Por que escrevo

Por que escrevo George Orwell




Resenhas - Por que escrevo


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AdriLittig 15/03/2024

Por que escrevo
Neste pequeno livro descobrimos o que já tinha chamado atenção nas obras 1984 e A Revolução dos Bichos, um coração que se movia pela escrita com propósitos políticos, chamar atenção do leitor para o que estava acontecendo.
O capítulo livros x cigarros achei incrível, fiquei refletindo sobre preço x valor, enfim vale a pena conferir esta obra ?
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01/02/2024

"a tendência da prosa moderna é se afastar da concretude"
Orwell sempre muito didático e atual.

Essa coletânea de ensaios fala muito sobre a cultura e a língua inglesa, mas se torna um instrumento para todos escritores, linguístas, educadores e todos aqueles que flertam com a arte ou política.

Que possamos fazer da língua um instrumento, ou seremos instrumentalizados por ela! ?
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madu.zi 01/02/2024

Surpreendente e acolhedor
É algo totalmente fora e diferente das outras obras do Orwell, nesse livro, ele se consagra como um excelente ensaísta, trouxe pontos extremamente necessários a serem discutidos e descriptografados. Um deles me tocou no âmbito pessoal no caso do uso de palavras complexas e "bonitas de se proferir" para explicar coisas rápidas e simples. Foi um ponto que me tocou porque me vi várias vezes fazendo isso na minha graduação com medo da linguagem rápida e simples não ser o suficiente para me explicar e justificar. Orwell nos atentou a como esse tipo de manobra acaba matando e distorcendo o sentido real dessas palavras e até de metáforas, a ânsia de alguns escritores em lotar um livro de palavras complexas, locuções verbais que poderiam ser apenas verbos objetivos, só para dar um "ar de superioridade literária" àquela obra. Mais uma vez George Orwell se prova extremamente preciso e atemporal.
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bongars 12/01/2024

Eu só havia lido dois livros do Orwell: ?1984? e ?A fazenda dos animais? (A revolução dos bichos).
Agora, tive uma grata surpresa com esses ensaios.
Pretendo ler mais obras dele.
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Otávio Augusto 05/01/2024

Para além do Orwell romancista, há um grande ensaísta
Quem pesquisar livros de George Orwell em qualquer site encontrará dezenas de edições abarcando a sua prosa ficcional e não ficcional. Já tendo lido 1984 e A revolução dos bichos, decidi me aventurar neste volume de ensaios. São quatro ensaios: "Por que escrevo", "Política e língua inglesa", "Livros vs. cigarros" e "O leão e o unicórnio: O socialismo e o gênio inglês".

No primeiro ensaio Orwell revela quatro principais motivos para se escrever: a vaidade, o entusiasmo estético, o impulso histórico e o propósito político. A vaidade está presente no desejo de ser bem visto por outros, tratado como um intelectual ou mesmo ser lembrado após a morte. O entusiasmo estético é o prazer advindo da percepção do belo em uma obra de arte, para além do utilitarismo. O impulso histórico é a vontade de preservar acontecimentos, impedindo-lhes o esquecimento. Por fim, o propósito político está relacionado com o impacto na estrutura da sociedade que a literatura pode causar.

Orwell confessa que em boa parte da sua vida escrevia pelos três primeiros motivos. Entretanto, após ter trabalhado na Política Imperial Britânica, tendo contato com uma hierarquia rígida e com a pobreza e miséria desumanas, começou a se politizar. De maneira que, após presenciar a guerra civil espanhola, bem como vislumbrar a ascensão de Mussolini e Hitler, sua literatura se voltou integralmente para a política. Sendo assim, ele deixa claro que literatura e política se misturam, logo um escritor que se oponha a isso já está fazendo uma opção política. Por mais que não concorde integralmente com essa opinião, é de se ressaltar a qualidade da ficção de orwelliana, que transforma magistralmente política em arte.

