A Desolation Called Peace

A Desolation Called Peace Arkady Martine




Resenhas - A Desolation Called Peace


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Andre.Pithon 17/05/2024

Bingo de Ficção Especulativa /rFantasy 2024
4.2: Space Opera

Ao terminar A Memory Called Empire, livro anterior desta duologia de Martine, lembro de um ímpeto de imediatamente partir para o segundo livro, pegar todas as indicações deixadas de uma continuação maior e mais interessante, expandindo sobre os temas do primeiro. Não segui a vontade, minha lista de leitura quase infinita demandava de mim, e fui deixando o tempo passar. Hoje em dia raramente sou o tipo de leitor de maratonar uma série inteira de uma vez, espaçando livros as vezes entre anos. E honestamente, acho que foi bom. Se eu fosse direto, sairia extremamente decepcionado daqui. As promessas estão aqui, sim, tecnicamente, mas diluídas, meio sem graça, realizadas da forma mais previsível possível.

Teixcalaan é uma série preocupada com memória, consciência, identidade. O primeiro livro explora o conceito de linhas de Imago; consciências acumuladas e passadas de indivíduo para indivíduo, uma cacofonia de mentes e memórias que auxiliam a manter o conhecimento vivo em uma cultura, e o poder derivado disso; mesmo em uma sociedade submissa a um império mais poderoso. A continuação expande a discussão ao introduzir uma espécie alienígena incompreensível, que se comunica de forma imperceptível, e o primeiro contato entre o Império e esse povo, e suas tentativas falhas de comunicação. Só que, em quesito de bater papo com alienígena, não chega aos pés de Arrival. É um conceito similar, realizado sem grandes momentos de genialidade, com as grandes descobertas sendo as mais previsíveis possíveis, zero surpresas no decorrer da história, e uma conclusão súbita e fácil.

E enquanto o primeiro protagonizava Mahit em um holofote firme, aqui o foco se dilui em múltiplos POVs. Three Seagrass é interessante, mas nunca tem nada para fazer no decorrer do livro. Eight Antitode é meio irrelevante, e sua participação nas políticas de Teixcalaan parecem uma perda de tempo difícil de levar a sério. Nine Hibiscus é interessante, e fica-me a vontade de que o livro deixa-se que ela e seu elenco de coadjuvantes protagonizam-se esta obra, sem precisar se inchar na necessidade aqui desnecessária de trazer de volta os protagonistas do livro anterior. Pois Mahit e Seagrass, mesmo que interessantes, e com um romance confuso e gostoso, são supérfluas, e facilmente removidas de seu próprio livro.

Não sei, difícil dar uma conclusão. Não é um livro ruim, mas é previsível, sem momentos grandes ou impressionantes, sem cenas carregadas de emoção, sem personagens realmente fascinantes, sem uma prosa cativante (é ok, nunca ruim), sem nada acima da média. Então por que não é ruim? Martine escreve bem, e tem ideias interessante em múltiplos sistemas de consciência se misturando e interagindo entre si. São conceitos fortes, que nunca são completamente realizados, e que eu gostaria de discutir mais, mas ao fazer eu destruiria a parte mais intrigante da obra. É um mundo ok, com conceitos fortes, mas que não tem uma história poderosa para acompanhar tais conceitos. E é um problema, quando se constrói um mundo carregado de temas fascinantes, mas não realmente uma narrativa para acompanhá-lo.
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julia 21/02/2021

Resenha: A Desolation Called Peace
A Desolation Called Peace foi uma leitura muito lenta e muito tensa. O que eu gostei imediatamente foi como este volume jogou fortemente com as consequências do que aconteceu em A Memory Called Empire: tanto em relação a toda a agitação política, mas também em como os personagens foram afetados pelo que aconteceu. As coisas demoraram um pouco para começar a se mover, então eu achei a primeira metade um pouco cansativa.

A construção do mundo continuou a se expandir! Foi muito divertido ver um pouco da Estação Lsel e, com a introdução de alguns novos personagens, ver como funcionava o governo de lá. Mahit, naquele cenário e devido a tudo o que havia acontecido com ela, estava lutando um pouco e era muito intrigante ler sobre ela tentando lidar com tudo.

Eu amei! as partes dos alienígenas e os pequenos interlúdios de sua perspectiva. Eles eram muito desconexos, mas faziam sentido de uma forma estranha? As primeiras cenas de contato também foram maravilhosas de se ler e eu me diverti muito com Mahit e Three Seagrass tentando estabelecer comunicação com eles.

Eight Antidote também merece seu próprio parágrafo: adorei sua perspectiva e como ele trabalhou arduamente para compreender as pessoas e as situações ao seu redor e como tomava decisões com base em suas impressões e crenças. Foi revigorante ter um personagem naquela posição que era novo na política e no que isso implicava.

E! não posso terminar minha resenha sem mencionar o breve salto no romance no livro. Não vou mencionar os nomes dos personagens, embora tenha certeza de que todos podem adivinhar, mas gostei bastante de como isso foi desenvolvido e a mudança entre os personagens. O final também foi muito fofo e fez um ótimo trabalho ao preparar a trama para uma próxima sequência.
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Clara Simões 29/05/2024

Talented, brilliant, incredible, amazing, show stopping, spectacular, never the same, totally unique
"to ravage, to slaughter, to usurp under false titles - this they name the empire; and where they make a desert, they call it peace."

uma continuação que não só faz jus ao primeiro livro, mas triplica a aposta com novos povs e um aprofundamento nesse universo tão fascinante. a princípio foi um pouco estranho sair da mente da mahit e encontrar tantas outras pessoas, mas acredito que a autora acertou muito nessa nova narrativa pois assim encontramos os personagens em seu estado mais cru, mais honesto, e podemos ver de maneira mais completa as nuances de suas motivações e relações.

aqui ampliamos ainda mais as discussões sobre memória, comunidade, linguagem e cultura, pertencimento. humanidade. vemos esse império, que com sua mandíbula monstruosa almeja consumir todo o cosmos, se intitular como o Mundo inteiro. mas o império não é o mundo. essa divisa entre aqueles que se veem como cidadãos da joia da civilização e aqueles à margem dessa sociedade civilizada é escancarada aqui. e essas diferenças gritam ainda mais quando pensamos nesses conceitos de cultura, de individualidade e coletividade - quão amplo é seu conceito de "você"?

me vi chorando no ato final inteirinho. poderia passar horas falando sobre cada aspecto que amei dessa história. amo amo amo

ps. me pego me perguntando às vezes sobre como seria a união com uma imago machine (e se eu faria). e é um mix do mesmo medo e fascinação dos personagens mais ignorantes com uma ânsia por essa experiência que elimina a solidão (mas também a individualidade? ou não? um novo conceito de existência

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she didn't have time to feel anything that strong. that--disarraying of the pattern of the world.

everyone dies, except memory.

it is the minds of a people that have to stay free. bodies die, or suffer, or ar imprisoned. memory lasts.
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