Revolta da Vacina

Revolta da Vacina André Diniz




Resenhas - Revolta da Vacina


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Gabriel A. 09/07/2021

Zelito é um jovem cearense que tem o sonho de se tornar um grande ilustrador. Enfrentando a forte predileção do pai ao irmão e querendo se provar tão bom quanto, Zelito vai para o Rio de Janeiro em busca de seu sonho tendo um prazo de seis meses, dado pelo seu pai, para construir uma carreira de sucesso.
Já na cidade, Zelito procura uma vaga de cartunista nos principais jornais, sendo recusado sempre pela falta de experiência. O personagem, então obstinado, segue em busca de seu sonho e acaba tomando decisões questionáveis que culminam no seu envolvimento nas manifestações populares contra a campanha de vacinação obrigatória, ocorrida no ano de 1904.
A Revolta da Vacina é uma graphic novel escrita por André Diniz, e traz ao leitor o contexto histórico da crise sanitária vivida pelo Rio de Janeiro, que na época enfrentava sérios problemas de saúde pública com doenças como a varíola, febre amarela e peste bubônica.
A vacina anti-varíola foi a responsável pela criação da lei de Vacinação Obrigatória. Essa lei impôs à população a obrigatoriedade de se vacina, dando autonomia à polícia para prender quem se recusasse a tomar a vacina. Porém, a falta de esclarecimento sobre a eficácia da vacina e a insatisfação do povo com os serviços básicos prestados, geraram insatisfação no povo e então se iniciou uma onda de rebelião popular.

O livro, além da história, também traz uma observação interessante da Revolta da Vacina, segundo o olhar do escritor e historiador Luiz Antônio Simas, e fecha com um registro de algumas charges veiculadas nos principais jornais da época.
A leitura é muito agradável e rápida, e além do conhecimento histórico adquirido, também nos faz refletir sobre conduta e moral, quando analisamos os passos do Zelito. E por último mas não menos importante, é INEVITÁVEL não compararmos a peste ocorrida no início do século XX com o momento que estamos passando em 2021. Pois alguns problemas enfrentados à época persistem até hoje, como por exemplo, a desinformação.
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Ley 28/08/2021

Traços incríveis, com ótimo contexto histórico
Direto do nordeste do Brasil, no início do século XX, esta história inicia-se com a narrativa de Zelito, um ilustrador prestes a perder seu irmão, com a iminente perspectiva de que terá a pressão a mais de seu pai para provar como seu trabalho é importante. Com um cenário já apresentado ao leitor, o restante da história mostra-se igualmente apreensiva.

Tendo que arcar com novas responsabilidades, Zelito é intimado por seu pai a viajar para o Rio de Janeiro, com um prazo de seis meses para que prove que consegue ganhar a vida como um renomado ilustrador. Porém, o Brasil retratado na época está passando por momentos complicados, tendo obstáculos já grandes para moradores da grande cidade.

Zelito percebe que o Rio destoa de sua cidade nos primeiros momentos em que põe os pés no lugar. Desde a população, grande tráfego e novas reformas do lugar. O momento em que o protagonista tenta ganhar a vida em uma cidade diferente da sua não é propício, e isso aumenta com a grande tensão entre as classes promovidas pela Reforma Sanitária de Oswaldo Cruz.

O contexto histórico é muito bem colocado na história, mas não como imaginei. O livro tem uma crítica enorme como plano de fundo, mas a narrativa enfatiza bem mais a luta de Zelito para tentar provar a seu pai que consegue trabalhar com o que ama.

A tensão inicial cresce aos poucos, provando como isso afetou a vida de tantas pessoas, bem como a de Zelito. As condições da época eram precárias, e a Reforma, por mais que tenha sido algo bom para a população, era recebida com estranheza. A violência era corriqueira, doenças progrediram rápido, e as pessoas morriam por pouco.

O drama encontrado na obra é denso, mesclando um contexto histórico real do país a uma história em que o leitor tenta torcer para que dê certo. Talvez devido à própria tensão e cobranças, é possível notar como o protagonista tem uma evolução marcada pela decadência da situação, bem como tudo parece gerar uma tensão gigantesca, levando-o a agir com extremos.

