Resenhas - A Família Mandible

lipeleu 03/01/2021

Quando os podres de rico viram só podres
Criei muito hype com esse livro quando começaram a soltar as dicas do livro de Janeiro no Intrínsecos. Pelo menos dessa vez, não me desapontei. Ainda que ele seja arrastado em várias partes, pela necessidade excessiva de situar o leitor ou explicar determinado assunto, a leitura é bem interessante. Poderia ser mais ágil, como Pachinko, que é similar por acompanhar uma família por determinada janela de tempo. Ainda assim, o enredo é bem interessante, digno de uma adaptação para um serviço de streaming. Acompanhar essa queda especulativa de um "império", impactando com força e jogando à miséria aqueles que se sentiam protegidos e fortalecidos, foi bem interessante de ler. Como foi colocado no material de divulgação: quando o essencial vira extravagância e os podres de rico viram só podres, talvez signfique o fim de uma era. E bota podre nisso. Diversas partes do livro mostram como os ricos se importam apenas com eles próprios e com sua "riqueza", que num país em ruínas, não significa absolutamente nada. É realmente o fim (para eles) e apenas mais esforço para sobreviver para o restante da população, já sufocada pelos inúmeros problemas do dia a dia, que num passado distante, nunca teve importância para as elites.

@tigloko 20/03/2024

"Reveses nunca trazem à tona o que as pessoas têm de melhor"
Acompanhamos a família Mandible, dinastia rica e antiga, durante uma crise econômica que afeta de forma catastrófica os Estados Unidos. Nesta situação, em que a ordem social e econômica mudam totalmente, as relações entre os membros da família tem grande reviravolta.

Gostei do livro apesar da dificuldade nas partes econômicas, em conjunto com a escrita profunda e cheia de divagação característica da Lionel Shriver. Mas para o entendimento da história funciona, até para um leigo com eu ?.

O livro é classificado como distopia, mais especificamente uma distopia econômica. Fiquei intrigado com esse termo durante a leitura, pois nunca tinha lido uma Ficção-Científica que explorasse tanto esse lado. Mas a autora aborda bastante o conceito de liberdade econômica, então de certa forma é como se fosse uma distopia completa mesmo, já que o lado econômico é determinante para outras áreas da sociedade. Tirando isso da equação, o controle é enorme.

Ainda que não seja tão tecnológico para uma distopia, é muito sombrio em desenvolver esse cenário, especialmente nas partes de conflito entre os personagens. Ela tem o dom de mostrar o pior do ser humano. Por isso, não senti tanta falta desse elemento tecnológico tão presente.

Outro ponto interessante é como ela pega alguns clichês da FC e subverte as expectativas do que se espera encontrar no gênero. E até mesmo tira sarro deles( FC é dos meus gêneros favoritos mas consegui dar boas risadas nessas partes ?).

Foi uma ótima leitura, recomendo

AndrA314 20/01/2021

Catástrofe, literalmente
Uma distopia sempre é um tema que você espera grandes acontecimentos e detalhamento do futuro próximo, mas neste livro a Lionel segue por um caminho tedioso e monótono para descrever esse futuro.

As partes técnicas econômicas e os longos monólogos sobre o mesmo tema faz com que o livro se perca do entretenimento, deixando massante cada página. Não é possível se conectar com nenhum personagem, todos eles parecem robotizados e sem carisma.

Alguns acontecimentos muito importantes são revelados em algumas frases, enquanto temas irrelevantes para a história levam mais de 20 páginas (média de páginas por capítulo).

A história começa no nada e termina em lugar nenhum. De fato foi um livro que me tirou da zona de conforto, mas não voltaria pra essa "zona" outra vez.

Foi um desafio lê-lo e me sinto vitorioso por terminar. Boa sorte, guerreiros!

Leléu Ltd. 11/02/2021

Um baita livro para aulas de Macroeconomia
Cada leitura tem seu propósito. Eu tenho lido histórias interessantes, mas sem maiores interesses, só para passar o tempo mesmo. Mas às vezes, seja por necessidade ou escolha, precisamos nos aprofundar um pouco nas temáticas, consumir algo mais... substancial, que mergulhe de cabeça em algum assunto específico.

