A era do Twitter

A era do Twitter Shel Israel




Resenhas - A era do Twitter


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Tauana Mariana 10/08/2011

A Era do Twitter - aprovadíssimo
James Buck sai da prisão e inspira este livro

Israel inspirou-se em James Buck para escrever este livro sobre o twitter. Buck, um estudante do curso de pós-graduação da University Of California, twitou apenas uma palavra "Preso", no banco traseiro de uma viatura de polícia, na cidade de Mahalla, no Egito, onde fazia uma especialização em Fotojornalismo. Esse tweet não apenas libertou James Bruck, pois seus amigos entraram em contato com o U.S. State Departament para libertá-lo, como fez com que Israel percebesse o quanto esta nova ferramenta de comunicação de mídia social havia, mais do que ele havia imaginado. 24 horas depois desse tweet, Buck twitou "livre".

Por que "Twitterville"?

O autor utiliza o termo "Twitterville" para se referir a comunidade no Twitter. De acordo com ele, o termo "transmite a sensação de uma cidade pequena e aconchegante, um lugar onde você conhece pessoas à medida que passeia por ruas conhecidas. Estas são pessoas com quem você compartilha amigos, valores e interesses em comum" (2010, p. 08). Israel afirma ainda que o Twitter nos permite que nos comportemos on-line, de maneira mais semelhante ao modo que fazemos no mundo tangível. No Twitter, "encontramos vizinhos que combinam conosco".

Como tudo começou

O Twitter começou com um desvio de rota de uma empresa chamada Odeo. Mas essa história começa realmente com Ev Williams (@Ev), cofundador da Odeo. Ele, junto com outro sócio, fundam uma empresa chamada Pyra, em 1999. Eles desenvolveram o primeiro software que permitia aos usuários finais criarem o que então se chamava weblogs.
Williams inventou uma palavra para nomear o novo sofftware para internet: "blogger". Em fevereiro de 2003, o Google adquiriu a Pyra, e Williams mais quatro funcionários foram trabalhar no Google, sendo que ele tornou-se o chefe do grupo que trabalhou no blogger.com. Em outubro de 2004, Williams deixa o Google, e oito semanas depois, cofundou a Odeo, juntamente com Biz Stone (@Biz).
Em 2006, as pessoas por trás da Odeo, sabiam que tinham problemas. Algo encomodava Williams e Stone: eles não conseguiam encontrar as pessoas quando precisavam delas. Era difícil convocar uma reunião. Era difícil quando surgia um problema e Stone e Williams precisavam reunir algumas pessoas. Também era difícil concordar se a reunião era mais importante do que a interrupção do trabalho. Alguém sempre perguntava a um membro da equipe técnica: "O que você está fazendo?"
No início de 2006, Stone e Williams decidem realizar uma dinâmica com sua equipe, afim de que estes encontrassem soluções para os problemas da empresa. Stone e Jack Dorsey (@Jack), arquiteto de software da Odeo, faziam parte do grupo que examinava a questão de os membros da equipe conseguirem encontrar as pessoas de que precisavam.


Jack Dorsey (@jack)

Dorsey comentou então que achava que poderia resolver o problema com uma antiga ideia sua, que começou a ser concebida a 15 anos. Então, inspirado no maneira como os veículo de emergência eram despachados, em 2006 ele postou no Flickr.com um esboço feito a mão do que mais tarde se tornaria o Twitter. Dentro destes 15 anos, foi a medida que as novas tecnologias evoluíram no início dos anos 2000, que Dorsey refinava suas ideias. Uma das suas inspirações era o SMS, pois ele era curto (160 caracteres), e pessoal.
Com auxilio de Stone, Dorsey promoveu algumas melhorias ao SMS. Ele cortou 20 caracteres do tamanho, a tela era de uma simplicidade franciscana e você respondia a uma única pergunta, que era ouvida com frequência pelos integrantes da Odeo: "O que você está fazendo?" O software foi desenvolvido em duas semanas, sendo finalizado em 13 de março de 2006, e havia sido projetado para ser um sistema de mensagem, mas aquilo era, na verdade, um blog muito pequeno - ou "microblog". Com esse novo microblog, a conversa ia de uma pessoa para a outra com facilidade e rapidez. A conversa fluía como um rio. Dorsey inicialmente batizou sua criação de Stat.us, mas o domínio já estava registrado. Ele optou por TWTTR, mas muitas pessoas pensaram que o nome seguia a tendência de supressão de vogais iniciada pelo Flickr.
A equipe da Odeo se apaixonou pelo TWTTR. Em pouco tempo, ele havia resolvido o problema imediato de encontrar as pessoas quando era necessário. Mas não era só isso. Todos os dias alguém encontrava outro motivo para usá-lo, e os outros tweetavam sobre a nova maneira de usá-lo. Em pouco tempo, havia mais pessoas falando sobre o TWTTR, do que sobre a Odeo, mesmo dentro da empresa.
Ao final do primeiro dia, um produto que havia sido criado para uso interno de uma equipe com 12 participantes, contava com 20 usuário. O pessoal da Odeo não conseguia resistir à tentação de compartilhar com amigos, que por sua vez, não resistiam à tentação de compartilhá-lo com seus amigos. Três anos depois, número de usuários já ultrapassava os 32 milhões.
Depois de um desentendimento, ocorrido por uma foto portada no Flickr e compartilhada no Twitter, Williams e Stone convocam uma reunião, devolvem o dinheiro dos investidores da Odeo, e fundam uma nova empresa, batizada de Obvious Corp. Eles promoveram Dorsey ao cargo de sócio e acrescentaram duas vogais ao nome da empresa e ao nome do produto. Ambos se chamariam Twitter.
A Twitter, Inc. começou em outubro de 2006. Ela era composta pela mesma equipe que trabalhava na Odeo. A única mudança estrutural foi que Dorsey passou a ser cofundador e CEO. Alguns anos depois, ele e Williams trocaram de cargo: Williams o cargo de CEO e Dorsey substituiria Williams como presidente.
A festa de apresentação do Twitter começou em março de 2007. Praticamente toda a empresa havia viajado até Austin, no Texas, para participar da South by Southwest (SXSW), o festival interativo mais conhecido do mundo. Escolher a SXSW como local de lançamento era um gesto ousado para o Twitter. Era uma ação de vida ou morte. Os custo do Twitter com viagens consumiram quase todo o seu orçamento. Com o dinheiro que sobrou, eles investiram em dois grandes monitores HDTV, que foram colocados em dois pontos de grande tráfego de pessoas, nos corredores do Centro de Convenções. Quando as pessoas tweetavam, os tweets apareciam nos monitores.
O Twitter arrasou na SXSW 2007. Os participantes usaram o Twitter para encontrar outros colegas e para compartilhar dicas sobre eventos diurnos e noturnos. Muito da intimidade que os veteranos da SXSW reclemavam terem perdido em Austin foi redescoberto no espaço virtual de Twitterville.
O Twitter foi considerado o melhor produto da SXSW e isso não causou surpresa. Entretanto, muito mais aconteceu por causa daquele evento naquele momento e lugar. A pequena equipe retornou a San Francisco. Ela tinha agora 60 mil usuários, o triplo do que tinha cinco dias antes.