De certa forma, a história nos dá uma ampla visão de como foi esse período, e como podemos interpretar o enredo em um outro contexto. Os traços representados na graphic novel são bastante chamativos, assemelhando-se a cordéis. A história tem uma boa estrutura, evidenciando pontos marcantes da época retratada, e ao final da hq, encontra-se um extra sobre o contexto histórico.

Pode ser uma leitura complicada em alguns momentos, mas é uma boa história, com reflexões pertinentes sobre nossa história e raízes.


site: https://www.imersaoliteraria.com.br/2021/07/resenha-hq-revolta-da-vacina.html
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Edu Hernandes 25/04/2021

Em tempos de COVID-19
Livro traz reflexão de um personagem escroto, com traumas deixados pelo pai, relata realidades de um Rio de Janeiro que ainda traz semelhanças do início do século XX. Como pano de fundo a negação da vacina, ainda nova na época para compreensão de seus efeitos, além da tentativa de esconder pobres do cartão postal.
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EduardoCDias 09/08/2021

Cartunista revoltado
Um curto texto de Luiz Antonio Simas é mais explicativo desse vergonhoso episódio brasileiro do que o livro de Nicolau Sevcenko.
Misturando a história real com a história de um filho de sapateiro de Fortaleza, que vem para o Rio com a intenção de trabalhar como cartunista, André Diniz nos esclarece muitos pontos dessa revolta.
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Joi | @estantediagonal 20/01/2023

Revolta da Vacina | André Diniz
Este é o segundo trabalho que leio de André Diniz, que na verdade é um relançamento, ganhou uma belíssima edição, com prefácio de Luiz Antonio Simas e uma seleção incrível de charges da época a respeito da vacinação.

A obra debate um Brasil em crise (não muito diferente do que vivemos hoje), em uma realidade onde a informação e a ciência é questionada, onde mal chega para os mais informados esclarecimentos sobre a eficácia da vacina, quem dirá para a população mais pobre, que além de tudo, se vê encurralada pelo governo, que resolve expulsá-los do centro para os morros. Porém, mesmo sendo um recorte muito importante da nossa história, esta parte crítica da graphic novel é muito breve e pouco explorada. De qualquer maneira, é uma ótima porta de entrada para quem quiser conhecer mais sobre este episódio e também para relembrar aqueles que já o conheciam.

De qualquer forma, esta é uma leitura que serve como um lembrete, mas que ainda possui muitas similaridades com a nossa atualidade, onde a ciência segue sendo questionada e os problemas sociais ignorados. Os textos complementares da edição proporcionam ainda mais informação sobre a época e enriquecem ainda mais a edição. Trazem o contexto perfeito para você saber ainda mais sobre o lado político de a Revolta da Vacina.

O drama de Zelito prende bastante o leitor, agrega ao pano de fundo e proporciona uma leitura rápida. A arte segue o estilo cordel, já conhecido de outras obras do ilustrador. Sem dúvidas uma leitura informativa e para refletir!

> Confere a resenha completa lá no ED!

site: https://www.estantediagonal.com.br/2021/07/revolta-da-vacina-andre-diniz.html
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Gárgula 31/03/2021

Revolta da Vacina, de André Diniz
Um quadrinho necessário para tempos ignorantes
Ninguém poderia imaginar a onda negacionista, para não dizer burra, que vivemos atualmente. Exatamente por isso, Revolta da Vacina, de André Diniz, se torna importante demais.

Publicação da DarkSide Books, ao final ainda temos o posfácio do escritor, professor e historiador Luiz Antônio Simas, explicando o período. Além deste, várias imagens de caricaturas de época, ironizando a situação, agregam muito a obra.

Mas revolta porque?
André Diniz assina tanto o roteiro como a arte. Por sinal, sua arte lembra muito a arte de cordel, dando à obra inegavelmente uma beleza extrema. Este foi um dos pontos que mais me chamou atenção assim que abri o livro.

