larissa 24/01/2022
Duas estrelas (ou menos).
De antemão, gostaria de alegar que não respeitei a ordem sequencial de Calluvia?s Royalty ? ainda que eu tenha, de fato, tentado seguir com a leitura do primeiro livro da série (que a verdade seja dita, eu teria muito a problematizar acerca daquele casal). Sendo assim, por mais que eu tenha sentido certa dispersão, não falarei sobre algumas conexões desviadas do universo de Alessandra Hazard.
Em primeiro lugar, não estou desenvolvendo uma resenha crua e/ou alinhada. Isto é, embora eu não tenha planos em mencionar a sinopse, ela está ? até mesmo no skoob ? disponível para quem quiser averiguar o conteúdo. Sendo assim, irei focar nos acontecimentos que mais me marcaram ao longo da trama.
Honestamente, não tenho certeza sobre qual ponto abordar primeiro. Acredito que, por ser referente ao contato inicial com a história, a menção à realidade fantasiosa é urgente. O cenário não é o ponto em questão, posto que achei extremamente criativo (bom saber que existe vodka em outros planetas), mas a existência do vínculo, que é uma conexão mental entre duas pessoas, não conseguiu me cativar. As cenas da conhecida ?fusão?, em que os personagens fundem-se mentalmente, são narradas de um modo maravilhoso. Em contrapartida, a urgência de uma presença mental/física, que tem origem no próprio vínculo, acelerou muito o desenvolvimento do romance. Eu senti que, justamente por conta dessa conexão, Jamil e Rohan não foram bem explorados. Em outros termos, não consegui enxergar uma amizade palpável em momento algum. Eles se desejavam, era uma ligação necessária e, no final das contas, o romance acabou sendo somente sobre urgência.
Em segundo lugar, acho plausível destacar que, enquanto figura imponente, a voz do Jamil não era alta o bastante. Ele possuía uma opinião e, no próximo momento, não possuía mais. Além de acatar com facilidade, ele era muito influenciado pelo Rohan Este que, inclusive, me fez acreditar ter usado o vínculo a favor dele em algumas narrações. Então, por ter citado personagem, eu não poderia deixar de reiterar o quão desconfortável fiquei ao ler sobre a origem do nome dele. O narrador, em uma passagem, diz que Rohan significa ?preto? e, ironicamente, o personagem remete aos rebeldes ? como também refere-se à selvageria, muitas vezes fazendo alusões ao estigma de um ?animal bruto? (de modo fetichizado, inclusive). Dito isso, o incômodo ao ler as ditas descrições foi inegável.
Em suma, não foi um livro insuportável de ler, visto que a história desce surpreendentemente fácil. Contudo, eu achei que, ao considerar a quantidade de estrelas da avaliação, eu não devesse deixar passar os pontos mencionados. Sendo sincera, acredito que eu conseguiria falar um pouquinho mais sobre a minha vivência com este livro, mas vou encerrar por aqui. Espero, de todo o coração, que vocês tenham uma experiência diferente da minha.
(24/01/2022)