wild.ivy 16/03/2023Chato e forçado, como sempre...Essa saga, do primeiro livro até esse terceiro, nunca me inspirou muita paciência. E escrever essa resenha também não, mas vamos lá.
Minhas duas estrelas são exclusivamente por motivos de a escrita do Draccon ser de uma fluidez excepcional. Já devo ter comentado em resenhas anteriores, mas o único motivo de eu não ter jogado esse livro pelos ares vem da capacidade do autor de fazer o negócio fluir mesmo com o leitor (nesse caso, eu) parando o tempo todo pra respirar fundo, revirar os olhos e morrer de vontade de abandonar.
Agora, em relação ao conteúdo, novamente uma decepção. Sempre tenho esperanças de que com o livro seguinte a história vai ficar melhor, mas parece que só piora e só se torna mais forçada e maçante. Sério, os personagens são muito, muito CHATOS e me IRRITAM (essa é principalmente pra você, Ariane). Não tem um único dentre as dezenas que foram apresentados que me cativou. Nenhum que eu ficaria triste se morresse, até porque aí vem outro ponto: esse livro narra a Primeira Guerra Mundial de Nova Ether, mas desde o princípio (e não importa quantas vezes o narrador afirme e reafirme que a possibilidade de perder é enorme, que o inimigo tem a vantagem, que a porcentagem de vitória é quase nula) fica ÓBVIO que nenhum dos personagens significativos tem QUALQUER CHANCE de morrer. Simplesmente não existe aquela emoção de um campo de batalha onde perdas grandes são inevitáveis e quase certas, principalmente quando a vitória aparenta ser impossível! E outra coisa que considero terrível que aconteça em situações assim, é o fato de que em TODOS os desafios, quando a batalha parece perdida, surge um salvador do cacete a quatro e muda totalmente o curso da batalha. Ou apenas parcialmente, só pra outro salvador surgir em outro momento propício e forçar uma chegada "épica". Isso me irrita de uma forma que não tá escrito!!!
Além de certa agonia gerada pela escrita do autor, quando ele faz umas paradas dramáticas do nada pra revelar algo depois (nem sempre algo importante). Ele repete tanto isso que chegou num ponto em que o que deveria ser surpreendente apenas se tornou estressante. Outra coisa é colocar diálogos anteriores no meio de cenas novas. Novamente, O TEMPO TODO! São questões em relação a escrita que, ao invés de criarem um mistério e uma certa tensão, acabam se tornando desgastantes e cansativas pela repetição desnecessária.
Outro ponto que continua constante e insuportável, que vem lá desde o primeiro livro, é o papel feminino na história. Gostei da cena da Bradamante lutando com o gigante, por mais irrealista que tenha sido, mas foi só isso. Depois desse momento, a mulher praticamente sumiu do campo de batalha, apenas reiterando a tentativa forçada do autor de dar algum papel "significativo" a uma personagem feminina apenas pra dizer que existe alguma inclusão simbólica que é super passageira. Até porque, durante vários pontos desse e dos livros anteriores, o machismo intercalado com as palavras "inofensivas" é muito presente e desgastante. E como já comentei em resenhas anteriores, soa tão normalizado na história (quando ele não tenta lacrar) que é aí que mora a minha insatisfação.
Acho que nunca uma história me incomodou tanto em taaaantos aspectos como a saga de Dragões do Éter, mas infelizmente é isso. Vou ler o quarto livro porque já foi comprado, mas já não tenho expectativas em relação ao conteúdo. Que o universo me dê forças pra não ficar vesga de tanto revirar os olhos!