Glaucio.Oliveira 16/02/2022Clássico absoluto, mas Inferno é melhorA poética de Dante é única. Tenho o costume de consultar alguns trechos no original em italiano e esses tercetos dantescos são de fato maravilhosos. Cada dia mais me convenço que se trata do maior poeta ocidental de todos os tempos.
Tive a impressão que o ritmo dessa obra é um pouco mais lento que da obra anterior, talvez isso se deva ao purgatório ser estruturado em menos níveis que o inferno. O que tornou um pouco mais cansativo de ler no início, mas depois engrena. Algo que também salta aos olhos nessa comparação com o primeiro, é que a grande maioria dos personagens citados aqui são contemporâneos de Dante, com poucas exceções. Inferno, por outro lado, era um show de menção à personagens bíblicos, mitológicos, históricos e afins.
A mensagem cristã segue muito presente em cada detalhe de cada verso de cada canto. Sendo o fio condutor de toda a narrativa. Falando em cosmovisão cristã, o final é surpreendente ao apresentar um cenário que não esperava encontrar nesse contexto de purgatório.
Enfim, a Divina Comédia é um clássico absoluto. Não precisa dizer mais que isso. Apenas leiam.