O enredo conta a história de Zelito, o irmão mais novo de uma família, sendo que ele não traz muito orgulho para ninguém. A perda de seu irmão médico, seu oposto, com vida arrumada e o orgulho de todos, joga em Zelito um fardo enorme.

Ele sai de Fortaleza em 1904 com promessa feita ao pai de que seria um ilustrador de sucesso em seis meses, rumo ao Rio de Janeiro. Obviamente seus planos não se dão da maneira que ele imaginava.

Fora todos os percalços, eclode ao mesmo tempo no Rio de Janeiro a Revolta da Vacina. Uma cidade em franco desenvolvimento que resolve jogar para bem longe suas mazelas, não poderia deixar de ser o palco de um dos momentos mais marcantes da história brasileira.

Considerações finais
O negacionismo de 1904 parece ter resistido por mais de um século. Vivemos hoje sobre os ecos ignorantes daqueles que acham que a vacina os transformará em jacarés ou implantará chips.

Por isso ler este quadrinho é muito importante para mostrar que muitas vezes a ignorância é mais letal que a doença. A prova está no atual governo, que teima em medidas fantasiosas frente ao problema épico que enfrentamos. Ainda assim, podemos mudar mentes, mesmo que de um quadrinho por vez. Parabéns à Darkside Books pela atitude!

Boa leitura!

Reseha publicada no blog Canto do Gárgula

site: https://cantodogargula.com.br/2021/03/29/revolta-da-vacina-de-andre-diniz/
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skuser02844 14/05/2023

A vacinação deve sempre ser obrigatória?
Esse livro é bem polêmico pelo tema que trata. A revolta da vacina é aquele evento icônico que deixa todo mundo no ensino médio bastante questionador. Como pode uma revolução contra a vacinação obrigatória? O autor fez bem em usar um personagem como o Zelito para tecer a narrativa toda. A causa e consequência tenta se distanciar um pouquinho do clichê, não consegue tanto assim, mas o suficiente para ser uma história interessante.

O posfácio é algo que une as pontas soltas e deixa o leitor com sede de ler mais sobre. Gostei muito e foi uma leitura divertida.
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Gi 29/03/2022

Um bom livro para quem quer saber sobre a Revolta da Vacina
Gostei da história em quadrinhos. Não amei pois não gostei do personagem principal, Zelito, que é muito estressado e mal educado, mas a história é boa, elucida bastante coisa sobre a Revolta da Vacina obrigatória de Osvaldo Cruz, em 1904 no RJ. O Posfácio e as charges da época estão ótimas.
A população se viu impelida à tomar a vacina da varíola obrigatoriamente, porém, não era apenas a vacina obrigatória que estava incomodando a população, mas também a reforma urbana no centro do RJ, que expulsava os pobres da região, já que o governo do Presidente Rodrigues Alves desejava impor à cidade padrões urbanos e comportamentais similares aos das capitais europeias, especialmente Paris. No entanto, com a abolição da escravidão, os descendentes africanos habitavam a região central em cortiços e hospedarias e as mesmas foram desapropriadas e demolidas para que fosse realizada a tal reforma urbana. Sendo assim, não era apenas o surto da varíola, febre amarela e peste bubônica que estava prejudicando a população, mas também a política de que apenas os abastados habitassem a parte central da então capital federal.
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LETeratura 04/01/2022

Incrível e Denso
Eu peguei esse livro pra ler por ser HQ pensando que seria leve e fácil de ler, até que não é difícil de ler, mais ao começar me deparei com uma história densa e com um personagem principal complexo, foi muito interessante acompanhar a jornada de zelito em meio às mudanças que ocorriam no Rio de Janeiro e a revolta da vacina e o final de Zelito que almejava ser ilustrador foi surpreendente.
Não acho que seja um favorito pois não seria se relerei, ainda estou pensando sobre isso, mais com certeza é um 5 estrelas.
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Clari.Monise 28/03/2021

A história em si é muito mais interessante no que acontece em volta do personagem principal do que a história dele mesmo.
Acho que perdi certas coisas como a causa da morte do irmão e a perda de dentes dele mas tudo bem.
Essa HQ começou a valer a pena mesmo quando acabou. O texto que vem em seguida é maravilho e deixa a história principal muito mais interessante.
Se não fosse esse texto, dificilmente teria dado 3 estrelas.
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Luis.Felipe 17/11/2021

Bem curtinho e rapidinho, ilustração linda tipo xilogravura de cordel, muito caricata. Marca pela carga histórica, me ensinou muito que não sabia sobre a revolta, sem dúvida muito necessário. Adorei o desenrolar da história de mãos dadas com a história do brasil, ajudou muito para marcar essa obra. Ps: ótima leitura pré-enem.
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Bia 25/09/2021

Qualquer semelhança da história desse quadrinho com a realidade não é mera coincidência...
O quadrinho conta a história de Zelito, um nordestino que vai tentar a vida como ilustrador no Rio de Janeiro de 1904, palco das epidemias mortais de febre amarela, varíola e peste bubônica e da cultura de "embranquecimento" da população.
O quadrinho, por mais que ficcional, é essencial para entender um pouco mais das tensões (não foi só a obrigatoriedade da vacina) que culminaram na tão famosa revolta da vacina. A leitura é leve e com tempo é possível ler em um único dia.
O posfácio de Luiz Antonio Simas é de extrema importância e relevância, achei muito legal terem inserido esse texto.
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Gabriela Costa | @leia_preta 20/04/2021

O outro lado da história: higienismo, racismo e negacionismo
A obra de André Diniz conta a história de um jovem desenhista que sai do Ceará para viver no Rio de Janeiro durante o ano de 1904 em meio a toda discussão sobre a política higienizadora urbana. Enquanto acompanhamos sua história por tornar-se um dos mais famosos desenhistas brasileiros, observamos no plano de fundo uma outra narrativa sobre a Revolta das Vacinas.

A proposta apresentada pelo autor destaca as reformas urbanas, os conflitos por habitação, saúde e a higienização forçada e violenta das cidades em prol da modernização do espaço e "limpeza" das cidades. Interessante notar que as áreas pobres e da periferia são as mais afetadas, diante de todo conflito com Oswaldo Cruz o autor quer destacar que apesar do pouco conhecimento da população sobre a vacinação, a imposição desta de forma obrigatória fez parte de um longo processo político que visava higienizar as ruas da cidade.

O posfacio aponta justamente essa discussão e destaca a importância de olharmos para esse evento além de uma ideia de desconhecimento e ignorância por parte da população. O livro ainda tem ilustrações lindíssimas, ao final trás charges da época o que é muito incrível.

A minha maior ressalva foi a construção da personalidade do personagem principal, sua postura violenta e ainda atitudes machistas. No mais, vale a pena a leitura! :)
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Marina 23/07/2021

História Rasa
Luiz Antônio Simas, em seu (breve) posfácio, nos apresenta um Rio de Janeiro detalhado e um contexto rico para a revolta da vacina. Ele nos dá os detalhes históricos necessário para realmente entender a insatisfação e a revolta justificada das população pobres e Negras, que foram esmagadas em nome de um projeto de Rio de Janeiro Cosmopolita e branco, um projeto racista e classista, comandado pelas elites da época.

Eu não entendo o motivo, então, da história da HQ em si ser sobre o Zelito, um homem que caiu de gaiato no Rio na época das tensões entre classes sobre a reforma do centro e das medidas sanitárias impostas por Oswaldo Cruz. Zelito, um pessoa horrível por sinal, nunca se importou com o Rio, com a população, com nada. Não achei que a perspectiva dele, de alguém que queria ser um cartunista político sem nunca prestar atenção ao mundo ao seu redor, contribuiu para que a história se desenvolvesse. Nem ao menos nos deu um bom contexto sobre o cenário político, o que chega a ser ridículo.

Se a história tivesse sido sobre o Rio do posfácio eu teria dado 5 estrelas facilmente. Já essa história, de um homem fracassado e cheio de ódio sem direção, não merece mais do que duas.
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