O segundo ensaio, Política e língua inglesa, é bastante atual. Trata-se de uma crítica aos chavões e lugares comuns da língua que são repetidas a ponto de se esvaírem por completo ou de terem seu significado distorcido conforme o interesse - muitas vezes político - de quem as usa. Palavras como democracia, nazismo, fascismo, justiça e igualdade já eram utilizadas com significados arbitrários em sua época, a fim de atender aos interesses da política. Dessa forma, há uma grande imprecisão das ideias transmitidas textualmente, além de um empobrecimento linguístico, tendo em vista que se utilizam expressões concebidas por outras pessoas, negligenciando-se o próprio pensamento do escritor. É quase impossível deixar de utilizá-las devido à sua presença em todos textos e noticiários - Orwell não conheceu o caótico palavrório das redes sociais - , o que nos obriga a sempre nos policiarmos ao escrever, investigando o uso de cada vocábulo. De brinde ele nos deixa seis dicas para escrevermos bem:

1. Nunca use uma metáfora, comparação ou outra frase feita que esteja acostumado a ver escrita.

2. Nunca use uma palavra longa se pode usar uma curta que signifique o mesmo.

3. Quando possível eliminar uma palavra, sempre elimine.

4. Nunca use a voz passiva quando puder usar a ativa.

5. Nunca use uma expressão estrangeira, uma palavra científica ou um termo de jargão se puder pensar em uma palavra equivalente em seu idioma que seja de uso comum.

6. Descumpra qualquer uma dessas regras antes de escrever algo que pareça estúpido.

O terceiro ensaio me foi o menos interessante. "Livros vs. cigarros" se resume a um breve cálculo do quanto se pode gastar com livros ou cigarros, de maneira a provar que, sem sombra de dúvidas, o motivo de se ler pouco não é o alto custo dos livros, mas a baixa atração que a leitura desperta nas pessoas, quando comparada a hobbies até mais caros, porém mais estimulantes. Talvez essa reflexão ´também valha para o Brasil do século XXI.

Por último, "O leão e o unicórnio: o socialismo e o gênio inglês" é um ensaio bem longo sobre patriotismo, política e revolução socialista. De início, Orwell caracteriza o povo inglês como um dos mais patrióticos do mundo, possuidores de uma cultura que, apesar de arcaica, é muito respeitada por todos, desde os operários da classe mais baixa até a aristocracia. Esse patriotismo deságua na xenofobia, que causa o alheamento do inglês à cultura externa, o que, em escala menor, traduz-se no desinteresse pela cultura estrangeira - idiomas, músicas, literatura e culinária - , e em maior escala, na ignorância política. Dessa forma, a insularidade da Inglaterra é vista como uma das causas da ascensão dos regimes totalitários no século XX, tendo em vista que o país foi conivente, direta ou indiretamente, com a ascensão da Espanha de Franco, da Alemanha de Hitler e da Itália de Mussolini.

Nessa perspectiva, Orwell desnuda a sociedade inglesa de 1940 - data do ensaio - e mostra o quão estratificada ela é. Se por um lado há banqueiros e aristocratas vivendo em palácios e casas de campo, jogando críquete e vivendo a base de rendimentos de fortunas transmitidas hereditariamente, sem precisarem trabalhar, há operários que jamais conseguirão se aposentar, fadados a viverem em condições miseráveis de emprego e de subsistência. É um País quase feudal.

Sendo assim, Orwell enxerga o socialismo como a única possibilidade da Inglaterra combater a ascensão de regimes totalitários e de conseguir modificar as bases de sua sociedade capitalista e desigual. Deveria ocorrer, então, uma revolução de baixo para cima, a partir da disseminação de ideias socialistas na massa da população, que seria responsável, consequentemente, por uma mudança na política do seu país. Apesar desse ponto de vista se mostrar equivocado para um leitor do século XXI, ele nos esclarece duas coisas até hoje muito negadas: George Orwell foi um intelectual de esquerda - não de direita - e sempre criticou regimes totalitários - não apenas o stalinismo.

Confesso que esse último ensaio talvez seja mais proveitoso para algum estudioso de história, mais especificamente um historiador do século XX, pois muitas informações e reflexões levantadas são muito particulares desse período da história da Inglaterra e do mundo. Ainda assim, tive muito proveito.

Quem já conheceu o George Orwell literato deve conhecer o ensaísta. Ler esses ensaios é conhecer a mente por trás desse gênio do século XX. Sem dúvida alguma, após a leitura dessa coletânea, poderemos fazer leituras mais aprofundadas de 1984 e A revolução dos bichos.
Steffany4 06/01/2024minha estante
????????




Steeffany 27/11/2023

Alta sensatez
Eu gostei bastante dos ensaios, em específico(de acordo com o número de anotações que fiz) o ensaio: Política e a Língua Inglesa. E olha que eu não procuro ler nada sobre política!
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William.Brandini 07/11/2023

Não esperava encontrar um Orwell tão revolucionário aqui, mas talvez ele tenha se proposto a ser mais disruptivo em meio a névoa da guerra. Fato é que ele errou a maioria das previsões que fez com relação a Inglaterra e, colocando em perspectiva, me pareceu bastante ingênuo em algumas crenças sobre o futuro.

Já quanto as opiniões literárias ele foi bem mais assertivo. Há bons argumentos e dicas sobre a escrita e linguagem. Orwell ainda me surpreende pela honestidade ao contar sobre suas motivações:

"Puro egoísmo. O desejo de ser visto como inteligente, de ser tema de conversas alheias, de ser lembrado após a morte, de se vingar dos adultos que me desdenharam na infância."
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a___normal 11/10/2023

Orwell realmente encarnou o socialista nesses ensaios.
Mas é Orwell, então é tão lúcido quanto se poderia imaginar. Mesmo que enervante em alguns momentos.
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arrobasamara 08/10/2023

POR QUE ESCREVO, livro composto por quatros ensaios onde Orwell conta como e quando começou a escrever, segundo ele, sempre soube ter facilidade com as palavras, ao quatro anos escreveu seu primeiro poema.
Diz ainda existir quatro motivos pra alguém escrever: o egoísmo, o entusiasmo estético, impulso histórico e o propósito político, e todos eles existentes em graus distintos em todo escritor.
Crítica a falta de clareza, o excessivo uso de metáforas na escrita e a falta de uma linguagem clara e objetiva. Gostei muito do terceiro ensaio onde ele aponta que muitas pessoas dizem não ler por livros serem caros, mas gasta muito mais dinheiro com outras coisas, como bebida, cigarro etc. Por último também fica mais claro a posição política do autor com sua crítica ao totalitarismo e sua afinidade com o socialismo democrático, além de opinar sobre possíveis estratégias perante a ascensão nazista e fascista na Europa.

Assim como a maioria das pessoas, meu primeiro contato com Orwell foi com o livro 1984 e A revolução dos bichos. Vale muito a pena conhecer um pouquinho mais do autor com pensamentos tão íntimos.

“Nenhum livro é genuinamente isento de viés político. A opinião de que a arte não deveria ter nada a ver com a política é, em si mesma, uma atitude política. “
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anahelena.blasilemos 28/08/2023

POR QUE ESCREVO e outros ensaios – de George Orwell
A obra de Orwell dispensa apresentações.
Ele dizia que sua ambição era ‘fazer política escrita em arte’.
O estilo ‘orwelliano' influencia milhares de pessoas ao redor do mundo.
É sinônimo de crítica a sistemas autoritários e/ou totalitários, seu pensamento é contrário a todas as formas de tirania e seus neologismos são conhecidos e popularmente usados como tradução para hipocrisias e arbitrariedades de governantes despóticos.
Faço um parêntese: são assustadoras as verossimilhanças de práticas naturalizadas nos dias atuais com aquelas projeções distópicas de Orwell.
Aqui, no entanto, me restrinjo ao escritor de ensaios, pois sim, George Orwell foi – e é - um ensaísta e tanto.
Neste pequeno livro temos acesso a quatro deles, todos muito interessantes, todos envoltos no poder dos livros e da leitura, na importância da linguagem e na necessidade de se escrever.
No que dá título ao livro, “Por que escrevo”, ele elenca quatro principais motivos que estimulam a maioria dos escritores a escrever e discorre deliciosamente sobre cada um deles.
O segundo ensaio, “Política e a língua inglesa” é bastante conhecido e descreve a importância da linguagem clara e precisa, pois é ela que molda o pensamento da base da sociedade e adquire o poder de moeda política.
O terceiro intitula-se “Livros vs. cigarros”, onde ele expõe o baixo número de leitores ingleses – imaginem só – e variados motivos pelos quais eles fogem dos livros, tendo como argumento principal seus altos preços. No entanto tenta provar por cálculos meio amalucados, que a maioria deles gasta mais em cigarros do que gastaria em livros.
And the last, but not least, “O leão e o unicórnio: O socialismo e o gênio inglês”, ele faz uma imersão na personalidade do cidadão inglês e descreve chagas e sequelas que a guerra deixa nas sociedades.
Orwell nos incita a proteger nossa linguagem pois a habilidade para pensar e comunicar com clareza é o que está entre nós.
PERSONAGEM: George Orwell
CITAÇÃO: “... quatro grandes motivos para escrever, ao menos para escrever prosa.
1 – puro egoísmo;
2 – entusiasmo estético;
3 – impulso histórico;
4 – propósito político.”
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Lorrana9 05/08/2023

Esclarecedor e, apesar de antigo, reflete à atualidade.
A primeira coisa que eu percebi desses ensaios, principalmente do último (O Leão e o Unicórnio), foi a necessidade de uma consciência política do leitor, como em muitos outros livros do Orwell. A escrita é bastante fluída, mas existem muitas informações que às vezes é preciso organizar tudo na cabeça e continuar a leitura.
Gostei como o autor faz análises relativas à escrita moderna inglesa, aquilo me fez entender o porquê de discursos importantes, terem suas complexidades.
O capítulo "Livros vs. Cigarros" foi muito bom, mas acredito que deveria ter sido mais desenvolvido.
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Rafael1548 30/07/2023

Relevante
O livro é um compilado de 4 ensaios de George Orwell que se segue:

1) Por que escrevo: ensaio em primeira pessoa no qual discorre os motivos que impulsionaram o autor a ter uma vida ativa de leitura e escrita.

2) Política e a Língua Inglesa: aqui demonstra o papel fundamental da linguagem na política. Esta não é vista como um processo de "evolução", mas como um ato proposital é impositivo de uma casta (como os panacas que falam TODES).

3) Livros VS. Cigarros: tratasse de um comparativo entre os gastos aproximados do autor com os gastos médios de cigarros de um cidadão inglês. Mesmo com proporções pessoais e passíveis de erros, a essência demonstra que aqueles que criticam os literatos de gastos exorbitantes com livros fazem a mesma coisa, mas com vícios asquerosos. Ou seja, naquilo que criticam fazem de forma nojenta e improdutiva.

4) O Leão e o Unicórnio: O Socialismo e o Gênio Inglês:

Este ensaio é o enfoque na progressão comunista/socialista na visão do autor na época que militava nessa vertente política. Observa-se forte influência do período entre guerras com o fracasso do modernismo e a fuga de valores. Extremamente atual na ação dos comunas safados e petistas vagabundos de nosso tempo.

Segue fragmento de grande importância:

"[ O Governo Socialista] Vai desestabilizar a Igreja, mas não perseguirá a religião. Preservará uma vaga devoção ao código moral cristãoe, de tempos em tempos, acabará se referindo à Inglaterra como um ' país cristão'. A Igreja católica vai guerreá-lo, mas as seitas conforrnistas e grande parte da Igreja anglicana aprenderâo a conviver corn ele. "

A perversão manterá uma falsa aparência, mas será de conteúdo em prolongado estado de putrefação.
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Capitão Peixoto 18/07/2023

Simplesmente Orwell
"Eu escrevo por vaidade, para deixar uma marca, para que as pessoas lembrem de mim."

Ser cirúrgico e nescessário já são duas características essenciais de toda escrita do George Orwell.
? Escreve sobre o que sente
? Crítica o sistema
? Crítica o preço do livro enquanto crítica o sistema

Qualquer pessoa minimamente interessada em política e história socialista deveria conhece o Eric Arthur.

"É fato que qualquer homem rico, a menos que seja judeu, tem menos a temer do fascismo do que do comunismo ou do socialismo democrático."
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Assis 16/07/2023

É por isso que escrevo...
Mais do que uma obra pura e direta sobre a escrita; inclusive sobre a escrita do próprio autor, é um livro que indiretamente explica porque ele escreve, dado o fato de que sua obra mais conhecida e "discutida" é 1984. Isso para não citar A Revolução dos Bichos.
Portanto, e essa é apenas a minha opinião, "Por que escrevo" é uma leitura interessante, e, tendo em vista seus objetivos indiretos, diria até que é uma leitura obrigatória para quem quer aprender um pouco mais sobre o estabelecimento da democracia e do capitalismo e do socialismo tendo por base os desdobramentos da luta contra Hitler na Europa.
Mas não aconselho essa obra para pessoas nem extremistas e nem de mente fechada. Porém, ainda que o sejam, a leiam e aprendam com o que ela tem de bom pra oferecer.
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Edvaldo Neto 09/07/2023

Seleção de Ensaios Perspicazes de George Orwell
"Por que Escrevo", de George Orwell, é uma obra que mergulha no âmago da escrita e explora os motivos pelos quais os autores se sentem compelidos a expressar-se. Nesta seleção de ensaios perspicazes, Orwell reflete sobre a natureza da literatura, a política e a busca pela verdade. Com uma prosa afiada e envolvente, o autor revela suas convicções e valores, oferecendo uma visão essencial para todos que apreciam a arte da escrita e o poder das palavras. Uma leitura essencial para os amantes da literatura e da reflexão introspectiva. E nos mostra a sua perspectiva em relação a Inglaterra e ao mundo, assim como o contexto histórico vívido.
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