Resenhas -

Rafa.Meyer 19/07/2021

Tava com saudade de ler livros de não ficção e esse é muito bom, já que nunca li nada parecido antes!
Yuri entrevista prostitutas do RJ para o seu trabalho da faculdade de Direito. Cada um tem uma história e um motivo para ter chegado até lá, eu gostei demais de ouvir todos, foi uma mistura de sentimentos pelas histórias deles (já que algumas foram muito sofridas e pesadas) e aprendi muito também, já que sabia o mínimo sobre esse trabalho.
Realmente espero que um dia todas essas pessoas consigam ser ajudadas (mesmo aquela Lei Gabriela Leite não sendo perfeita, ela já é um começo para a mudança) e que somente aquelas que desejarem continuem praticando a prostituição quando quiserem e não como um meio de sobrevivência.

annacsfraccaro 06/09/2023

A profissão mais antiga e mais marginalizada no mundo
Achei a proposta desse livro muito boa, dar voz a quem não tem, estudar sobre um tema que muitos torcem o nariz. Porém, o autor em alguns momentos deixou a desejar, entendo que ele quis deixar a história mais leve e um pouco mais ?divertida?, mas alguns comentários se mostraram tremendamente desnecessários, como falar dos corpos dos entrevistados, procurar o filme adulto de uma entrevistada. Esses exemplos não demonstraram profissionalismo, e olha que o autor tentou passar muito como um verdadeiro profissional, mas falhou miseravelmente nesses momentos.
Como uma estudante de direito, e totalmente no local de fala (rs), eu tenho pavor que me chamem de doutora, mas o autor em nenhum momento parece se importa com essa terminologia.
Em muitos momentos o autor se acha o salvador da pátria das profissionais do sexo, pois somente ele teve a disposição, o interesse, praticamente fez um favor a elas, de abordar sobre esse tema, achei bem presunçoso de sua parte.
Mas falado sobre o tema em si, acho sim que este deveria ser mais abordado, que deveria haver leis que protejam essas profissionais, que elas tenham direitos, que o preconceito fique de lado sobre o que elas façam e que elas sejam humanizadas. Ninguém merece ser maltratado, não importa o seu emprego, mas por que no caso dessas pessoas achamos isso normal?
Terminei o livro pensando em como deve ser horrível ser marginalizada em cada célula do seu corpo por coisas que muitas vezes não foi sua opção.
Que com esse livro - por mais que possua muitos defeitos - o tema seja mais debatido, que realmente aconteçam mudanças para essa categoria, afinal, essa é a profissão mais antiga da humanidade.

Ateneta 10/06/2023

Sou Puta, Doutor é um livro sobre uma pesquisa realizada por Yuri Marques Peçanha que vai em busca de pessoas que trabalham ou tem uma forte relação com o ramo da prostituição.
Com essa pesquisa Yuri da voz às prostitutas e prostitutos que muitas vezes não tem a oportunidade de se expressarem.
Além de falar sobre a prostituição Yuri também conversa com seus/suas entrevistados/entrevistadas sobre suas vidas pessoais, dificuldades nesse ramo, exploração sexual, relações familiares, indetificação de gênero e de sexualidade, entre outros assuntos, com uma linguagem simples e direta não buscando cesurar os assuntos na qual ele trata ou a realidade dos/das entrevidados/entrevistadas.

Liliane186 27/07/2021

Interessante
Um livro de extremo respeito e visão ampla sobre um trabalho que existe mas todo mundo finge que não, amei a forma de abordar e respondeu várias perguntas que eu me fazia a respeito.

Gabriella.itoh 02/12/2023

"Quando dizem que ser prostituta tudo bem, afinal é uma escolha da pessoa e opções precisam ser respeitadas. Opção? Você acha que abrir a perna para homem casado é uma opção? É falta de escolha, meu filho, é falta de opção, não a sobra dela." ?

juliana 17/01/2023

5.0/5.0 + favoritado.

nao sei nem o que escrever nessa resenha mas com certeza esse é um dos livros mais tocantes e pesados que eu já li. essa devia ser uma leitura obrigatória para todos. estou destruída & capenga. apenas leiam. isso sim é reflexão.

LucAlio.CAmara 21/08/2022

Ser prostituta tem que ter coragem
O que pude perceber das entrevistas que nem todas são "mulheres", têm variados gêneros como mulher, trans, homossexual, travesti... E, a maioria em geral teve confritos familiares que não aceitaram seus gêneros e nem suas profissões, e essas pessoas a cabaram se refugiando aos prostíbulos, e ambas juntaram o útil ao agradável, ou em outras palavras, todas gostavam muito de fazer sexo, mas no meu ponto de vista não era motivo de se prostituirem ( claro que em alguns casos cai na tentação da necessidade e de dinheiro rápido). No entanto, elas fizeram as escolhas que fosse melhores para elas. Achei ambas corajosas para encarar essa profissão do sexo. E uma coisa que me chamou atenção, foi que ambas se sentiam exploradas de alguma forma ao se prostituirem, cada qual a sua maneira, sendo nos prostíbulos ou nas ruas. E outro ponto relevante a essa profissão é o uso acessível de drogas, seja também no prostíbulos ou nas ruas. E em ambos relatos foi mencionado muito sobre a insegurança de quem atua nas ruas.

