Os diários de Virginia Woolf

Os diários de Virginia Woolf Virginia Woolf




Resenhas - Os diários de Virginia Woolf


12 encontrados | exibindo 1 a 12


Karin 03/04/2024

Interessante conhecer o cotidiano de Virginia e o que ela considerava digno de nota. No entanto achei menos profundo do que imaginava.
comentários(0)comente



Cris 31/03/2024

31.03.2024
Nesse primeiro diário conhecemos um pouco sobre o dia a dia de Virginia. Trata-se mais de um relato do que fez, de quem a visitou, jantou, tomou café em sua casa. Se saiu ou não para um show, teatro. Das livrarias que frequentou, de resenhas que precisou fazer, das impressões de textos, poemas na editora pertencente a ela e ao marido. Do tempo e da guerra.
comentários(0)comente



ariennegiulia 09/01/2024

Diária de Virgínia
Além dos romances escritos, escreveu a si mesmo nos diários que manteve ao longo de toda a sua existência.

Diariamente, registrou pensamentos, acontecimentos, impressões, sensações, deslumbramentos, dores, temores.

Apoiada na escrita de todo dia, descobriu e foi aprimorando seu estilo de escrita.

Estes textos nos ajudam não só a compreender melhor a pessoa e a obra, mas a suportar o peso da história, o peso daquele tempo, do momento trágico da humanidade, dos momentos de guerra, materializado nas ?ondas? pandêmicas que varrem o planeta, dizimando milhões de vidas, obrigando a se refugiar em casa e a não sair dela a não ser em situação de extrema necessidade.

Parece até uma coincidência, não? Hahaha

Nesse livro você vai caminhar com ela pelas ruas destruídas de Londres, tremendo com ela a cada bombardeio, colhendo morangos, observando pássaros, analisando borboletas, enfim?

A escrita desses diários infunde em nós uma coragem esquecida, a coragem de quem soube como poucos ?Olhar a vida de frente. Sempre olhar a vida de frente. E ao fim, saber o que ela é. Amar o que ela é.? Viver a vida com a mais absoluta intensidade. ?
comentários(0)comente



Messias 30/11/2023

Eu gosto de ler diários, coletâneas de cartas e coisas do tipo para desmistificar algumas figuras. Não há dúvida da genialidade da escrita de Virginia Woolf. Mas os diários chegam pra adicionar uma camada de complexidade a essa autora tão incrível. De certa forma, não chega a ser surpreendente a personalidade de Virginia no diário já que isso transborda em parte de sua ficção e de forma mais marcante em seus trabalhos não ficcionais. Não podemos esquecer que Woolf era uma mulher a frente de seu tempo que sofria com uma saúde mental frágil. Mas também não podemos esquecer que ela era uma mulher burguesa, da elite, que tinha renda e um teto só seu para se dedicar a sua escrita desde muito jovem..
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Benine 05/02/2023

Fascinante
Livro sensacional, um típico diário. Sendo o primeiro livro que li da autora me senti encantada pela forma que ela descreve os seus dias e transmite seus sentimentos mesmo quando não tem intenção de fazer. Para aqueles que não são fãs/familiarizados do gênero, talvez pareça arrastado em certos momento, mas não deixe que essa ideia os/as espante, vale cada página lida.
comentários(0)comente



Tiago 26/07/2022

O tecer dos dias com palavras
Ler diários é uma experiência muito rica pelas questões que se levantam, e que para outros gêneros não valeria o mesmo perguntar. Por exemplo, quem é o receptor dos diários? Um escrito que não se faz para a publicação editoral, mas não por isso está ausente de um endereçamento. E a quem se endereça esse escrito? É endereçado ao Outro encarnado, materializado na folha em branco. E vou além: embora encarnado na folha em branco, esse Outro ultrapassa a folha em branco e também o próprio escritor, alcançando um Outro impessoal, implícito e imaginário com quem o autor dialoga - ou melhor, monologa. A folha em branco não é mais do que o veículo que leva a mensagem a esse Outro impessoal. Desse modo, publicado ou não, assim como a carta que é enviada ou não, um diário sempre alcança seu receptor - que é em primeira instância, mudo. Ele só alcançará um receptor falante depois de lido por outra pessoa.

A outra pergunta que levanto ao ler um diário é: onde encontrar o sujeito ali na descrição dos dias na sua característica mais cotidiana e banal? E me respondo. É somente na leitura dos diários que se capta aquilo antes não percebido: é no interior do cotidiano que algo ressalta do sujeito que escreve os diários. Ele está menos nas palavras que escreve e mais no espaço vazio entre elas. O interessante é o que ele compõe entre um vazio e outro que preenche com os dias e as palavras.

