Os Bruzundangas

Os Bruzundangas Lima Barreto




Resenhas - Os Bruzundangas


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Tati 01/04/2024

Os brazucas
A República da Bruzundanga, um país no qual o cronista brasileiro teria morado por algum tempo, e que ?fornece matéria de sobra para livrar-nos, a nós do Brasil, de piores males, pois possui maiores e mais completos?. A graça dessa afirmação encontra-se no fato de que a Bruzundanga é justamente uma representação do próprio Brasil, como logo se percebe a partir da leitura dos textos. Se trata de uma grande encenação do autor, uma brincadeira ácida, que busca criticar um país cheio de defeitos como o nosso, sendo o primeiro deles a própria incapacidade de autocrítica. Cada crônica tem como foco um determinado aspecto da nação. Eles são variados, mas abordam desde questões políticas, como a Constituição ou a qualidade dos representantes da época, até questões comportamentais, como a cultura da classe burguesa. Essa última torna-se prato cheio para um autor rejeitado como Lima Barreto, que não perde ali a oportunidade de cutucar a pobreza de espírito dos seus conterrâneos. Em relação a crítica política, é brilhante! Tem uma série de piadinhas sobre políticos da época para evidenciar o quanto esses representantes eram medíocres nas suas atitudes e na sua competência. Está muito presente também a sua percepção sobre um povo dividido entre trabalhadores de vida miseráveis e governantes pertencentes a uma estirpe de nobreza ?os doutores? , que são dadas a respeitabilidade irrestrita de que dispunham os advogados, médicos e engenheiros na época e que, guardadas as devidas proporções, mantêm até hoje. Uma das coisas que o autor mais se queixa, e que fica evidente no último trecho é a falta de respeito com que é tratado o seu país. É algo que chega a comover, pois entrega o verdadeiro amor que Lima Barreto tinha por sua pátria. Um amor real. Em várias partes do livro o autor mostra a sua tristeza por vivermos em um país tão saqueado, tão vergonhosamente explorado por um pequeno grupo de pessoas com nenhum interesse na coletividade e no desenvolvimento da nação. Qualquer um que tenha acompanhado a história do Brasil nos últimos anos sabe que, infelizmente, pouco disso mudou. Ler Os Bruzundangas é se encontrar com uma realidade absurda e incômoda a qual aquela sociedade aparentemente tão ridícula descrita por Lima Barreto ainda é a nossa. Chega a ser frustrante e desesperador.
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08/12/2023

História suepr interessante, envolvente e cômica. A relação entre a realidade inventada e a verdadeira é muito divertida. Dá vontade de devorar o livro de uma vez.
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Yann Almeida 24/05/2023

Datado
A obra busca evidenciar de forma irônica e ácida as falhas encontradas no sistema e seus representantes. Lima Barreto faz isso muito bem, mas muito se perde devido aos anos de diferença da leitura.

A narrativa até flui, porém foi um constante sentimento de "aham, tá bom". Se não tivesse me obrigado a concluir, talvez tivesse abandonado a leitura.
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Euelivros 04/05/2023

Atemporal
Usando ironia e uma escrita Belíssima, Lima Barreto é pontual e certeiro em suas falas e opiniões e situações mostradas aqui.
É tão atual o que vemos aqui, e acabando essa leitura eu me questionei:
Um livro tão antigo, que trás em sua história fatos e questões de sua época, é tão atual pelo fato dos mesmos problemas mostrado a décadas atrás continuarem ainda hoje, onde estamos evoluindo como sociedade?
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Tiago 01/04/2023

Um país como o nosso...
Este livro veio junto do volume do clube de literatura clássica, é um verdadeiro presente. Aqui nós temos um certo país existente, que poderia ser puramente o nosso e vemos aqui duras críticas a primeira república, um período extremamente conturbado do nosso país. Nós encontramos tudo mesmo que nos pertence, nossos golpes, nossos males, nossos enganos, as propinas, as transações obscuras, fala sobre políticos e eleições, forças armadas, artes, música e sociedade. Longe de ser um romance com análises sociais, sua prosa se distancia um pouco disso, é um diário de um viajante ao famoso país de bruzundanga e seu relato. No final, eu posso assegurar que tive a sensação que assim como o país e a sociedade bruzundanguense daquela época, nós não mudamos muito não...
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Sol 62 21/12/2022

A história mostra quão pouco mudamos nesses últimoscem anos!
Os Bruzundangas de Lima Barreto foi publicado postumamente em 1923. É uma crônica satírica política da vida brasileira nos primeiros anos após a Programação da República.

O recurso utilizado pelo autor é de um narrador viajante estrangeiro (brasileiro) que mora por um tempo em um país fictício, denominado Bruzundanga. O narrador relata ?histórias? sobre Bruzundanga e seu povo, com o intuito de fornecer ?matéria prima de sobra para livrar-nos, a nós do Brasil, de piores males, pois possui maiores e mais completos? (p.11).

As histórias narradas com ironia sarcástica, são baseadas em fatos verídicos ocorridos (e que ainda ocorrem!!!) no contexto político, social, econômico e cultural no Brasil, todavia transladados para Bruzundanga.

Por ser escrito no início do século XX, o autor utiliza muitas palavras já em desuso, sendo necessário o uso do dicionário para melhor compreender alguns termos. Isso, a meu ver, engrandece a escrita pois gera um aprendizado interessante.

Enfim, a crônica de Lima Barreto, nos mostra que, principalmente no âmbito político e econômico, no Brasil muito pouco mudou, o que explica o grande foço entre os muitos ricos e os pobres, entre a elite política/econômica e o povo.

É um livro que indico a leitura.
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Rafael 04/10/2022

Onde as aparências importam
Quando nos deparamos com uma mistura de coisas imprestáveis ou algo confuso, estamos diante de uma bruzundanga. Nesse livro (1917), conta-nos Lima Barreto sobre sua estada na curiosa República dos Estados Unidos da Bruzundanga, uma velha e rica terra que em muito se assemelha ao Brasil.

No país visitado, tudo ocorre inversamente à forma esperada pelo autor. Lá, para os literatos (samoiedas) e a nobreza, apenas a aparência das coisas importa, de modo que curar ou bem exercer a medicina não interessa ao médico, por exemplo, mas ser doutor, e dessa posição usufruir toda sorte de privilégios sociais. Por sua vez, a classe política fomenta a miséria popular e perpetua seu poder por meio dos seus muitos familiares no governo, assumindo como verdadeiro fim da sua atividade fazer o povo bruzundanguense infeliz.

Também nesse lugar, tudo que vem do seu exterior é visto como melhor e digno de ser imitado, da Constituição à forma de pensar. Aliás, é sábio na Bruzundanga aquele que escreve livros com as opiniões dos outros, que cita mais autores estrangeiros. Esse, se possível for, deixará seu país na primeira oportunidade que tiver.

Essa divertida (e triste) aventura do autor foi publicada inicialmente no periódico A.B.C., a partir de janeiro de 1917.

Para além dos temas citados, Lima Barreto aborda, na obra, o exagerado culto ao dinheiro e o racismo, este último bem manifesto nas estruturas militar e diplomática do país (aqui são questionados os "heróis bruzundanguenses", nas entrelinhas figuras como Floriano Peixoto e José Maria da Silva Paranhos Júnior - o Barão do Rio Branco, ambos da nossa Primeira República).
Milena.Berbel 04/10/2022minha estante
Gostei muito da resenha.




Lucas Lobo 19/08/2022

Ordem e Progresso
Que livro espetacular! O jeito que Lima Barreto usa a ironia nessa obra faz lembrar-me muito de Machado de Assis.

