Lethycia Dias 08/04/2022Poesia que gritaNádia Camuça está entre as artistas que mais gosto de acompamhar na internet, e quando ela lançou "Meus fantasmas dancam no silêncio", meu interesse foi imediato. A oportunidade de ler demorou um pouco mais do que esperava, mas foi tão proveitosa como eu imaginava.
Em seu primeiro livro, Nádia deixa evidente para o mundo quem é enquanto escritora: uma poeta contemporânea e uma mulher que está cansada de ser silenciada. Seus poemas revelam a profunda revolta tradiza por um constante silenciamento imposto às mulheres que não aceitam ser aquilo que querem que sejamos. Mulheres que gritam, pois não aguentam mais o silêncio. Não aguentam mais a pressão de serem queitas e amáveis, e querem asssumir a o peso de ter pensamentos que doem, de ter corpo, mente e sexualidade. Poemas que falam abertamente de sexo e do corpo feminino dizem isso de forma marcante.
O livro deixa claras as influências de Virginia Woolf e Sylvia Plath, em dois poemas que me deixaram arrepiada. Também estão ali poetas brasileiras contemporâneas como Mika Andrade, Nina Rizzi e outras escritoras, homemageadas em um texto que toca fundo nas feridas sobre o lugar reservado a nós mulheres.
"Meus fantasmas dançam no silêncio" foi uma leitura muito aguardada por mim e um lembrete para continuar acompanhando o trabalho de Nádia. Seu novo livro, "Cierzo", é focado em poesia erótica e já estou ansiosa para ler.
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