Isis Costa 21/03/2024Que eu nunca caia num loop desses sosEm "As 220 Mortes de Laura Lins", de Rafael Weschenfelder, somos apresentados a uma narrativa concisa e emocionante, que desdobra o conceito intrigante de loops temporais através dos olhos de Dan, um jovem que assiste à morte de sua melhor amiga, Laura Lins, 220 vezes. Este livro, embora breve com suas 59 páginas, mergulha os leitores em uma jornada de desespero, esperança e determinação incansável.
O autor habilmente evita a repetição apesar da premissa recorrente, mantendo a história fresca e envolvente do início ao fim. Dan, incapaz de aceitar o destino implacável de Laura, encontra-se preso em um ciclo doloroso, onde cada novo dia traz uma chance de salvá-la, apenas para terminar em desolação. No entanto, é sua crença inabalável de que pode quebrar esta maldição se ele conseguir manter Laura segura até o dia seguinte, que nos mantém enraizados na história, torcendo por um desfecho favorável.
O livro navega habilmente por uma mistura de emoções, onde a tristeza e a alegria coexistem de maneira complexa e surpreendente. Essa dualidade é o coração pulsante da narrativa, ecoando a experiência humana de lutar contra o inevitável com esperança e coragem. A brevidade do livro é tanto sua força quanto sua fraqueza; embora consiga manter a essência da história e entregar um impacto emocional significativo, deixa-se querendo mais desenvolvimento e imersão nos mundos internos e externos de Dan e Laura.
"As 220 Mortes de Laura Lins" é uma leitura rápida que desafia as expectativas, oferecendo um olhar sobre a determinação humana diante do inescapável. Weschenfelder prova que uma história não precisa ser longa para ser boa, tecendo uma tapeçaria de momentos que são ao mesmo tempo coração partido e aquecimento.