Kamilla 15/08/2021Esses prazeres violentos têm fins violentosResenha de releitura - 15/05/2021
Já deve ser a minha quinta releitura desse livro ao longo dos anos, é um dos meus romances favoritos, a cada releitura ele mantém essa posição, embora os motivos comecem a apresentar mudanças, até mesmo devido ao amadurecimento com o que eu faço cada releitura.
O romance de Heathcliff e Catherine continua impressionando pela sua intensidade, loucura e violência, não é o tipo de romance que a maioria das pessoas desejariam para si, se realmente se afastam do impacto da leitura e param para analisar mais friamente, mas é um romance que emula o que há de mais violento e incontrolável na própria natureza humana, assim como a própria Wuthering Heithgs.
Atualmente, o que mais me impressiona no livro e o estilo, como Emily Bronte usando apenas duas propriedades como cenário , conseguiu transpor para a história através de cada um deles a dualidade da natureza humana, a realidade das escolhas que a vida oferece a todos, e as inevitáveis consequências de cada uma delas.
Catherine Earnshaw é uma personagem trágica devido a sua incapacidade de escolher entre atender o chamado selvagem da sua natureza, representado por Heathcliff e Wuthering Heights e a sua necessidade de segurança e conforto representados por Edgar Linton e Thrushcross Grange e é através da sua tragédia servindo como fio condutor que Emily Bronte escreve esse tratado que toca em assuntos como direitos femininos, racismo, diferenças de classe, superstições e preconceitos.
A cada releitura encontro mais características que me fazem amar esse livro, e me impressiono com a capacidade criativa de Emily Bronte para escrever uma história tão intensa e provocadora enquanto tudo leva a crer que vivia uma vida isolada e resguardada. É um livro que nunca sairá da minha estante de favoritos pois cada vez que eu releio a história se abre para mim de uma forma diferente, aquele tipo de coisa que apenas outros leitores conseguem entender.