Por fim, achei um livro bom pra alertar as jovens e jovens que querem entrar nesse mundo achando que seja algo depois fácil de sair quando quiser da prostituição, pois não é.

Rafael.Tadeu 01/07/2021

Peguei o ebook aleatoriamente de graça na Amazon,o nome me chamou a atenção,e por ser escrito por um gay, resolvi encaixar na tbr do mês do Orgulho ????

Um livro reportagem sobre exploração sexual e prostituição feito da forma mais informal possível (o que vez ou outra me incomodou,mas relevemos)

Achei importante falar sobre o assunto e dar voz para quem realmente está na situação,pois a pior coisa é escrever sobre um tema a qual você não pertence e trabalhar encima dele somente pelo que leu.Nada como ir direto a fonte para tratar de um tema tão sensível.

Leitura interessante e enriquecedora.

Vanessa 17/08/2021

É preciso falar...
Livros de não-ficção vem ganhado meu coração de uma forma inexplicável. Conhecer história que eu nunca teria oportunidade de conhecer me trás uma satisfação imensurável, mesmo que essas histórias muitas vezes sejam difíceis de engolir, mas são necessárias. Se não for por livros, como vou ampliar meu horizontes?

Yuri foi muito feliz em botar as caras em um assunto que ninguém que falar sobre, muitas vezes é esquecido e menosprezado, mas n tem como conhecer uma história sem perguntar a quem vive essa história, obrigada Yuri.

" O brasileiro ainda é um povo muito conservador... Somos o país dos seios de fora na Sapucaí e do bumbum exposto nós comerciais de TV; no entanto, somos os mesmos os quais não toleram que uma mulher faça topless na praia, por exemplo. Somos os primeiros a chamar uma mulher de [*****] ou puta somente e tão somente porque ela transou com quem queria, sendo que era uma mulher adulta, livre e desimpedida."

"Exploração é ter boca, saber falar, mas ser muda para o sistema."

"Exploração é tratar puta, preto, pobre, gay, "sapatão", favelado e bissexual com indiferença."

Mar.bea 06/01/2024

Leitura de Quenga
Quando escolhi ler esse livro foi super ao acaso, não tinha mais nada para fazer e possuia ele baixado no kindle, 2 anos depois estou eu finalizando a leitura, e ainda bem que esperei, muito bom poder voltar à narrativa do Yuri e das (os) entrevistados, os recortes foram bem feitos e fizeram sentido na ordem em que aparecem no livro (cada capítulo é uma entrevista), incrivelmente, e apesar de não serem todos o foco principal, o autor conseguiu abordar muitos temas que permeiam o "submundo" da prostituição e da exploração, os abortos, casos de violência, humilhação e o abandonado sofrido por muitas (os), seja intencional ou ocasionado pelo destino, enfim, uma ótima leitura, que nos faz ligar os pontos de muitos problemas sociais entrelaçados e mais uma vez reafirmar a importância das políticas públicas que sejam de fato criadas para a população e não para quem vai lucrar, de uma forma ou outra, com elas, afinal, garantir deveres sem direitos não adianta nada, principalmente se faltar equidade nas propostas e ações.

Byannca.VerAssimo 03/08/2021

Aqui temos 7 relatos sobre como as pessoas chegaram a Prostituição. Muito forte, marcante e chocante.

Ju 16/06/2023

Que abordagem ridícula
Quando comecei a ler esse livro, esperava encontrar relatos sobre prostitutas e um cuidado ético em relação a eles. Todavia, não foi o esperado. Damos de cara com um jovem estudante de direito que em momento algum nega o título de "doutor" (nem o
todos os estudantes de direito, mas sempre um estudante de direito). Ele sempre faz comentários sobre os corpos das mulheres e eu estava achando esquisitíssimo, até vir a revelação de que o autor é gay. Ótimo, mas isso dá o direito a ele de tratar as mulheres daquela forma? É desrespeitoso, é dentro do contexto de uma pesquisa acadêmica, E NADA DISSO FAZ SENTIDO. Além disso, temos diversas intromissões da vida particular do autor ao comparar o seu sofrimento com o das prostitutas, tentando fazer comentários engraçados e tornar-se a estrelinha do livro, como se tudo fosse sobre ele.

Trago abaixo alguns exemplos do que quero dizer:

"Achei que ele era apenas um corpo – delicioso, por sinal."

Eu me pergunto, por quê?

"Eu queria abraçar Andreia e falar que iriamos às ruas, que bradaríamos por aí que a mulher prostituta merece ser ouvida. Mas fiz um pouco melhor, eu dei voz a elas, eu criei este livro."

Você criou esse livro com uma abordagem que não dá para levar a sério.

"O problema é que eu sofro muito pela vergonha alheia, e era isso que estava rolando, eu estava morrendo de vergonha por Marjorie. Agora, se tem uma coisa que eu sei hoje, é que caso o Seu Elias cruze o meu caminho, ele tá é fodido, porque eu vou dar umas boas porradas e uns tapas bem afeminados na fuça dele. Imagina só fazer o que ele fez com uma pessoa cardiopata. Eu hein, falta de amor ao próximo!"

