Érick W. 22/05/2021
Piper traz nessa reflexão, feita ao início dos dias em que vivemos, conceitos e ideias importantes como a centralidade da Bíblia na compreensão e experiência de tudo que vivemos, a confiança na soberania de Deus sobre todas as coisas e a brevidade e destino de nossas vidas.
Entretanto, suas compreensões de predestinação, soberania divina e o ser humano como dicotômico e não integral o levam a uma análise deturpada do quadro.
Compreender a soberania de Deus sobre todas as coisas é saber que nada foge ao seu controle. Todavia, Piper parece entende que o ser soberano faz de Deus um titeriteiro controlando cada movimento nesse mundo. Isso me faz imaginar esse mundo como um grande circo macabro de marionetes. Ser Deus soberano indica que ele está no controle, não que ele controle todas as coisas, que nada está além de seu poder, não que tudo ocorre exatamente como ele quer ou por sua vontade.
Sua compreensão de predestinação parece excluir totalmente a vontade humana da equação ao dizer que um ser humano não morrerá antes que os propósitos de Deus se cumpram em sua vida, independente das escolhas e ações dessa pessoa, o que parece indicar que podemos descuidar de nossa saúde que a morte só virá se for do desejo Deus, independente de atitudes nossas que possam agredir nossa saúde.
Por fim, Piper faz reflexões importantes e sugere ensinos valiosos que podemos absorver dessa pandemia, porém, por vezes, maculados por seus pressupostos.