Como uma costura, o diário é um tecer dos dias. Tal como a escrita, seja de que gênero for, é uma tentativa de captar numa teia Simbólica o que na verdade não se escreve em um nível Real.

Por sua invariável natureza de tentativa, os diários sempre dizem mais do que está escrito neles. Os de Virgínia, por exemplo. De fevereiro de 1915 até agosto de 1917 há um hiato que com sua ausência intriga muito. O que terá ocorrido àquele período já nos é adiantado no prefácio escrito pela tradutora Ana Carolina Marques: Virgínia teve um dos seus colapsos mentais mais severos, onde tentou suicídio. Foi também o período em que coincidiu com a publicação de seu primeiro romance, A Viagem, publicado pela editora de seu meio-irmão.

Ao retornar aos diários, Virgínia está ainda se equilibrando para voltar a dar continuidade ao diário, visto que a concisão com que escreveu em 1917 é notavelmente maior do que aquela que vinha escrevendo até 1915. Nada dessa mudança do estilo detalhado para o conciso é explicitado por ela, mas é no que a escrita ultrapassa em si mesma que se percebe quem com atenção lê.

A respeito não do diário enquanto uma questão, mas do conteúdo desses escritos por Virgínia: se eles tivessem sido lidos por alguém antes de 2020 com sua pandemia de coronavírus, certamente seria um leitor avisado de que os maiores horrores cabem no cotidiano. Por várias passagens, Virgínia relata um atentado com bomba perto de sua casa, pois escreve o primeiro volume durante a Primeira Guerra Mundial; há passagens onde na mesma linha relata a qualidade das amoras que colheu e um avião bombardeiro que passou sobre sua casa.

Outro ponto interessantíssimo e divertido dos diários: sua relação com Leonard, seu companheiro. Os dois são cumplices na felicidade um do outro; ela sente falta dele quando ele viaja, a ponto de escrever sobre o que causa sua ausência. No domingo, 11 de novembro de 1917, ela interrompe o primeiro parágrafo de seu relato do dia para que Leonard escreva no diário, e sua veia cômica, irônica deve ter feito não apenas Virgínia rir, mas também o leitor que agora tem o livro em mãos.
comentários(0)comente



Toni 26/05/2022

Leituras de 2022

Diário I: 1915-1918
Virginia Woolf (Inglaterra, 1882-1941)
Nós, 2021, 344 pág.
Trad. Ana Carolina Mesquita

Em meados de 2002 saí de uma sessão de cinema transformado sem saber muito bem como ou por quê. O filme em questão era “As horas” (dir. Stephen Daldry) e no dia seguinte lá estava eu caçando aquele tal romance “Mrs. Dalloway” – tão protagonista quanto as três mulheres – entre os corredores da biblioteca do Espaço Cultural (PB). Desde então, há vinte anos, a obra de Virginia Woolf tem me acompanhado na forma de leituras, releituras, assombros, inquietações, eventuais desagrados (A viagem e O quarto de Jacob: que difíceis de engolir) e um desejo: ler seus diários completos, que finalmente começaram a ser editados na íntegra aqui no Brasil.

Meu interesse por esses escritos não vem da necessidade de buscar aspectos de sua vida pessoal que expliquem sua ficção (a famosa abordagem “vidobra”); tampouco nasce puramente do desejo de acompanhar o processo criativo por trás de seus romances (presente, ainda que em menor escala, neste Diário I). O que me interessa, na verdade, é a possibilidade de captar, entre as notícias de bombardeios e o cotidiano de almoços e visitas, entre a carestia da guerra e os percalços na criação da editora Hogarth Press – balizas de um contexto turbulento sob um recorte de classe bastante preciso –, as profundezas que emergem do encontro mais prosaico ou dos gestos mais comezinhos, e o quanto a escrita não traduz a vida, mas a transforma na tentativa de captá-la.

Para além de tudo isso, ler este 1° volume dos diários significou, para mim, entrar em contato com outra faceta da escritora, muito diferente da imagem sorumbática e atormentada por crises mentais que algumas representações em filmes e biografias trataram de ressaltar. Aqui, temos uma Virginia chistosa, bem-humorada, que anda de bicicleta e adora uma fofoca – mas também a visão muito clara de uma escritora que busca na escrita não a moralidade, a beleza ou a realidade, mas a descoberta da literatura em si mesma.

Por fim, sobre a edição da Nós, tudo um primor: tradução, projeto gráfico, diagramação, notas enriquecedoras. Um mergulho para quem gosta de Woolf.
comentários(0)comente



Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 05/01/2022

Sugestão de Leitura
"Os Diários - Volume I" é o primeiro volume dos diários de Virginia, que manteve o hábito de escrever em diários por mais de quarenta anos, registrando momentos do cotidiano que, eventualmente, viravam cenas ou personagens em suas obras. Na época deste primeiro volume, Virginia tinha 33 anos de idade, havia casado recentemente com Leonard, eles moravam em Richmond (uma cidade próxima a Londres) e ainda não havia publicado nenhum de seus livros. Leonard estava começando a montar sua editora e vemos que ela ajudava em uma série de atividades desta editora.
Em paralelo, enquanto escrevia os diários, Virginia tentava encontrar a sua voz como autora e já percebemos, nos registros, muito de sua identidade e sensibilidade e, sobretudo, sua capacidade de transformar o cotidiano em algo poético e profundo.

A primeira coisa que me chamou a atenção foi a quantidade de pessoas e amigos que passavam pela vida dela e do marido. Me pareceu que sempre havia uma visita, um passeio ou uma viagem acontecendo e que quase não havia oportunidade para Virginia ficar sozinha, refletir ou descansar. Quando li sobre sua vida, no passado, eu tive a impressão de que ela era uma mulher solitária, e depois de ter acesso a este Diário fiquei me perguntando se não era exatamente esse excesso (de pessoas, de conversas, de eventos) que a desconectavam de si mesma e da realidade. Eu que tenho uma natureza introvertida fiquei cansadíssima enquanto lia os registros e tive a sensação de que nenhum destes relacionamentos (ou poucos deles) eram realmente interessantes e relevantes na vida dela.

A outra coisa que me chamou a atenção foi o pano de fundo da Segunda Guerra Mundial. Cada vez que ela, o marido e as empregadas precisavam se esconder na cozinha, meu coração se apertava. Foi mais ou menos como ler O Diário de Anne Frank, de certa forma. E acho que o fato de eles terem ficado sãos e salvos ao longo desse período, passando apenas por algumas dificuldades relacionadas ao racionamento de comida, mostra como ela tinha um estilo de vida privilegiado.

Me surpreendi (e ao mesmo tempo não) com a amargura que sentimos nela, dependendo da pessoa e da situação que ela relata. Virginia sempre foi perfeita ao descrever as camadas mais profundas de seus personagens, e acho que isso só acontece quando o(a) escritor(a) observa e entende o ser humano - e imagino que não exista uma forma de conhecer o ser humano sem desprezá-lo um pouco. E foram estes momentos de amargura/acidez que me deixaram ainda mais entretida na leitura.
E também fiquei intrigada com a opinião de Virginia sobre Katherine Mansfield, sempre tive a impressão de que elas eram melhores amigas ou algo do tipo.

Como ponto histórico curioso, gostei de ler sobre o processo de impressão dos livros da época. Cada livro, cada simples unidade de um livro, dava um trabalho gigantesco e eu fiquei maravilhada (e aliviada que não seja mais assim). Também gostei de saber que ela lia e resenhava livros, nos primórdios do que seriam nossos blogs literários de hoje em dia.

Mas acho que o que mais chama a atenção é o que não está escrito. Há alguns períodos de hiato entre as entradas de diários que coincidem com períodos em que hoje sabemos que Virginia sofreu mais com saúde mental. [trigger warning - Se este tema é delicado para você, por favor, sinta-se à vontade para interromper a leitura do post] Para quem não sabe, Viginia cometeu suicídio aos 59 anos de idade e é inevitável não pensar nisso ao longo dos Diários, em uma tentativa de entendermos melhor essa escritora e mulher fantástica. Talvez fantástica demais para o mundo e tempo em que viveu.

Eu, que sou fã dela desde que era adolescente, me senti honrada por ter essa obra em mãos. Só fiquei me perguntando se ela gostaria de ter sua intimidade assim exposta - talvez não, ou talvez sim, quem sabe. De toda forma, eu queria que ela soubesse que os registros estão em boas mãos, nas mãos dos fãs que a admiram e a respeitam enormemente. E também queria poder abraçá-la.

site: https://perplexidadesilencio.blogspot.com/2022/01/sugestao-de-leitura-os-diarios-de.html
Cato 22/11/2023minha estante
Que comentário perfeito e cheio de reflexão!