Nesse trecho, ele estava contando sobre o que uma das mulheres relatou quando descreveu como seu pai descobriu que ela havia se tornado atriz pornô/prostituta. É só absurdo, eu não consigo compreender como alguém achou pertinente dizer "sofro de vergonha alheia" e "tapas bem afeminados".

"Eu perguntei à Marjorie como havia sido essa noite que havia valido à pena. Ela não economizou nos detalhes e, ao término de sua fala, eu estava de pernas bambas e tremendo de úlria de transar o mais rápido possível."

????????????? PARA QUÊ???????????? HEIN???????????? O QUE ISSO TEM DE RELEVANTE?

"Talvez fosse amor de quenga ou amor de pica, como dizem por aí. Acontece muito de pessoas com pouca experiência amorosa gostarem de uma transa e já acharem que estão gostando do seu parceiro ou parceira. Trata-se de algo bem comum, na realidade."

Esse comentário se conecta com a fala anterior, visto que Marjorie estava relatando a única vez em que fez sexo porque teve realmente vontade e achou que gostou muito do rapaz que se envolveu. Que tipo de desrespeito é esse? De verdade, eu estou tendo um treco por ter de ler isso novamente. Mas aí só melhora, porque o autor decide pesquisar os vídeos pornô da Marjorie e escreve:

"Ela era uma excelente atriz pornô." ?????????????????

"Ela estava mais do que certa, eu já devia não transar há cerca de um mês e eu estava subindo pelas paredes. Para piorar, eu passava todas as minhas semanas falando com putas sobre sexo e fodelância."

Não tenho nem comentários, nenhum. Nenhum. Não há mais o que falar.

E, para encerrar, temos essa pérola:

"Jamais vou me intitular feminista porque essa fala vinda de um homem muito me incomoda."

CARA, POR QUE DIABOS VOCÊ TÁ FAZENDO UM LIVRO NO QUAL VOCÊ ADMITE QUE VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE PROSTITUIÇÃO, SOBRE TRANSEXUALIDADE, E ATÉ, APARENTEMENTE, SOBRE FEMINISMO VISTO QUE O FEMINISMO É A IGUALDADE ENTRE OS GÊNEROS. TE INCOMODA UM HOMEM FALAR QUE QUER I G U A L D A D E ENTRE OS GÊNEROS?

Enfim, surtei lendo essa bomba. Se paga de livro revolucionário, salvador da pátria, contando as histórias das prostitutas, mas parece não ter um pingo de respeito pela história delas ao tecer esse tipo de narrativa.

mavis 28/01/2023

ideia genial, execução não tao boa
o autor nesse livro entrevistou 9 mulheres profissionais do sexo com o intuito de dar voz a elas. a ideia é incrível, porém, ele pecou muito em muitos detalhes. tiveram muitas pequenas coisas que me incomodaram muito, como por exemplo, ele descrevendo o "corpo saboroso" de mulheres que ele entrevistou, uma mulher em específico que já foi atriz pornô e que ele procurou vídeos da mesma alegando que ela era uma boa atriz, ao meu ver, se você está ali pra humanizar e dar voz para essas pessoas, não deveria apresentá-las desse modo. também o fato dele compartilhar experiências próprias e íntimas, "comparar" experiências dele com das mulheres, faltar muito com o profissionalismo nas entrevistas, entre outras gafes. se você está procurando unicamente saber mais sobre a realidade dessas mulheres no brasil, o livro é bom, traz muitas histórias e falas que destroem o coração, mas saiba ignorar algumas (muitas) das coisas faladas pelo autor. se tivesse um pouco menos de humor da parte dele e muito mais profissionalismo, seria perfeito, tanto que, no último capítulo, ele da suas opiniões de um modo perfeito, profissional, coeso e empático.

triz 26/07/2021

Proposta boa, execução nem tanto
Minhas espectativas estavam bem altas com esse livro, a proposta em si é muito interessante. Entretanto, conforme o livro avançava foram aparecendo muitas coisas que me incomodaram, sendo principalmente a escrita e como o autor se coloca em foco.

De início não é tão evidente, mas lá do meio pro final é uma derrocada de expressões que fazem parecer que você tá lendo um livro jovem adulto de comédia. Você está preste a ler sobre violência e abuso e do nada uma frase como "se eu fosse um entrevistador à altura da deusa soberana Oprah Winfrey". Corta completamente o clima e a seriedade do tema. Não acho que esses "alívios cômicos" combinem com o contexto e proposta do livro. Pensei que seria um livro mais sério, dado o tema.

O autor também começa a falar sobre si mesmo e a própria vida do nada. Sinceramente, eu não queria ler sobre como ele não conseguia "arranjar um namoradinho", ou que a primeira vez dele foi dolorosa porque o cara tinha pau grande tipo ¿??¿¿
É muito "eu, eu, eu, eu, eu".

Gostei muito da proposta, acho que poderia ter sido melhor executada.