os personagens, que são cheios de camadas e deficiências internas, tais quais são postas em jogo ao longo da trama, de forma tão natural quanto é a percepção deles sobre essas mesmas fraquezas. São tão reais, que eu poderia encontrar qualquer um deles por aí, em uma viagem qualquer, conversando e vivendo a vida de um ser humano normal, com qualidades e falhas.
Por fim, trata-se de uma viagem de duas amigas para o Camboja e Tailândia. O leitor vai de trem com elas, observando tudo, imerso, penetrado na cena. Ele sente a agonia delas, o medo, sente tudo o que elas sentem quando tudo conspira para dar errado. Sente também a alegria, a empolgação de estar descobrindo um mundo novo, tudo isso unido a uma injeção de energia que cada página traz ao se revelar.
O livro não é cinco estrelas, não achei perfeito. Mas também não irei dizer a razão, leia e descubra a sua opinião.
Eu devorei o livro e o final foi um soco no estômago e várias palavras boiando na minha cabeça.

site: @autoralorena
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Eulina.Cavalcanti 02/04/2021

Duas amigas e colegas partem para o sudeste asiático e lá vivem grandes emoções apesar de uma certa diferença entre elas.
O final é surpreendentemente inesperado.
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luizhenrique.dourado.1 13/11/2020

Viaje junto para o Oriente
O Oriente ao lado solta a pista logo no título da questão que pretende enfrentar no romance. Quanto é possível enxergar além da nossa bolha de cultura e de ideologias (inclusive aquelas que fabricamos para nos sentirmos melhores ou superiores moralmente)? Quando a nossa bolha estoura, o que sobra? Existe a tal da humanidade intrínseca da espécie? O Oriente está ao lado, qualquer lado, dividindo o planeta conosco, ocidentais, ao custo de uma passagem de avião, com uma filosofia de vida, valores, passados e perspectivas completamente diferentes dos nossos. É possível realizar uma imersão consumindo o que há de belo e guardando as mazelas apenas como bagagem cultural? Alice, a protagonista do romance, entediada de sua vida de conforto na zona sul do Rio de Janeiro e das discussões sobre política nos diretórios da faculdade de cinema, acredita que sim. Ela pinta a ideia da viagem que surge numa propaganda em rede social como o chamado espiritual e convida a amiga Bárbara com tudo pago para acompanhá-la. Contudo, a bolha de Bárbara é outra, menos colorida, de família pobre, suas demandas são de autoafirmação, do próprio corpo, a aparência, Bárbara não precisa olhar para o outro, Bárbara precisa primeiro ser vista. E é imergindo completamente na viagem com as duas (o leitor como um terceiro turista), no duelo entre realidade e expectativas de ambas é que conhecemos o que as une e o que as separa. Para quem já visitou a Tailândia e o Cambodja, as descrições, as imagens, o comportamento dos nativos, a textura destes países estão fielmente construídas. É possível sentir o cheiro do curry nas páginas. Para quem nunca visitou, é uma ótima experiência para conhecer um pouco da história, principalmente do Cambodja, cuja tragédia de um genocídio de metade da população pelo Khmer vermelho quase não é comentada no Ocidente. Tudo é apimentado por Flávia Iriarte com uma voz de narrador excelente, um tom despojado, cheio de ironia e gotas de acidez. Outro ponto que se destaca é o uso das figuras de linguagem, as metáforas e analogias são certeiras (algumas divertidíssimas), transmitem ideia e dão estilo ao texto. Embora o romance não seja construído em cima de beats (trata-se de um projeto claramente com enfoque literário), a história tem ritmo, uma linguagem fluida, muito bem construída que fazem as páginas andarem com facilidade. Talvez esta apreensão do leitor seja consequência de uma névoa fininha que paira sobre a história, uma tensão velada, de que algo muito estranho está sendo alimentado, que engorda, e que explodirá a qualquer momento sobre as duas. A promessa de Flavia Iriarte é cumprida com um clímax poderoso que escancara verdades e destrói os muros que as personagens construíram para si. A jornada da viagem com Alice e Bárbara vale muito, é uma estadia em resort all-inclusive que merece avaliação cinco estrelas. Não esqueça sua câmera fotográfica e guarde as melhores imagens e frases. O Oriente está ao lado, mas permanecerá dentro do leitor por um bom tempo.
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isa 24/01/2021

#3
"Lá estava ela legendando a vida e perdendo o filme, refugiando-se na própria mente para se proteger do contato com o mundo."

O livro me pegou mais do meio pro final, porque confesso que demorei pra me ligar as personagens, no início todo mundo estava me irritando demais. Mas conforme as camadas de personalidade das duas iam aparecendo, as motivações, os traumas, tudo ia fazendo sentido, e o final foi um grande soco na boca do estômago, o narrador contido nessa parte da história chegava a me dar arrepios de tão real que soou. Gostei do livro mas fiquei bad, gostaria de ter lido em outro momento
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Vanessa Amaral 27/03/2021

Algo de errado está prestes a acontecer
Durante toda a viagem das meninas Rio x Tailândia, a sensação de que algo vão dar errado permeia. E óbvio que da. Duas amigas, com realidades diferentes em um país estranho.
São problemas atrás de problemas. E o final...
Mas cara, achei que logo depois que embarcaram ficou lento. Vc sabe que algo vai acontecer, mas até o final não é tão forte.
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