Marlonbsan 16/03/2021
O Último Magnata
O último romance de F. Scott Fitzgerald, porém lançado de forma inacabada. Passa nos anos 1930 e desvenda o universo da indústria cinematográfica, no qual acompanhamos Monroe Stahr um bem-sucedido produtor, contado por Cecília Brady, filha de um renomado produtor de cinema.
No livro há mudança de narrador, em algumas partes é em primeira pessoa, por Cecilia e outros é narrado em terceira pessoa, acompanhando Stahr. A linguagem é simples, mas possui uma densidade considerável, os capítulos são bem longos e o fato de os diálogos serem por aspas, não ajuda muito.
Creio que o fato de o livro não ter sido terminado contribuiu para que o interesse pela história diminuísse um pouco. Só a partir da metade, quando foca mais no relacionamento entre Stahr e Kethlen que comecei a gostar da história. A relação deles é muito inusitada e bem montada, os diálogos bem interessantes e que instigam. Já o contexto sobre cinema e produção de filmes, é interessante, mas não flui tão bem.
As trocas entre narradores nem sempre são tão claras, o que pode causar uma confusão inicial, ou, por conta da falta de interesse, me passou despercebido. Parece que, mesmo nos capítulos apresentados, faltou lapidar um pouco a parte escrita e como o autor morreu antes de terminar o livro, fica nítida a falta de uma revisão mais minuciosa para encaixar os contextos.
Ao final, há um resumo do que o autor gostaria de ter feito e como terminaria a história, mas não há como comparar ao que realmente teria sido caso ele tivesse concluído o livro. Afinal, para interligar os fatos, um ou outro detalhe poderia ter sido alterado. E a própria contextualização do autor para com sua obra forneceria mais informações.
Uma pena essa obra não ter tido o seu desfecho, ainda mais por conta da morte do autor, só fico me perguntado se ele teria gostado de sua obra ter sido publica de forma incompleta...
Foto e resenha no meu IG @marlonbsan