malu 05/01/2022
Livro péssimo ?
Essa trilogia tinha um grande potencial, mas tudo deu errado nesse último volume que simplesmente contradiz os dois livros anteriores.
Primeiro ponto: Eve.
Somos apresentados a Eve como uma personagem que corre atrás do que quer e não tem noção de perigo e inclusive se botou em risco várias vezes para concluir missões.
Aí esse terceiro livro me dá uma Eve completamente diferente? Cheia de medos e dependente? Simplesmente não faz sentido.
Tudo bem se o objetivo do autor fosse mostrar as vulnerabilidades dela, mas que fizesse isso de uma forma mais sutil pô, não simplesmente entregando uma personagem que não condiz com o que foi apresentado.
Segundo ponto: Villanelle ou Oxana, tanto faz.
Diferentemente da série, que na minha humilde opinião, dá abertura para você pensar que a Villanelle é simplesmente uma mulher traumatizada por conta do abandono na infância e que repete comportamentos nocivos pq nunca teve um exemplo, no livro é claramente dito que ela é uma psicopata. E mais ou menos na metade, existe um diálogo entre a eve e ela, no qual ela diz que as pessoas simplesmente assumem que as psicopatas do sexo feminino funcionam da mesma forma que os psicopatas do sexo masculino, sobre isso eu não irei opinar até pq não domino o assunto, porém achei muito curioso ela ter a noção que é uma psicopata e ficar "de boa" com isso.
Sei que não se deve comparar diferentes obras, mas já que a série ganhou tanta fama é impossível não fazê-lo.
Na série, temos uma Villanelle que é cruel, mas tem carisma e humor e isso é o que faz você gostar dela. Ela te seduz com um jeito imprevisível de lidar com as pessoas.
Nos dois primeiros volumes, eu até achei ela uma personagem cativante, com um humor ácido e o jeitão meio egocêntrico. Porém nesse último volume ela estava grosseira o tempo todo, o que me fez perder o encanto na personagem.
Terceiro ponto: o relacionamento da Eve e da Villanelle.
Até onde eu sei, o transtorno psicopata tem alguns níveis, indo de um mais leve para um mais severo. E acredito eu, que a Villanelle deve ter um mais leve, pq isso é a única justificativa para ela conseguir estabelecer essa conexão que ela teve com a Eve. E mesmo sendo mais leve, eles não conseguem manter um vínculo emocional normal, o que aconteceu muitas vezes durante o livro, pq uma hora a Villanelle estava mil amores para o lado da Eve e do nada era grosseira e ignorava ela.
Eu fiquei muito angustiada pela Eve, pq era perceptível que ela estava meio dependente emocionalmente da Villanelle e eu duvido muito que elas conseguiriam ter um final tranquilo como foi escrito.
E me sinto grata por elas não serem tão estranhas assim na série.
Último ponto: a história em si.
Falando em geral, eu até gostei de como o autor conduziu os acontecimentos, tiveram algumas cenas de ação bem borbulhantes e infelizmente meu inglês de meia tigela não me permitiu acompanhar as descrições de roupas e lugares que o autor faz muito bem.
> A única coisa boa nesse livro foram as palavras em russo que eu aprendi.