Kira 06/02/2021
Bom, mas podia ter sido melhor
"As histórias aliviam a dor de viver, não de morrer. As pessoas sempre acham que morrer vai doer. Mas não dói. É viver que nos machuca."
O livro tem muita reflexão e pelo menos comigo me fez chorar do início ao fim, trata de um tema muito delicado como o dos refugiados e toda a dor que essas pessoas sofrem, eu ficava a todo momento querendo trazer a família da Nur e os outros pra casa, queria que eles fossem protegidos.
Não recomendo ler se você não estiver bem emocionalmente, vai te abalar mais ainda.
É um livro com duas histórias belíssimas, de Nur e Rawiya, mas que sinceramente não fazia diferença nenhuma uma pra outra... Li a entrevista do autor que dizia que ambas não poderiam ser separadas, mas não foi isso que senti, inclusive vi muita gente leu só a história da Nur, que odiou a história da Rawiya.
Ao meu ver a história da Rawiya tem um que muito de Mulan, é instigante e repleto de aventuras.
A história da Nur é marcada de sofrimentos e tragédias.
Rawiya escolheu viver o que viveu, a Nur não teve escolha, o seu lar foi roubado dela, eu realmente não consegui ver paridade nenhuma entre as duas.
Mesmo entendendo o motivo da Rawiya sair de casa, ela não perdeu lar, ela escolheu sair de lá.
A única semelhança entre ambas foi o fato de ambas se passarem por meninos, mas novamente isso foi uma escolha da Rawiya enquanto Nur foi imposta a isso.
Achei a forma que algumas coisas se resolveram muito malfeitas e jogadas, isso inclusive me irritou, já que o enredo é cheio de firulas desnecessárias, que não acrescentam em nada... Falando nisso o vocabulário rebuscado da Nur me incomodou muito, ela não falava e nem pensava como uma criança de 12 anos,não entendi muito bem isso. A Rawiya com 16 falava de um jeito mais normal pra idade do que ela.
O final foi bem abaixo da minha expectativa.
Vale apena? Vale, mas com certeza não é um livro que faria questão de reler.