A palavra que resta

A palavra que resta Stênio Gardel




Resenhas - A palavra que resta


1200 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Bookster Pedro Pacifico 04/11/2021

A palavra que resta, de Stênio Gardel
A leitura de “A palavra que resta” apenas me confirma o quanto a literatura é capaz de promover uma identificação do leitor com as histórias dos personagens. Apesar das imensas diferenças entre a minha vida e a de Raimundo, nascido na roça, em uma família pobre e sem nunca ter frequentado uma escola, conseguimos nos identificar cada vez mais à medida que nos aproximamos dos sentimentos e dos conflitos interiores.

Aos 71 anos, Raimundo, analfabeto, ainda guarda uma carta que recebeu de Cícero, sua primeira paixão, quando ainda eram muitos jovens. A carta foi uma despedida que os dois nunca tiveram, já que depois que suas famílias descobriram o amor que os dois compartilhavam, Raimundo precisou fugir de casa. É a saudade daquilo que nunca lhes foi permitido. Está é a realidade, ainda tão atual, daqueles que são considerados como marginais de uma sociedade que se denomina como tradicional.

Apesar de existir ao longo da leitura uma curiosidade para saber o conteúdo da carta, vamos percebendo com o passar das páginas que, mesmo fechada, a carta dá muita força para Raimundo durante todos esse anos em que a manteve sob o seu cuidado. A carta não é apenas a representação do que poderia ter sido, mas do que ainda pode ser! O que ainda pode ser se ele aceitar a sua orientação sexual, parar de repetir comportamentos dentro do padrão social e seguir em frente com os anos que ainda tem pela frente.

Essa mudança de perspectiva me fez pensar muito em minha experiência e de todos os gays que conseguiram “sair do armário” e se autoaceitar: deixamos de pensar em como a vida deveria ter sido, para entender como ela ainda pode ser boa quando nos permitimos viver plenamente. O livro, portanto, trata de forma muito sensível e verdadeira um conflito muito atual.

Para mim, a narrativa de Stênio Gardel se destaca da metade para a frente da obra, quando conseguimos de fato penetrar nas mais profundas angústias de Raimundo e de seus confrontos com o diferente. E se logo em seu romance de estreia o autor já conseguiu construir um personagem tão humano e real, mal podemos esperar pelo que vem pela frente!

Nota 9/10

site: http://instagram.com/book.ster
sendotom 16/02/2023minha estante
Pedro, que coerência a sua resenha. Terminei o livro hoje e compartilho da sua visão. Ansioso pelas próximas obras do Stenio.


Liu 12/08/2023minha estante
Ótima resenha, fiquei com muita vontade de ler.


Sandrinha 20/09/2023minha estante
Amei este livro. Não consegui parar de ler.


Gisele 27/02/2024minha estante
Eu só queria saber o que tem na carta, me frustrou um pouco.


MArcio598 05/03/2024minha estante
O SPOILER QUE ESSA GISELE ME DEU AGORA QUE ODIOOOO ???


Weine 08/04/2024minha estante
Leitura deliciosa, cativante. A forma como o autor escreve prende atenção aos detalhes, mesmo eles não sendo claramente revelados. Boa leitura.




Dry 13/02/2024

"porque a ignorância faz isso, exclui. Isola"
Ninguém vai poder negar a sensibilidade desse livro. É incrível como o autor faz a gente sentir as dores dos personagens principais, seus traumas e pontos de vista, do pai, do filho, da irmã, mãe .. e assim vai. Pois vimos que o maior trauma foi a rejeição e desprezo dessa família perante esse filho, mas ao mesmo tempo vemos que não podia ser diferente, eles são assim, foram moldados para pensar assim. Uma família de analfabetos, refletida na vida do filho, de forma dolorosa e traumática, onde mais adiante vemos a rejeição do próprio personagem por si mesmo, e por pessoas que ele mesmo se identifica.
Ponto que me incomodou foi a forma de escrita, um pouco embaraçada, sei que provavelmente foi pra tornar o personagem mais real, e ignorante. E o fato de a tão carta ansiada não ser revelada. ??
Elton.Oliveira 14/02/2024minha estante
Gostei da resenha e da ideia do livro!! Adc ??


