annikav.a 09/01/2024
Elas contam a verdade sobre a história da nação
Com esses belíssimos cordéis autoafirmadores, Jarid Arraes faz um resgate muito acessível e sensível de memórias individuais e coletivas. Elas revelam vidas e trajetórias que os governos, instituições de ensino e de memória (bem como a historiografia oficial) primeiro agridem violentamente e depois fazem questão de apagar em vistas do então dito progresso republicano, não mais compatível com a escravização de pessoas pretas, até pouquíssimo tempo. Se algo mudou, foi graças à vida e a luta de Antonieta de Barros, Aqualtune, Carolina Maria de Jesus, Dandara dos Palmares, Esperança Garcia, Eva Maria do Bonsucesso, Laudelina de Campos Melo (a Frente Negra Brasileira, o Teatro Experimental do Negro, o Partido Comunista, o Baile Pérola Negra, O Sindicato das Empregadas Domésticas e mil outros), Luísa Mahin, Maria Felipa, Maria Firmina dos Reis, Mariana Crioula, Na Agontiné, Tereza de Benguela, Tia Ciata, Zacimba Gaba, e muitas outras, como a própria Jarid. Enfim, leitura obrigatória.