O livro de janeiro de 21 da Intrínsecos trouxe uma distopia (gosto delas), onde a principal componente é a transformação brusca da economia de um país.

Como um autêntico leitor despretensioso, experimentei um início arrastado e incrivelmente desestimulante por ser muito técnico, com um embasamento sólido que justifica toda a situação vivenciada pelos personagens. Isso é bom: as coisas não são como são simplesmente por licença poética, mas porque há todo um cenário bem explicado que justifica tudo, de como a economia quebrou e tudo mais. Mas isso também é ruim: pegou de surpresa alguém que a princípio estaria ali apenas passando o tempo com mais uma historinha.

Depois da (mais que) devida introdução, o enredo em si se inicia (lá pela página 120) e aí sim, vira uma história interessante.

Este livro não é uma leitura descartável. Ele possui conceitos importantíssimos de economia, que me levaram de volta às aulas de macroeconomia com o espetacular professor Chico Saboya. Aliás, eu penso que Mandible deveria ser uma das leituras complementares dessa disciplina, o que talvez automaticamente o torne meio que inadequado a um clube de leitura.

Com um vocabulário rico, uma escrita sofisticada, um embasamento técnico bastante sólido e uma história interessante, A Família Mandible se tornou para mim como uma das leituras mais marcantes dos últimos anos, mostrando que, assim como aconteceu aos "novos pobres" da trama, o espírito do tempo (o zeitgeist) sempre impede os atores de perceberem a importância do período histórico em que vivem.

Lilian.Cava 28/01/2021

Uma baita história, escrita de uma maneira chata
Quando eu recebi o livro pelo Intrínsecos eu confesso que não fiquei intrigada pela trama. É bem difícil entender pra onde o livro vai só pela sinopse e pelas frases tiradas dele.

Fiquei bem animada por descobrir que a autora era a mesma do tão famoso Precisamos Falar sobre Kevin (que eu ainda não li) e decidi encarar.

A história como um todo que agradou muito. É muito legal essa distopia que a autora constrói. E ela te bombardeia com tantos termos técnicos e tantas visões diferentes, do ponto de vista político, que faz você comprar demais essa ideia.

O problema, é que o livro é extremamente denso, super explicativo e muitas vezes passa capítulos inteiros em partes não tão interessantes.

Tem algumas viradas de mesa que gostei bastante e o final também achei genial. O problema é passar quase 500 páginas e muito pouco dialogo e parecendo que você está numa aula de economia sendo discutida por cidadãos de direita e esquerda.

Acho que é um livro que agrada a uma porção específica de público e que não foi uma escolha legal, principalmente pra abrir o ano de um clube de assinaturas.

Nota 6!

Amy 20/01/2021

Se quiser desistir, desista sim!
Sinceramente, não pretendia fazer resenha sobre esse livro, mas preciso dizer, se você quiser desistir da leitura, desista.
Não insista numa leitura que é de se arrastar.

Basicamente o livro todo é enrolação e blá blá blá de economia, todo mundo sabe tudo, um bando de burgueses que não sabem oque fazer com tanto egocentrismo.
Intrínsecos infelizmente errou feio na escolha desse exemplar, me senti frustrada com tantos diálogos enormes.
O final não preciso nem dizer que chega a ser inacreditável. "Simples assim", pelo amor né.
É bastante decepcionante, eu mesma finalizei apenas pela força do ódio, e tive que ler ele com outro livro para não me dar dor de cabeça e ressaca literária.
Enfim, se não fosse esse arrastar, egoísmo e achismo todo, o livro até que seria bom, pena que foi muito mal executado.
Aliás, acho que seria uma ótima tese para uma faculdade de economia já que tem tantos termos que só sendo economista pra saber oque quer dizer.