Dry 14/02/2024minha estante
Elton, ele é bem interessante. Acredito que você iria gostar dele. ??




Rosangela Max 22/02/2024

Atemporal.
A história de Raimundo é muito triste. Cheia de preconceito e violência gerada pela ignorância. Uma frase me chamou bastante atenção: ?A voz que afaga, a voz que afoga?. Ela representa muito bem a relação de Raimundo com os pais dele. A rejeição simbolizada em forma de palavras e também na ausência delas.
O título do livro não tinha como ser mais propício.
Gostei do enredo , mas a estrutura da escrita não é do tipo que me agrada. Prefiro escritas claras e diretas e que tenham as devidas pausas. Já a do autor é aquela escrita corrida. Também não indica em qual tempo se passa história. Achei um pouco confusa e esse pouco acabou interferindo na minha experiência de leitura.
Achei que o autor estendeu demais em relação a carta e o final deixou a desejar. Porém, recomendo a leitura porque mostra bem as dores geradas pelo preconceito e pela discriminação e que estas dores duram por toda a vida.
comentários(0)comente



Vania.Evangelista 15/01/2022

Um retrato profundo do Brasil contemporâneo.
Neste romance conta-se a história de Raimundo Gaudêncio, que aos 71 anos decide ir para a escola pela primeira vez. Sua principal motivação é devido a uma carta que guarda há mais de 50 anos. Carta que foi escrita pelo seu primeiro amor da adolescência, seu melhor amigo Cícero. Porém, quando a família de ambos descobrem o relacionamento acabam por proibir.

Um romance vivenciado no interior do sertão brasileiro, cenário que impera o patriarcalismo e as formas de preconceito, violência e exclusão social para com pessoas lgbtqia+. Uma narrativa sensível, triste e dolorosa. Marcada pelo fluxo da oralidade que alterna entre passado e presente. Escrita em uma prosa poética que versa sobre as dores e desencontros do amor, identidade e aceitação do que se é, do perdão, e das cicatrizaes que o tempo não apaga e não se consegue esquecer.
Vania.Evangelista 20/01/2022minha estante
cicatrizes*




-Koraline 06/05/2023

A Palavra que Resta tem uma premissa bastante emocionante, e está sendo incrível cada vez mais me apaixonar pela literatura brasileira atual. A história é sim muito triste e ao mesmo tempo muito bonita, e é assustador que, mesmo depois de tantos anos, o machismo e preconceito que existem nas zonas rurais ainda não mudou, e portanto faz desse livro importantíssimo como forma de denúncia desses lugares. O livro é bastante curto, e o motivo de não ter dado 5 estrelas foi que senti uma grande repetição de informações e de frases em um curto espaço, dando ênfase em ideias que o leitor já sabe que são importantes, ao invés de explorar mais os sentimentos da personagem. Apesar disso, o livro é ótimo e uma boa pedida para quem quer começar a se encantar pela literatura do nosso país.
Entre1 06/05/2023minha estante
E não ter mostrado a bendita carta kkkkh




annacsfraccaro 01/09/2022

Me faltam palavras!
Eu simplesmente amei!
A escrita é bem diferente do que estou acostumada, é uma escrita bem densa, os diálogos acontecem tudo no mesmo parágrafo e a história não é linear, e é por isso que a leitura fica mais densa e mais complexa, no meu ponto de vista.
A história é bem triste, dói demais ler e pensar que isso realmente acontece, dói por vários fatores, pelo preconceito, pela analfabetismo, pela exclusão, pela dor dos personagens.
É uma história pesada, não é um livro pra ler de uma vez só, mas é um livro incrível demais para não ler.
comentários(0)comente



Thammy 23/04/2021

Mais um primor literário brasileiro.
Que coisa linda é esse livro, minha gente. A história já me tocou pela sinopse, mas é lendo todo o livro que se tem a real grandeza da escrita e da narrativa de Stênio Gardel.

