Lívia 14/09/2022
Alexa, Michael, Tom e Josie são crianças na faixa etária dos 9 anos que estudam juntos e são melhores amigos. Um dia, sem ninguém esperar chega um aluno novo que se senta no fundo da sala com sua venha mochila e parece acuado.
Logo de cara Alexa, nossa narradora de 9 anos e 9 meses, sente vontade de fazer amizade com o colega novo. Então ela e seus amigos, todos os dias, se dedicam a arrancar um sorriso do Ahmet.
Alguns dias se passam até que eles descubram sua história: Ahmet é um garoto refugiado que veio da Síria e não sabe onde estão seus pais. Ele não fala inglês fluentemente, por isso precisa de uma professora auxiliar para traduzir o que ele não entende. Perdeu sua irmãzinha de 3 anos afogada durante a travessia pelo mar e vive com sua mãe adotiva até ter notícias de seus pais, que ele não sabe se estão vivos ou mortos.
Como se não bastasse isso, Ahmet sofre bullying e preconceito de alguns alunos e até mesmo de professores, que não apoiam que o país recebam refugiados.
Alexa, Tom, Josie e Michael se tornam amigos de Ahmet e fazem de tudo para encaixá-lo nas atividades e fazê-lo se sentir bem.
Um dia os 4 amigos escutam que "os portões irão se fechar" e os refugiados não poderão mais entrar no país. As crianças ficam desesperadas com a possibilidade dos pais de Ahmet não conseguirem passar a tempo e dedicam seus neurônios a pensar em uma forma de reunir a família de Ahmet outra vez.
A escrita é diferente de tudo que já li, pois quem narra é uma criança então o uso das palavras foi muito bem representativo. Eu de fato me senti acolhida pelas palavras de uma criança.
A inocência com que o grupo de amigos lida com a situação de Ahmet é a esperança de que crianças assim existem na vida real e se tornarão adultos conscientes e amáveis.
Esse livro é uma aula de empatia e sensibilidade. Desde a história até as notas da autora.
?Ela diz que os melhores livros deixam você com mais perguntas que respostas e que essa é a parte engraçada ? você precisa tentar encontrar as respostas sozinho em outro lugar.?
?? Então, viram? ? disse, unindo as mãos e colocando-as debaixo do queixo. ? Nem tudo está perdido. Mesmo se a Rainha não puder fazer tanto quanto ela gostaria, há um mundo inteiro sussurrando o nome do Ahmet e tentando pensar em como ajudar.
Mais tarde naquela manhã, enquanto me sentava na aula, pensei sobre o que a Sra. Sanders tinha dito. Pensei nos Sussurros no Mundo Inteiro sendo feitos naquele momento e me perguntei quanto tempo demoraria a chegar até as pessoas nos portões das fronteiras ? e nos pais do Ahmet também.
Nunca tinha pensado em quão alto um sussurro poderia ser se houvessem vários e vários dele. Então, naquele dia inteiro, sussurrei ?ajudem o Ahmet? em voz alta também, sempre que podia. Assim como Tom, Michael e Josie. E sempre que fazíamos isso juntos, nossos sussurros faziam com que soassemos como um oceano.?