Caio Dantas Cabral 02/02/2021

maçante, desgastante e em vários momento, complicado
quando eu peguei esse livro e li sobre o que se tratava, eu realmente gostei da premissa, é algo que eu leria mesmo sem ter recebido de um clube do livro. no entanto, ao iniciar a leitura eu fui pego por uma narrativa extremamente enfadonha guiada por uma escrita muito complicada.

por que? diante de um contexto de crise econômica no país, claro que seria necessário uma discussão sobre o que aconteceu nesse ?futuro distópico?, mas a Lionel ela não apenas explica, ela traz uma aula de economia para um livro, em que muitas das vezes (na maioria haha), eu me senti perdido com tantas discussões sobre bolsa de valores, investimentos, ações, juros, inflação, leis governamentais, etc. Eu estava farto, sério!

sobre o estilo de narrativa do livro, eu acredito em duas hipóteses: a autora não se tocou que o drama da família era mais importante do que descrever a situação econômica do país, ou simplesmente ela sabia disso e fez mesmo assim. o que é uma pena, pois nos momentos em que as batalhas da família eram evidenciadas, você percebia o material riquíssimo que a autora possuía, mas que foi incrivelmente desperdiçado.

e realmente ela possuía carta na manga, pois os personagens eram simplesmente INCRÍVEIS e SUPER BEM CONSTRUÍDOS, todavia, a autora é tão focada em discutir sobre o vários assuntos relacionados a economia do país, que quando um dos personagens do livro é estuprado, o ocorrido só é discutido em dois parágrafos e como uma analogia a invasão de privacidade. e eu fiquei tipo ??????

um outro ponto que a Lionel bastante disserta sobre, é o amor e devoção que as pessoas sentem por ser americanos, o famoso nacionalismo que os fazem se sentir melhores que outras pessoas, mesmo o país tendo colocado todos os cidadãos em situações precárias (ou seja, fud** todo mundo).

por enfim, terminei esse livro decepcionado.

esperava: uma distopia nos EUA
recebeu: uma apostila do curso de bacharel em economia

essa é a minha opinião sobre a família Mandible, e sinceramente achei uma péssima escolha para os intrínsecos... mas esse foi o que veio e essa é a minha verdade.

Isabelle 17/04/2021

Intrisecos Jan 2021
Me arrastei praticamente 3 meses entre idas e vindas nesse livro.
A ideia de uma catástrofe financeira parece mais real e passível de acontecer que os famosos zumbis.
Achei a parte de economia muito técnica e massante, parece que a estória não anda, personagens ficam em longos diálogos, que não agregam tanto. Muitas estórias que se interligam mas não ligam os pontos de forma fluida.
Talvez releia pra tentar absorver algo.

Mari 16/01/2021

Interessante
Um livro arrastado em algumas partes, mas fluido em outras. Uma distopia onde os EUA entra em colapso financeiro, mas só me vinha à cabeça a chance real de acontecer algo similar no Brasil. Pra quem gosta de distopias, vale a leitura.

Ana Pereira 01/03/2021

Família e economia...
Este livro conta a história da família Mandible. O chefe da família fez uma fortuna como agente literário. Até que chega um colapso na economia dos Estados unidos fazendo com que essa família e o restante da população sofra com o desemprego, o racionamento de água, comida e energia elétrica. Todos tentam sobreviver nesse sistema capitalista e com uma nova moeda.
Demorei para apreciar a leitura, pois economia não é um tema que me agrada. No entanto, amei as partes que o livro fala sobre livros e sua importância para a humanidade. O relacionamento familiar abordado na história também é interessante de acompanhar.

Rafa Gomide 17/01/2021

Cansativo
O início é muito lento e cansativo com todas as análises econômicas feitas de maneira muito técnica. Quando finalmente os podres de rico se tornam só podres, a história começa a ter mais atividade e a leitura se torna mais agradável. Mas os capítulos muito longos deixam o livro bem maçante.
Para mim, a melhor parte desse livro foi o reencontro da família Mandible, mas essa parte não foi muito abordada no livro.

Rayssa 16/11/2023

O CAPITALISMO FALHOU FALHA E FALHARÁ
é maravilhoso para uma comunista ler uma "ficção científica" que dita praticamente como o capitalismo tem que se reinventar e mesmo assim fracassa. a autora simplesmente conseguiu envolver o leitor com a aflição da família e para quem não entende de economia, muito menos a economia estadunidense, o livro se explica e você consegue compreender que o sistema é fracassado e soberbo em achar que nunca seria derrubado, o fato da família que nunca foi próxima ter que se unir em uma era de dificuldade torna ele mais humano.
uma excelente leitura para aqueles que gostam de distopias sociais próximas a realidade.

ananezes 20/01/2021

Oportunidade perdida
A Família Mandible foi sem dúvida a pior leitura que fiz nos últimos 2 anos, pelo menos. Não posso dizer que a sinopse me interessou mas, como assino o Clube Intrínsecos e gosto muito de distopias, resolvi dar um chance. Afinal, quem nunca se perguntou como o mundo seria se os Estados Unidos não fossem a maior potência?