Essa é uma história brasileira com alma e sotaque nordestino. É sobre amor. É sobre querer viver a liberdade do ato de amar. Sem medidas, sem preconceitos, sem barreiras, apenas vivenciando a força do amor e de seus encontros. Um livro que emociona, que ensina, que encanta pela singeleza e pela profundidade, ao mesmo tempo. Leitura recomendadíssima.
comentários(0)comente



Ed Souza 05/01/2023

A história é "vendida" como um romance que entre um amor de duas pessoas ficou uma carta... Uma carta deixada para um analfabeto que se sente instigado a aprender a ler para descobrir o que o seu grande amor deixaria para ele... O livro tem passagens muito fortes, lutas internas, diferentes formas de amor...

É um bom livro.
Me envolvi ?
comentários(0)comente



yasmin 11/01/2023

onde a palavra sozinha não vai, com a poesia vai, voa
que livro lindo, que personagens fodas e que escrita maravilhosa!!

"eu queria mudar minha cabeça pra não pensar mais que é errado, deixar ela igual o coração."

aborda muito detalhadamente e de maneira tão bem escrita que chega a ser poético, todas as questões que se passam na nossa cabeça em relação à sexualidade. e ainda retrata a questão da transfobia, o contexto histórico da forma em que as pessoas que saíam do padrão requerido da época, eram tratadas.

a crueldade, a desdém e o desprezo que pessoas lgbt sofriam e infelizmente, ainda sofrem diariamente.

eu, particularmente, gosto de finais em aberto e, por mais que tenha ficado um pouco desesperada no final do livro porque esperava um término diferente (!!!!!!!) foi perfeito.

arrebatador, lindo e devastador.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



auroras 13/02/2024

A carta guardava uma vida inteira.
?Acho que encontrei um começo.?

Finalizei essa leitura e devo dizer que estou profundamente impactada e reflexiva.
?A palavra que resta? reforça o poder da literatura em conectar os leitores com as vidas dos personagens.

Aos 71 anos, Raimundo, um homem analfabeto, guarda uma carta de sua primeira paixão, Cícero, desde a juventude. Essa carta, nunca lida devido às circunstâncias que os forçaram a se separar, representa uma nostalgia dolorosa por algo que nunca puderam ter e ser. Isso ilustra e conduz a uma crítica acerca da realidade contínua daqueles marginalizados por uma sociedade dita tradicional.

A curiosidade sobre o conteúdo da carta ao longo da história te motiva e te prende na leitura, mas, é perceptível que, mesmo sem lê-la, ela ofereceu apoio a Raimundo ao longo dos anos. A carta não apenas simboliza o que poderia ter sido, assim como o que ainda pode ser, se ele aceitar sua orientação sexual e desafiar as expectativas sociais. Com isso, o crescimento do personagem é evidenciado e fortalecido, isso se desenvolve ao ponto da necessidade de saber sobre o conteúdo da carta não ser tão importante.

Para mim, a narrativa de Stênio Gardel se destaca na segunda metade do livro, quando exploramos as profundezas das angústias de Raimundo e seus conflitos internos. Stênio Gardel consegue nos prender com a realidade vivida em sua obra que aborda de maneira sensível e verdadeira um conflito tão relevante nos dias de hoje, é uma crítica sócio-histórica de suma importância. Devo acrescentar que é o livro de estréia do autor e com toda certeza estarei acompanhando os seus próximos trabalhos. Por fim, recomendo demais!
comentários(0)comente