Da Era da Transmissão para a Era da Conversa

O autor afirma que estamos saindo da Era da Transmissão para a Era da Conversa. Anteriormente, na primeira era, os consumidores apenas recebiam as informações, sem poderem responder com suas considerações. Na Era da Conversa, o usuário de o poder de réplica, tem o poder de conversar com a empresa e ser escutado. E cada vez mais as empresas estão se dando conta que precisam escutar seus clientes e participar da conversa, quando esta se trata de sua marca, produto ou assunto relacionado.
Israel afirma que uma mudança fundamental entre a Era da Transmissão e a Era da Conversa, é que mais decisões são tomadas na linha de frente do negócios, em que os representantes da empresa interagem mais com os clientes. Muitas empresas descobriram que é mais inteligente, mais popular e mais rentável tomar decisões nas fronteiras da organização do que em salas de executivos. A outra mudança, é que agora, o fluxo deixou de ser de cima para baixo (top-down) para ser de baixo para cima (bottom-up).
Considerações importantes

"O Twitter é a melhor plataforma para desenvolver relacionamentos com pessoas inteligentes onde quer que elas estejam, em qualquer empresa onde estejam e em qualquer nível funcional em que atuem". Christensen

"Twitterville é um mercado de ideias, pensamentos e preceitos. É o lugar onde as pessoas vivem de maneira expressiva, o que cria oportunidades e desafios para empresas de todos os portes e configurações". Governor

"O Twitter é o novo Google". Governor

"O Twitter não funciona quando você aplica técnicas de mídia de massa. Ele é muito mais próximo e pessoal". Israel

"Nós somos animais sociais, e geralmente realizamos nossa melhor colaboração quando conhecemos, confiamos e compreendemos as pessoas com quem fazemos negócios". Israel

"O Twitter me torna mais inteligente. Ele expande meu mundo, e isso não tem preço". Israel

"Eu penso que o que importa não é a quantidade de seguidores, mas sim, a qualidade das conversas". Israel

"Em Twitterville, você é o que você tweeta". Israel

Oito dicas

Se você é novo em Twitterville, as pessoas vão querer saber algo sobre você antes de decidir conversar com você. Isso não acontecerá se você abrir uma conta, não falar nada sobre si e seu interesses, e começar a seguir pessoas. Comece a jornada em Twitterville com o pé direito.

1- Mostre-se
2- Leia primeiro, fale depois
3- Em segundo lugar, poste. Siga depois
4 - Prefira amigos às estrelas
5- Evite ter estatísticas de spammer (seguir 2.000 pessoas e ser seguido por 5)
6- Tenha favoritos
7- Tenha calma
8- Pense em termos de vizinhança.


Minhas considerações

Creio que o livro vale tanto o quanto custa, quanto o tempo dedicado a sua leitura. Shel consegue nos transmitir de forma clara e bem pessoal, fatos e histórias que construíram a trajetória do Twitter.
As que mais me impressionaram foi a história de Bill Fergus, que fazia parte da equipe do Henry Ford Medical Center, durante a primeira cirurgia "twittada ao vivo". A história de Connie Reece que usou o Twitter para arrecadar milhares de dólares para pacientes com câncer. A história do The Coffe Groundz, um café perto do Hoston que usa o Twitter para encher suas mesas. A história de Susan Reynolds, que, ao descobrir que estava com câncer, compartilhou suas emoções com seus seguidores e postou uma foto sua com um saco de ervilhas congeladas dentro da blusa, para aliviar dores. As ervilhas então, viraram ervilhatares, e tornaram-se o símbolo de quem lutava contra a doença ou ajudava aqueles que a tinham. Também a história de Monk, que através do Twitter, conseguiu arrecadar fundos para a construção de uma escola em Sherpherds, sendo que na parede desta, encontram-se o nome de todos os twitteiros que ajudaram na causa, escritos pelos próprios alunos, em sinal de gratidão. Enfim, há muito mais histórias sobre empresas, marcas, reputações e relações com os consumidores, e a cada história, aprende-se sobre essa nova era, a Era do Twitter.


@Tauana_Mariana
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