Desde o começo da leitura achei extremamente difícil me conectar com qualquer uma das personagens e com a relação entre elas. Relação essa de uma frieza sem tamanho, até mesmo entre os membros da família mais próximos. Será que estadunidenses são tão desprovidos de afeto assim?

O mais fatigante são os diálogos maçantes, utilizados como um artifício da narrativa para explicar o contexto e os termos de cunho econômico, o que faz com que as conversas familiares pareçam artificiais e forçadas. O pior é que capítulos inteiros transcorrem dessa forma. Me senti em uma palestra que não topei assistir.

A autora ainda faz um uso esparso de neologismos, característica de diversas distopias de sucesso. Mas que, aplicado a essa obra, parece incipiente, fraco, na maioria das vezes desnecessário e não chega a constituir um vocabulário novo e interessante. Deixa a impressão de que autora tentou aplicar uma fórmula e foi mal sucedida.

Alguns acontecimentos muito interessantes acontecem no decorrer da história, sobre os quais poderia ter sido dado um enfoque maior, mas são rapidamente relatados e aí voltamos aos diálogos intermináveis sobre Economia.

Só recomendaria esse livro para pessoas que tem grande interesse ou experiência no assunto.

Anderson.Lima 03/01/2021

O que somos sem o dinheiro?
A fortuna dos Mandible é algo que povoa a mente de todos os familiares, mas toda a fortuna é administrada por Douglas Mandible, um homem de 97 anos, que não gosta de falar sobre ela.?
Enquanto alguns dos familiares passam por sérias dificuldades, o patriarca desfruta de sua fortuna vivendo em uma das casas de repouso mais caras do país.?
?
Quando a economia americana entra em colapso, o dólar se desvaloriza e a dívida externa aumenta a níveis estratosféricos. Os países se unem e criam uma nova moeda mundial, o bancor, a qual os EUA não aceitam e se tornam um país isolado. Todo o ouro é confiscado. Hiperinflação e desemprego assolam toda a população. A vida da família Mandible é mudada de maneira drástica.?
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"As tramas que se passam no futuro são sobre os medos das pessoas no presente". É isso. As primeiras distopias que li pareciam algo totalmente impossível. Hoje em dia fico com a sensação de que elas são retratos de uma realidade desejada e defendida por muitos. No caso dessa em particular, por ser predominantemente focada na economia, pode parecer que as pessoas ainda conservam suas liberdades. Mas eis uma questão: o que somos sem o dinheiro? ?
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Sempre que uma realidade é muito ruim, surgem grupos que se apresentam como a solução para todos os problemas. Numa situação de privação extrema, inclusive de diretos, é normal que os indivíduos se apeguem a qualquer alternativa. A ideia que fica em mente é de uma utopia, mas será que elas existem? Talvez o grande problema seja que para onde quer que você vá, sempre estará sendo governado por seres humanos que, essencialmente, tendem a ser muitos parecidos quando possuem poder.?
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Eu gostei muito do contexto do livro e da trama em geral. Algumas ressalvas: em alguns trechos os diálogos são muito longos e cansativos; o início do livro não é instigante e demorei um pouco a pegar o ritmo. Mas vale muito a leitura porque as ideias são muito interessantes.?

Vini 15/01/2021

Mandible
Meu Deus que leitura maçante. Confesso que esse livro me deu uma certa ressaca literária.
Mas calma, apesar de ter um desenrolar lento e em demasia técnico nas primeiras 100 páginas, é uma história que merece ser lida.
Foi difícil acompanhar a trajetória dessa família em situações tão degradantes, propiciando momentos de calafrios na espinha, e de medo por ser uma distopia não tão impossível para a nossa realidade.