Cesar 23/01/2023
Conversas sobre política
Nessa obra de Rubens Alves, temos uma boa reflexão sobre a política, onde encontramos diversas referências históricas, sociais, filosóficas e até teológicas, brilhantemente colocadas por meio de lindas metáforas ou explicações diretas. Nesse sentido, o autor analisa a democracia, apontando seus pontos fortes e ruins, definindo-a como algo medíocre, isto é, mediano, pois é um reflexo de nós humanos, assim, sua colocação como boa ou ruim depende unicamente de nós. Desse modo, ele apresenta uma perspectiva ora pessimista e ora esperançosa, que está muito bem organizada ao longo dos seus 40 capítulos.
Dito isso, ele trará a esperança em dois sentidos, tanto na forma de uma agitação que nos obriga a fazer algo na realidade, quanto no sentido de sonho, no qual, nós humanos nos colocamos, desse jeito estaríamos sempre pensando no ideal, mas nunca tendo a capacidade de fazer algo na realidade. Portanto, para Rubens, perdê-la pode ser um sinal de lucidez e esse tom de manifesto para um olhar do concreto é a mensagem mais significativa do seu livro, a fim de torná-lo um desafio para os leitores não aceitarem mais os falsos políticos do cotidiano.
Rubens traz um texto firme e bastante crítico, com ótimas metáforas que deixam o texto leve, elegante e bem fluído, tornando-o essencial em qualquer momento, principalmente em tempos de decisões políticas. Assim, com sua forma corajosa e transparente, ele traz uma obra que tem a capacidade de abalar o conformismo e incentivar a nos posicionarmos diante das realidades políticas-sociais, baseando-se em reflexões que contenham uma intimidade com a coletividade, evitando pensamentos puramente individualistas.
Em síntese, a obra é uma provocação que vai te deixar um incomodo ao observar toda a escória de políticos de “profissão” que estão agindo com propósitos individuais. Logo, existe a necessidade de trocá-los por aqueles que tem “vocação” de transformar os sonhos de um povo em realidade, ou seja, a válvula de escape da desesperança do autor é um pensamento de coletividade nas tomadas de decisões políticas, que estão a todo momento sendo, indiretamente, retomada e reafirmadas no livro.
A perda da esperança pode ser uma manifestação de lucidez
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