Thauany 26/04/2023

Sensível
Com uma narrativa bastante sensível o autor nos transporta para dentro dos anseios de um protagonista homossexual em uma realidade periférica e em outro contexto temporal, traz outra perspectiva sobre a vida destas pessoas e como a perpetuação do preconceito ocorre mesmo dentro do grupo.
Vale a pena a leitura, porém é obra aberta então o final me decepcionou um pouquinho.
Carolina Parente 30/04/2023minha estante
Também fiquei um pouco decepcionada, mas vi a resenha de outra menina que meu deu um outro ponto de vista: a intenção do Raimundo nunca foi revelar o conteúdo da carta, mas mostrar sua trajetória e como a carta foi importante para sua decisão e processo de aprender a ler. No final, Cícero "ensinou" Raimundo a ler como prometido.


Thauany 30/04/2023minha estante
E esse ponto de vista faz todo sentido ?




carlosmanoelt 24/02/2024

?O bom da vida é teimar.?
?A Palavra que Resta" é uma obra intrigante que mergulha nas complexidades da linguagem, identidade e memória. Stênio Gardel habilmente tece uma narrativa que explora não apenas as palavras que são ditas, mas também as que são deixadas não ditas, as que permanecem como uma presença silenciosa, mas poderosa. Sua prosa poética e reflexiva com a transcrição do dialeto nordestino nos convida a uma jornada introspectiva, onde questões de identidade pessoal e cultural são exploradas com profundidade. É um livro com as reminiscências de Raimundo, escrito em fluxo oral, claramente inspirado no estilo de José Saramago. As reflexões e memórias vão sendo acrescentadas em novos parágrafos, em que os pontos e as vírgulas dão ritmo nessa fluência coloquial. E então, relatos e devaneios vão sendo abertos e fechados, como se o leitor estivesse sentado ao lado de Raimundo, ouvindo-o falar. Não vou esquecer a história de Raimundo e Cícero tão cedo, me vi neles e sei que essa história também é a de tantas pessoas que são massacradas por preconceito e medo, pessoas autorizadas a morrer por desejar alguém do mesmo sexo. Mas não é só uma história de sofrimento, é uma história de superação, de aprendizado, de libertação. A remissão do protagonista não é externa, no outro, na família, nos amigos de trabalho ou na carta de Cícero. Está na aceitação dos seus desejos e de quem se é. É um livro para ser lido em voz alta e com o coração atento. É para se pensar na potência da palavra e desejar construir um mundo em que o amor não seja forçosamente interrompido e submetido a distâncias, mas sempre celebrado. Não deixem de ler, ?porque a ignorância faz é isso, exclui, isola?.
Kleilson.Torquatto 24/02/2024minha estante
Ansioso por esse! ?


carlosmanoelt 25/02/2024minha estante
é de uma excelência, apenas leia




Wanessa Braga 02/01/2023

A palavra que resta
Se dois homens ou duas mulheres pudessem se amar sem medo e andar de mãos dadas por aí, esse livro não existiria. Como não só o medo, mas a ignorância e a violência também existem, esse livro é importante pra caramba.

A palavra que resta é sobre amor, dor, vergonha, pobreza, violência, fuga do mundo e fuga de si, descoberta e reconhecimento. é sobre uma carta enviada pra um analfabeto que demorou mais de 50 anos pra aprender a ler. É sobre palavras sufocadas pelo tempo, mas nunca esquecidas.

É de uma delicadeeeeeza e uma violência brutal. Adorei. Recomendo demais, amigos.
comentários(0)comente



Maria Bia 10/02/2023

Dor
Esse livro me fez pensar em quantas dores, medos e limites podemos ter. quantas vezes somos capazes de vos ao amor independente da dor, até que dor chegue a nos matar. como vamos nos arrepender de deixar pra trás. senti o tanto que demorei a terminar de ler.
A leitura é incrível, tive uma dificuldade no início por nunca ter lido outro livro com esse tipo de escrita, mas não faria sentido se fosse em outra.
Recomendo muito.
comentários(0)comente



1200 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR