Diogo Crema 31/07/2023
Um crime, dos Voluntários da Pátria
Dentre as datas oficiais celebradas no país, está o 16 de agosto ? Dia das Crianças ?, quando 3.500 meninos, recrutados para lutar na Guerra do Paraguai, morreram na batalha de Acosta Ñu. De dezembro de 1864 a março de 1870, os exércitos da Tríplice Aliança ? Brasil, Argentina e Uruguai ? combateram as forças paraguaias.
Posteriormente à tomada de Assunção, em janeiro de 1869, Caxias retornou ao Brasil, como também o fizeram os contingentes uruguaios e argentinos.
Assumia a liderança das tropas brasileiras, Gastão de Orléans, o Conde D?Eu, consorte da Princesa Isabel e um dos personagens mais contraditórios da Guerra do Paraguai.
Solano López já não dispunha de número suficiente de homens treinados para manter os combates, que se intensificavam em todas as linhas. Nesse período, idosos, mulheres e crianças estavam sendo recrutadas, porque a artilharia de coalizão já havia dizimado os contingentes formados por soldados adultos.
Na Batalha de Acosta Ñu, López colocou adolescentes e também crianças de 6 a 8 anos, disfarçadas com barbas postiças, atrás das trincheiras. De longe, os soldados brasileiros viam soldados paraguaios adultos e atacaram brutalmente. O combate durou mais de seis horas. Mães auxiliavam no enfrentamento levando paus e pedras às crianças.
No clímax da luta, durante a tomada das trincheiras, assustadas, as crianças menores se agarravam às pernas dos soldados brasileiros e imploravam chorando para que não as matassem. Não houve piedade. Cerca de 3.500 infantes foram chacinados por 20 mil soldados profissionais.
Entre muitos sucessos no front, o Conde D?Eu foi o responsável por escrever alguns dos mais vergonhosos capítulos da guerra.
Finda a batalha, quase anoitecendo, as mães saíam das matas em derredor para resgatar os cadáveres de seus filhos e socorrer as crianças feridas. O Conde D?Eu ordenou, então, que fossem incendiadas todas as casas. A determinação era matar ?até mesmo o feto no ventre da mãe?.