Lucas 11/12/2021

A última dos grandes estetas da literatura
Há muito tempo aguardada pelos leitores brasileiros de Virginia Woolf (1882–1941), a tradução completa dos seus diários começa a se tornar realidade quando se celebram oitenta anos da morte da autora. O bom gosto visual da edição se completa no cuidadoso trabalho de tradução, apresentação e notas de Ana Carolina Mesquita, que enfrenta o desafio de entregar ao leitor, habituado com a riqueza e o aprumo estilístico de Woolf, um texto cheio de abreviações, repetições e lapsos, produzidos ao gosto do momento, com a curiosa mistura de urgência e de ponderação que caracteriza essa forma de escrita. Se falta a substância textual que torna tão fascinantes os seus romances e ensaios, por outro lado sobressai a essência de uma observadora cuja sagacidade se mostra desde uma simples saída para comprar flores a um sinistro refúgio noturno de um bombardeio. A constante ameaça gerada pela Primeira Guerra Mundial e a angústia provocada pelas crises nervosas são confrontadas por expressões de iluminada alegria e bom humor, sobretudo quando o prazer proporcionado pela arte e pela pulsação da vida urbana superam a opressão das horas. A última dos grandes estetas da literatura, como classificou o crítico Harold Bloom, Virginia Woolf demonstra que o esteticismo é tão mais verdadeiro, potente e criativo quanto mais inteligente, sensível e arrojado for o autor, sobretudo quando capaz de provocar, no encontro da sua solidão com a do leitor, vislumbres de uma realidade que se expande em uma direção desconhecida, na contramão das expectativas de boa parte do público que procura os seus livros pelos mais diversos motivos acessórios ou ideológicos. "Elogios? Fama? A boa opinião de Janet? Como são irrelevantes, todos eles! Não paro de pensar em maneiras diferentes de lidar com as minhas cenas, concebendo possibilidades infinitas, vendo a vida, ao caminhar pelas ruas, como um imenso bloco opaco de material que preciso transmutar em sua forma equivalente de linguagem", escreve. Erguendo o véu do hábito que nos impele a participar do mundo maquinalmente, as palavras da britânica abrem uma perspectiva inesgotável que posteriormente será tão bem explorada nos seus romances. "Que estranho destino, esse - sempre ser a espectadora do público, jamais parte dele", registra num sábado, 30 de novembro de 1918. Pouco mais de cem anos depois, a marca deixada por Woolf segue provocando um indizível estranhamento nos nossos dias.

site: https://www.revistaamalgama.com.br/12/2021/melhores-livros-de-2021/
comentários(0)comente



Amanda 30/08/2021

Gênio!
Leitura deliciosa. Só provou o que eu já esperava de Woolf. A acidez da autora é uma constante. Proporcionou-me gargalhadas estridentes e potentes reflexões. A descrição frequentemente detalhada, maldosa e bizarra (rs) que ela constrói de cada pessoa a sua volta me faz imaginar o que ela pensaria de mim. Será que eu seria só mais uma pessoa medíocre como tantas que ela descreveu? Ou ela desperdiçaria cinco minutos de sua tão preciosa vida pra trocar comigo algumas poucas palavras sobre nossa paixão comum, a literatura? Gosto de imaginar a segunda alternativa. Esta dúvida me atormentará por um bom tempo. Hahaha
Recomendo fortemente este diário para os já amantes de Woolf!
re.aforiori 19/09/2021minha estante
Pretendo iniciar com Woof em breve, estou a decidir por qual livro iniciar.

Nutro bastante interessante e curiosidade pela obra dela.


Amanda 19/09/2021minha estante
Woolf é minha autora favorita, apesar de sua obra um tanto complexa. Comecei com a não-ficção dela, foi a que despertou meu amor pela autora ?


re.aforiori 19/09/2021minha estante
Ah sim! Maravilha, Amanda! ??

E entre os romances de Woolf, qual você me recomendaria para iniciar?

Estou pensando começar pelo ?Mrs Dalloway?, que uma amiga o ama incondicionalmente, e me cobra sempre para lê-lo. Mas já ouvi falar que há outros livros de Woolf, que são mais recomendados para se adentrar ao seu mundo...


Amanda 20/09/2021minha estante
Mrs. Dalloway pode dar uma assustada assim de primeira haha, eu recomendaria Orlando, acho que é mais tranquilo pra começar!


re.aforiori 20/09/2021minha estante
Bacana, Amanda! Agradeço pela dica! ??

Vou iniciar pelo Orlando, então.

E você saberia me dizer, pelo seu conhecimento na obra da autora; se a complexidade que há em Virginia Woolf, se encontra apenas no fluxo de consciência, ou também em aspectos próprios da linguagem empregada?

E porque o Mr. Dalloway poderia assustar? Haha! ?
A alguma característica que seria mais saliente no mesmo?




TaizaMaria 29/06/2021

Ficção ou Literatura?
Não há como, penso eu, da leitura de um Diário publicado mensurar o que há de realidade nele... mas não é essa uma preocupação que se deva ter.
O de Virginia é instigante, inteligente, elaborado ...como são seus livros.
comentários(0)comente



12 encontrados | exibindo 1 a 12


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR