Wellington 19/09/2023
A Saga de Gösta Berling – 2,5
Existem livros com história ruim, há aqueles com personagens horríveis e temos os simplesmente mal contados. Esse faz parte de todos os grupos.
Selma Lagerlöf, escritora sueca, recebeu o Nobel de Literatura em 1909. Há muitos cantando suas glórias, como a autora do posfácio e as propagandas de venda, mas a verdade é que você é puxado para uma saga extremamente desagradável. Uma escrita ébria, com devaneios aleatórios e arrebatamentos poéticos que nada têm a ver com a história; personagens irrelevantes entram em cena, roubam sua atenção e nunca mais aparecem; moralidade altamente questionável, tendo como herói um bêbado egoísta e hipomaníaco que estraga a vida de todos que encontra. Sim, no fim há alguma redenção, mas é patética perto dos males que ele causa. Gösta mente, rouba, mata, expulsa, é ingrato, faz pacto com um humano-diabo e depois fica chorando pitangas para as pobres, pobres mulheres seduzidas por sua estonteante beleza. Revoltante.
Queria parar já nas primeiras páginas; teimei até o fim, tanto para alegria quanto desgosto. Alegria porque os cenários nórdicos são bonitos; lagos, florestas, montanhas. Ignore os “ó isso!, ó aquilo!” e dá para aproveitar. Desgosto porque você é forçado a ler uma verborragia afetada condizente com a psique do protagonista. O desfecho é até que razoável, mas as poucas páginas finais são incapazes de diluir as toxinas anteriores.
Pior livro que li nos últimos anos.
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