Meu primeiro livro de Lima barreto e gostei bastante.
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Diego 16/06/2022

Divertido
Uma divertida coletânea de textos com descrições e críticas aos usos e costumes dos habitantes da República dos Estados Unidos da Bruzundanga.
Suponho que existam diversas alusões às quais não consigo alcançar por não conhecer os personagens da época.
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Iasmim.Almeida 15/11/2021

Sejam bem-vindos à república das bananas!
A República dos Estados Unidos da Bruzundanga é um país onde imperam duas leis máximas; o orgulho vaidoso; e a prerrogativa da aparência figurativa de ser, parecer e estar. Os Bruzundangas faz um recorte macro e sátiro deste país, um tanto contraditório e até mesmo curioso. Encontramos na Bruzundanga uma república falida, um pais afundado em vaidade e hipocrisia; um governo decorativo, desgovernado e perdulário com governantes omissos e meramente ilustrativo, e uma  sociedade extremamente miserável, mas orgulhosa e patriota e até mesmo, vaidosa. 

Sejam bem-vindos ao país da contradições, das discrepâncias, das irregularidades e dos "arrumadinhos", sim, qualquer semelhança com o "jeitinho brasileiro" do nosso país, o Brasil, não é mera coincidência. O "jeitinho brasileiro" tem nome e tem história! A República da Bruzundanga espelha o Brasil de inúmeras maneiras, a analogia é tal atual quanto o jornal matinal da manhã. Prepare-se para ter seus sentidos e sua percepção confundidos, e para perder a noção de realidade e ficção. Ambas se misturam e se integram de uma forma fascinante neste clássico. Recomendo demais a leitura desta obra incrível de Lima Barreto.
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andyelivros 09/09/2021

Os Bruzundangas!
Os Bruzundangas (1923) é um livro de crônicas satíricas em que há a criação de um país fictício, no qual impera a desigualdade social, o mau uso do bem público, o nepotismo, por fim, uma crítica contundente à sociedade brasileira e seus representantes ? na política e na cultura ? na primeira metade do século XX, porém não é de se estranhar a aproximação temática com os dias de hoje. O livro de Lima Barreto, publicado postumamente, ainda permanece atual, o que permite uma reflexão sobre as diretrizes que persistem em nossa sociedade.
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RPericelli 12/06/2021

Nosso (?) conformismo decendial
Nosso (?) conformismo decendial
Embora uma obra crônico-satírica do país fictício Bruzundanga, cheio de seus próprios problemas sociais, econômicos e culturais, "Os Bruzundangas" retrata muito claramente o Brasil dos tempos da República (e em muitas facetas, o Brasil que ainda é).

Com linguagem que flerta com a acadêmica -- afinal o autor assume a função de historiador, sociólogo e antropólogo diante o povo e a história bruzundanguense -- Lima Barreto esmiúça as realidades do(s) país(es), criticando a sociedade de sua época e da condição das coisas serem do jeito que são pelo conformismo de um povo, que veem nas ações e nas opiniões pseudo-eruditas de seus governantes e de suas elites as verdades sobre o bem-estar e manutenção de uma nação.

Vista de fora, Bruzundanga grita às nossas realidades históricas, e esses gritos reboam no desinteresse ainda presente em muitos de nós sobre a coisa pública, sobre o que nos une como povo, e sobre o conformismo político em que constantemente submergimos.
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Arcturus 13/04/2021

"A Bruzundanga era um sarcófago de mármore, ouro e pedrarias, em cujo seio, porém, o cadáver mal embalsamado do povo apodrecida e fermentava."
Obra extremamente interessante e de forma surpreendente, atual. Lima Barreto faz aqui uma sátira à sociedade brasileira de seu tempo, na forma do fictício país Bruzundanguense. Nas suas palavras, a sociedade podia ser definida com a palavra medíocre.
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Thiago662 16/02/2021

Atemporal!
Uma obra satírica que retrata os diversos problemas sociais, econômicos e culturais brasileiros por meio da análise da situação da fictícia República dos Estados Unidos da Bruzundanga.

Lima Barreto é um dos grandes intelectuais do Brasil e um crítico das injustiças do seu tempo. Lendo-o, fica a sensação de que muitos dos problemas apontados pelo autor no início do século passado ainda nos assolam.
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