luisa972 02/10/2021
ok..
"Jamais vou me intitular feminista porque essa fala vinda de um homem muito me incomoda. O máximo que eu posso fazer diariamente é lutar contra toda e qualquer forma de machismo, sem querer protagonizar uma batalha que não é minha".
Interessante o autor falar sobre ser contra seu protagonismo em uma batalha que "não é dele", principalmente quando ele faz isso praticamente em todos os capítulos do livro. Acho que por meio dos comentários sobre a própria vida pessoal ele objetivou que a narrativa tivesse um diferencial, fosse mais acessível e não estritamente imparcial, mas nisso acredito que ele acabou tirando um pouco o protagonismo das prostitutas. Por mais que eu discorde TOTALMENTE de que homens não possam se intitular feministas, não vou entrar em detalhes sobre esse trecho em específico porque procuro ser breve.
Acho importante fazer algumas considerações.
Esse foi o primeiro livro que o autor escreveu, então é completamente compreensível que a estruturação da narrativa não tenha ficado perfeita. Além disso, fora a presença forte do entrevistador, eu gostei do que ele fez com esse livro. Tipo, eu nunca nem mesmo vi uma prostituta na rua, então conhecer mais sobre esse universo e sobre o que essas pessoas passam foi muito bom pra que eu acordasse pra realidade. É importante dar voz e ouvidos à pessoas marginalizadas.
Enfim, mesmo que eu tenha ficado um pouco decepcionada com a maneira que as histórias do mundo da prostituição foram expostas, reconheço a importância de alguém pelo menos ter se *incomodado em contá-las.
Se eu pudesse definir "Sou puta, Doutor" em um áudio do tiktok seria:
It was supposed to give, but it did not... give.