A Lenda de Sigurd e Gudrún

A Lenda de Sigurd e Gudrún J. R. R. Tolkien




Resenhas - A Lenda de Sigurd e Gudrún


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Digo Freitas 13/01/2012

O anel dos Nibelungos por Tolkien
Há alguns livros nos quais Christopher Tolkien, filho e testamenteiro literário oficial de J. R. R. Tolkien, está organizando textos que seu pai nunca teve a intenção de publicar. A Lenda de Sigurd e Gudrun é um deles.

Apesar do belo trabalho que foi feito em O Silmarillion e Contos Inacabados, Christopher não teve o mesmo espaço para criar algo familiar aos fãs de seu pai desta vez. O livro é uma coleção de fragmentos de uma versão de Tokien para a lenda nórdica de Sigurd, seus feitos e a sua maldição, mas mais uma adaptação que uma tradução, como diz Christopher em uma de suas explicações sobre a origem do texto.

Ao contrário do que se pode imaginar, esta história não se passa na Terra Média, apesar de muitos dos elementos que caracterizam a essência da mesma já se encontram nesta obra antiga do autor. Nela é contada a saga de Sigurd, o herói, desde seus antepassados a sua morte e a maldição que ele trouxe aos seus próximos.

Do estranhamento ao formato poético antigo a imersão na magnífica lenda contada, Tolkien nos mostra que mesmo quando uma história não é totalmente de sua autoria, sua mão traz sua mágica às palavras ali contidas.

A versão brasileira, além do texto original organizado por Christopher e seus comentários sobre cada passagem, possui também argumentos sobre a tradução.

Um livro recomendado para quem quer conhecer uma das fontes que inpiraram Tolkien para criar sua Terra Média.
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Romeu Felix 14/07/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
"A Lenda de Sigurd e Gudrún" é uma obra póstuma de J.R.R. Tolkien, lançada em 2009, que apresenta uma recriação do poema épico nórdico "A Saga dos Volsungos". Composto por dois poemas principais, "A Canção dos Volsungos" e "A Nova Canção dos Nibelungos", o livro nos transporta para o universo da mitologia escandinava e nos apresenta uma trama repleta de coragem, traição e destino.

O livro é uma preciosidade para os fãs de Tolkien, pois permite uma visão mais aprofundada sobre o seu processo criativo. O autor dedicou boa parte de sua vida ao estudo das antigas sagas e mitos nórdicos, e sua paixão por essas histórias transparece em cada página de "A Lenda de Sigurd e Gudrún". O texto é acompanhado por comentários detalhados, fornecidos pelo filho de Tolkien, Christopher Tolkien, que nos guiam através das escolhas do autor e oferecem um contexto valioso para a compreensão da obra.

"A Canção dos Volsungos" narra a história de Sigurd, um herói corajoso e destemido que parte em busca de aventuras. Ele é destinado a enfrentar grandes desafios e cumprir uma profecia que moldará o destino dos Volsungos. Sigurd enfrenta dragões, ganha poderes mágicos e vive uma história de amor trágica com a bela Gudrún. Ao longo da narrativa, somos apresentados a personagens cativantes e complexos, como o sábio e misterioso Grima, a poderosa bruxa Brynhild e o traiçoeiro Atli.

Já "A Nova Canção dos Nibelungos" nos leva a uma história diferente, porém relacionada. Aqui, Sigurd é conhecido como Sigurd, o Volsungo, e sua lenda é entrelaçada com a saga dos Nibelungos. Traições, disputas de poder e amores proibidos permeiam essa parte da obra, culminando em uma batalha épica entre heróis e uma trágica maldição.

O estilo de escrita de Tolkien em "A Lenda de Sigurd e Gudrún" é caracterizado por uma linguagem poética e ritmada, repleta de aliterações e metáforas, que remetem às antigas sagas e poemas épicos. Sua habilidade em criar uma atmosfera vívida e imersiva é evidente, transportando os leitores para o mundo nórdico dos heróis, deuses e criaturas fantásticas.

Embora seja uma obra fascinante para os entusiastas da mitologia escandinava e dos estudos acadêmicos, "A Lenda de Sigurd e Gudrún" pode não ser a leitura mais acessível para aqueles que estão familiarizados apenas com as obras mais populares de Tolkien, como "O Hobbit" e "O Senhor dos Anéis". A estrutura do livro, baseada em poesia e mitologia, pode ser um desafio para alguns leitores, que podem encontrar dificuldades em acompanhar a trama e se conectar emocionalmente com os personagens.

No entanto, para os admiradores de Tolkien e estudiosos de mitologia, "A Lenda de Sigurd e Gudrún" é uma joia literária imperdível. A obra proporciona uma visão profunda do processo criativo de Tolkien, mostrando seu amor pelas histórias antigas e como ele conseguiu tecer sua própria narrativa a partir dessas fontes. É uma homenagem ao poder duradouro das lendas e aos temas atemporais que permeiam a condição humana.

Em suma, "A Lenda de Sigurd e Gudrún" é uma obra única que mergulha os leitores na mitologia nórdica através da genialidade de J.R.R. Tolkien. Com sua escrita rica e detalhada, o autor nos envolve em uma teia de histórias épicas e trágicas, transmitindo a grandeza e a complexidade do mundo dos heróis e deuses. Uma leitura recomendada para os amantes da mitologia, da poesia e para aqueles que desejam desvendar mais sobre a mente brilhante por trás de um dos maiores escritores de fantasia de todos os tempos.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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Nat 03/06/2012

A lenda de Sigurd e Gudrún conta a história de Sigurd, o grande matador de dragões, que matou Fáfnir e se apossou do tesouro do dragão. Por seu feito, se tornou em herói celebrado. Ele desperta a valquíria Brynhild e se torna seu prometido. Sigurd se une aos príncipes dos Niflungs através de um pacto de sangue e desperta o amor da princesa Gudrún. Intensos, dramáticos, apaixonados são os acontecimentos que se seguem, e tudo culmina na morte de Sigurd pelas mãos dos que lhe juraram amizade. Após sua morte, Gudrún se une a Atli (o rei histórico dos hunos, Átila) com o único objetivo de vingar Sigurd.

A lenda de Sigurd e Gudrún nos é apresentada neste livro com toda a sagacidade de um grande estudioso da mitologia nórdica. Em mais um brilhante trabalho, Christopher Tolkien conseguiu reunir as anotações e os fragmentos de seu pai sobre um dos maiores contos nórdicos: a lenda do matador de dragão.
Em seu Prefácio, Christopher tece explicações acerca dos poemas escritos pelo pai sobre a lenda dos Völsungs e Niglungs e aborda a influência sofrida por Richard Wagner ao compor seu ciclo de óperas O Anel (explicação muito bem vinda, já que a maioria das pessoas insiste em comparar as obras de Tolkien e do compositor).
Segundo Christopher, foi com o objetivo de “ouvir a voz do autor dos poemas” apresentados no livro que ele publicou parte de uma conferência onde Tolkien falou sobre o nórdico antigo. Nesta pequena parte, Tolkien introduz o leitor à chamada Edda Antiga, abordando a Edda em Prosa, a Völsunga Saga e no que consiste o texto dos poemas, dentre outras (detalhadas) explicações. Um livro excelente, uma obra grandiosa do melhor escritor de fantasia do século XX.

site: http://meucantinholiterario.blogspot.com.br/2012/05/lenda-de-sigurd-e-gudrun-jrr-tolkien.html
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Cibeli 05/09/2014

Um livro com gosto de aula de história e literatura
Uma adaptação com gostinho de antiguidade. Pra quem se interessa pelo universo criado por Tolkien é melhor ser avisado que não tem muito em comum. O livro não tem formato de narrativa e tem vários comentários técnicos do filho Cristopher que reuniu os fragmentos apresentados e tentou dar coesão e fluidez a leitura.

Trata-se de um conjunto de escritos adaptados pelo autor em forma de versos com métrica e rima definidos que organizados pelo filho da maneira que achou mais coerente. Sempre levando em conta que a linguagem poética muito perde na tradução, a manutenção do original em inglês é importante para quem gosta da leitura do gênero. Não tendo gabarito técnico, só posso dizer que a tradução em muito auxilia para compreensão de algumas expressões do inglês mais antigo.

É um livro que acredito ser mais apreciado por aqueles apaixonados por mitologia e literatura, remetendo diretamente ao passado, ele tem gosto de aula de história e literatura.
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Procyon 20/07/2022

A lenda de Sigurd ? Resenha
A Saga dos Volsungos é uma pertencente à literatura nórdica clássica, escrita na Islândia no século XIII. O é desconhecido, não sabendo ainda, portando, se foi redigida por uma pessoa específica ou por mais de uma, tendo em vista que a história (como o texto de Beowulf), originária de tradições orais antigas escandinavas, foi composta em um contexto já cristão e monárquico, o que possibilitou que tais histórias orais fossem registradas na escrita e não se perdessem ao longo dos séculos, visto que monges e padres já redigiam textos
religiosos cristãos.

Elaborada em um contexto cristão, muito ainda se preservou de sua estrutura pagã, como os elementos fantásticos, advindos de um tempo primitivo da sociedade germânica, com personagens fabulosos ? deuses, gigantes, reis, heróis, feiticeiras, etc. A obra, que muito se assemelha à tragédia grega, narra a origem, o ápice e o fim da família dos Volsungos, descendentes do deus Odin. A trama tem como enfoque principal narrar os grandes feitos heroicos de Sigurd, o matador da serpente (ou dragão) gigante, Fáfnir, e de seu envolvimento em um triângulo amoroso com Brynhild e Gúdrun. O ciclo de Sigurd é umas das narrativas mais conhecidas e importantes dentro da literatura nórdica clássica, e está presente em vários poemas da Edda Poética ? que é, juntamente com a Edda em Prosa, de Snorri Sturluson, uma das mais importantes fontes de toda a mitologia nórdica e dos grandes mitos germânicos ? e recebeu uma diferente roupagem ao ser transcrito na Europa Continental, como A Canção dos Nibelungos.

J.R.R. Tolkien apresenta sua própria versão dessa grande lenda da antiguidade setentrional em dois poemas: ?A Nova Balada dos Völsungs? e ?A Nova Balada de Gudrún?, que contam o mito dos Nibelungos (Niflungs, nos poemas) de Siegfried (Sigurd) e de sua esposa Kriemhild (Gudrún), um dos alicerces da cultura germânica ? transformado em ópera por Richard Wagner e filme por Fritz Lang.

Na Balada dos Völsungs é narrada a linhagem do grande herói Sigurd, matador do dragão Fáfnir, cujo tesouro ele tomou para si. Conta-se de como ele despertou a valquíria Brynhild e de como foram prometidos um para o outro; de sua chegada à corte dos grandes príncipes Nibelungos, com os quais obteve uma fraternidade de sangue. Na corte surgiu grande amor, mas também grande ódio, provocado pelo poder da feiticeira Grimhild, mãe dos Nibelungos.

As temáticas são das mais diversas: paixões frustradas, dissociação de identidades, ciúme, traições, vingança, etc. A tragédia de Sigurd e Brynhild, do Niflung Gunnar e de sua irmã Gudrún escala, até o desfecho com o assassinato de Sigurd pelas mãos de seus irmãos de sangue, o suicídio de Brynhild e o desespero de Gudrún. Na Balada de Gudrún, conta-se seu destino após a morte de Sigurd, seu casamento a contragosto com o poderoso Atli, soberano dos hunos (o Átila histórico), como este assassinou seus irmãos, senhores dos Niflungs, e como ela satisfez sua mórbida vendeta.

Sigurd é o maior herói das lendas escandinavas, ganhando fama em quase toda a Europa medieval. A Saga dos Volsungos é a principal fonte sobre a lenda do matador de dragões Sigurd. Sua coragem e destreza é maior que a de seus antecessores, tanto que, em seu pós-vida, em Valhala, é escolhido para lutar no Ragnarök (o crepúsculo dos deuses) por conta de suas virtudes em vida. Nesse sentido, a certeza da morte e sua inevitabilidade é uma questão primordial nesse texto.

Há de ressaltar, aqui, o papel das mulheres. A maioria dos personagens femininos estão fadados a casar-se detrimento da pacificidade entre reinos (o que, ironicamente, nunca se apresenta). Corriqueiro na saga também são as mães permitirem que matem seus filhos, ou elas próprias realizarem tal feito. A função de personagens como Signy (mãe de Sigurd) bem como Grúdun (a consorte do cavaleiro) são vingar sua família, sendo ambas realizadoras de fratricídios.

Ressalto essa questão da feminilidade presente na obra pelo fato de que, ao tornar-se um épico nacional, passou um elevado destaque passou a ser delegado às personagens masculinas devido aos rumos que a recepção da narrativa tomou na história germânica. Junto da Canção dos Nibelungos, A Saga dos Völsung foi escrita com base na matéria épica tradicional da migração dos povos, entretanto, suas personagens nem sempre coexistiram ou tiveram contato em algum período de suas vidas. A Saga dos Völsung retrata, então, uma realidade que nem sempre era conhecida por seus leitores, excetuando-se o contato com a Noruega e as reminiscências incertas sobre os hábitos de seus ancestrais pagãos.

Interessante é que geralmente essas personagens femininas são deixadas em segundo plano. Essas obras constantemente relativizam sua existência baseando na afirmação de sua inferioridade, todavia, são essas mesmas personagens femininas que são as propulsoras da narrativa, definindo o futuro dos personagens masculinos através da manipulação do poder.

Percebe-se, ainda, alguns paralelos com as lendas arturianas. Um exemplo está no episódio do casamento de Signy com Siggeir, onde chega um sujeito desconhecido, mas que dá a entender ao leitor que tem certo conhecimento sobre as crenças nórdicas que este seria o deus Odin. Ele brande uma espada no tronco da árvore Barnstokk que fica no centro do palácio e anuncia que quem conseguir retirar aquela espada do tronco irá recebê-la como presente e perceberá que não existe no mundo espada melhor que aquela. Muitos homens nobres tentam tirar a espada, mas quem conseguiu foi Sigmund, filho do rei Volsung, algo que pode ser referenciado ao mito da espada Excalibur, um diálogo, portanto, entre literatura, mitologia e folclore. Assim como a lenda presente em A Canção dos Nibelungos e a Saga dos Volsungos passou da oralidade para a escrita, transformando-se em literatura, a lendária história do rei Arthur tornou-se um tópico nas produções literárias europeias do mundo medieval.

Em última análise, é muito interessante notar como que a história, a mitologia e a literatura desses povos antigos caminhavam juntas em prol do estabelecimento de sua rica cultura. Não é fácil trilhar a leitura da Saga dos Volsungos. Há uma imensa quantidade de informações, datas e nomes que o leitor desacostumado pode facilmente se perder no meio do caminho. Contudo, é um livro muito instigador no sentido de que, no final desse trajeto, o leitor consegue vislumbrar a beleza poética desses textos fantásticos. Desse modo, o leitor possui a possibilidade de desvendar não apenas a literatura, como os costumes e as construções culturais dos contextos medievais.
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Heitordealmeida 21/10/2012

Siegfried segundo Tolkien
Antes de mais nada, vamos deixar claro que eu sou fã de Tolkien "encacetadamente di cum força" então não sou o melhor para falar desse livro e tão pouco essa resenha será exatamente parcial. Assim sendo, tentarei fazer algo mais... aberto.

Dito isso, rola a bola.

O livro "A Lenda de Sigurd e Gudrún" apresenta a tradução de Tolkien direto da Edda poética para a Saga dos Völsunga e o anel de Nibelungo.

A Edda antiga (ou Edda poética) é uma das formas mais antigas de prosa e o livro apresenta a versão original e a versão traduzida por Tolkien.

É dificil falar sobre a história de Sigurd e da Valkiria Brunhild (Gudrún)pois a Völsunga Saga é muito extensa e a participação deles representa somente uma parte, embora importante de toda história.

Quem conhece um pouco de mitologia Nórdica sabe que a Saga começa muito anteriormente com a forjadura do anel mágico pelo anão Alberich, a criação do tesouro dos Nibelungos, seu roubo por Fafnir e posteriormente a obtenção desse por Sigurd (Siegfreid). A saga conta também com a história do pai de Sigurd e como Brunhild o começou.

Interessante é notar que na mitologia nórdica as lendas e histórias se entrelaçam de forma que, pequenos fatos acabam gerando grandes consequências em outro lugar.

A edição em si está boa, e o fato de em uma página estar a tradução para o inglês e na página ao lado a em português é algo curioso. Confesso que nunca tinha visto algo assim.

É difícil tentar me manter neutro ao falar de Tolkien, que é meu autor favorito e mitologia, que é algo que gosto muito. Muito provavelmente não fiz jus ao livro e nem a Völsunga Saga em si e é quase certo de terem havidos "equívocos" na minha resenha.

Assim sendo, a melhor forma de você descobrir a verdade é ler o livro e buscar a versão correta da história, seja na obra de Wagner ou mesmo no conto mitológico original.

Uma curiosidade, que eu espero que você saiba, é a de que o Anel dos Nibelungos foi a fonte de inspiração de Tolkien para o Um Anel do Poder de Sauron.

Sem falar, é claro, que ele apareceu em Cavaleiros do Zodiaco!
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Coruja 18/09/2012

Ganhei esse livro de presente do tio Fafa numa das últimas vezes em que ele esteve aqui. Fazia parte dos meus planos lê-lo como parte da maratona que fiz ano passado para escrever o especial sobre Tolkien, mas não dei conta de encaixá-lo em meu cronograma já completamente furado pela releitura do Silmarillion até O Senhor dos Anéis. Aí logo depois surgiu a lista de temas do Desafio Literário 2012 e quando bati o olho no tema de setembro, ficou decidido: A Lenda de Sigurd e Gudrún ia entrar para ela.

O livro é dividido em duas partes – a primeira com a história de Sigurd, desde o início do mundo, quando das profecias sobre o herói que auxiliaria os deuses no Ragnarök, e a segunda, com a balada de Gudrún, a segunda esposa de Sigurd, depois que deram a ele a poção para que o herói esquecesse Brynhild – mais extensas notas tanto do próprio Tolkien quanto de seu filho acerca da métrica utilizada, das diferentes versões da história e do significado das histórias e personagens.

Creio eu que mesmo sem nunca ter lido alguma coisa de mitologia nórdica ou ouvido a ópera de Wagner, todo mundo conhece a história de Sigurd (ou Sigfried), mas a ‘continuação’ após a morte do herói e de sua valquíria é mais obscura – eu mesma nunca tinha ouvido falar nela.

É interessante porque nem sempre pensamos muito no que vem após o final da história, no que acontece com aqueles que ficaram para trás. Brynhild deixa-se queimar na pira junto de Sigurd e os dois se vão epicamente de cena. Gudrún, a esposa legítima – ou legítima em termos, porque Sigurd a desposa após enganarem-no para beber uma poção que o faria esquecer de Brynhild – é esquecida, deixada de lado, sem qualquer papel neste grande final.

A balada – ou, mais corretamente falando, a lai de Gudrún não é menos trágica que a canção dos Völsung, família desgraçada da qual Sigurd descende. Ela não é realmente culpada de nada – a aliança sua com o herói foi pensada por sua mãe e seus irmãos – mas isso não a salva de reentrar na história para sofrer ainda mais, sendo forçada a um novo casamento com ninguém menos que Átila, o Huno (ou Atli, na versão dos poemas de Tolkien) para tentar fazer uma aliança entre o reino dele e de seu irmão.

Eis então mais sangue, mais traições, mais tristezas – em momentos ecoando o mito grego de Procne, que considero um dos mais trágicos dos contos clássicos (e considerando que em alguma nota mais adiante há uma menção a esse mito, não creio que o caso seja coincidência).

Não é uma leitura fácil - afinal, trata-se de uma poema épico, com linguagem grandiosa... mas vale à pena conhecer.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Inlectus 22/09/2017

Bom mesmo.
Genuína poesia, épico-miotológica nórdica.
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Bart 19/08/2019

A lenda de Sigurd e Gudrún
*J.R.R. Tolkien
Editado por Christopher Tolkien
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Confesso que não dei sorte nesses 2 últimos livros de Tolkien, não por serem ruins, mt pelo contrário, o cara se sagrou um dos melhores escritores do mundo e nos deu toda uma criação praticamente dando origem a um gênero próprio, mas não é prq é de Tolkien que eu vou gostar de 100% do q ele escreve (aprendi isso com alguns livros dele).
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Depois de um prefácio (caramba) extenso, como de costume! Temos um livro que é baseado em 2 poesias (já me matou aí) épicas, e contam a lenda de Sigurd e Gudrún.
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Sigurd é um cara q mata dragões, e depois de matar um certo dragão (não lembro, se quiser saber ... já sabe!), ele fica famoso e rico, pois ele se apossa do tesouro do bicho (claaaaro, o loot). Aí chama a atenção de uma valquiria, mas depois ele se mete nuns rolos com uns príncipes e acaba chamando a atenção de uma princesa chamada Gudrún, e os dois ficam juntos até a morte de Sigurd... pois é, já contei q o carinha morre, caso se interesse em ler, ótimo prq tem mt mais coisas... caso não... seja feliz do mesmo jeito!
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Quem gosta da história apresentada assim, é um prato cheio, mitologia nórdica, e Christopher Tolkien juntou todas as anotações do pai sobre o assunto nos "presenteou" com esta obra!
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Eu sou um cara mt simplório/pobre de entendimento, se fosse contado em formato de romance/aventura... seria "o doguito chupando manga e assobiando ao mesmo tempo".
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lorran_dossantos 06/01/2024

Confesso que a leitura é difícil. Mas, àqueles que, assim como eu, admiram as obras do Professor Tolkien, creio que nenhuma obra seja dispensável. Além disso, creio que seja interessante entender algumas inspirações de Tolkien. Essa, por exemplo, serviu para Tolkien escrever parte da personalidade e da história do herói Túrin Turambar, esse que é um dos meus preferidos da Terra-Média.
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