Por uma revolução africana

Por uma revolução africana Frantz Fanon




Resenhas - Por uma revolução africana


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Rodrigo | @muitacoisaescrita 02/06/2021

? Os ensaios e artigos políticos de Frantz Fanon publicados neste livro cobrem o período mais ativo de sua vida: de 1952, ano de publicação de ?Peau noire, masques blancs?, até 1961, ano de publicação de ?Les Damnés de la terre? (e, infelizmente, também de sua morte).
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? São quase 10 anos de distância entre uma obra e outra. A coletânea ?Por uma revolução africana? nos mostra o desenvolvimento do pensamento de Fanon nesse intervalo, que coincide com o período de eclosão da guerra de independência argelina, que, por sua vez, é um fator crucial para compreender a obra fanoniana em sua totalidade, uma vez que ele escreve sobre tal processo ao mesmo tempo em que participa dele.
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? O livro é dividido em 5 partes. Na primeira, intitulada ?A questão do colonizado?, temos dois artigos: ?A ?síndrome norte-africana??, de 1952, e ?Antilhanos e africanos?, de 1955. Como comentei nos stories, os dois me lembraram muito a abordagem em ?Pele negra? (livro já resenhado aqui).
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? No ensaio que abre a coletânea, escrito enquanto ainda estava estudando para se tornar um psiquiatra, Fanon analisa as opiniões de cunho evidentemente racista que os médicos franceses têm dos norte-africanos. Suas reclamações e queixas não eram devidamente atendidas pelo corpo médico pois eram tidos, a priori, como naturalmente preguiçosos e desleixados. No ensaio em questão, Fanon constrói o imaginário estereotipado dos árabes na lógica racista dos psiquiatras franceses e mostra como as dores das pessoas negras eram sequer ouvidas devido às conclusões racistas.
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? Mesmo que fossem ouvidas e atendidas, o sofrimento psicossocial das pessoas negras não possui uma verdadeira ?cura? dentro de uma sociedade racista. Qual seria a saída para esse suposto dilema? Para Fanon, que dedicou literalmente sua vida para enfrentá-lo, a resposta é óbvia, ou pelo menos deveria ser. ?Não me faça perder a paciência. Não me obrigue a lhe dizer o que o senhor deveria saber? (p. 53).

[resenha completa no meu instagram literário @muitacoisaescrita ? link do post: https://www.instagram.com/p/CO6Lq27DFpq/?utm_medium=copy_link]
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Lucas Leite 04/02/2022

Fanon perfeito como sempre
É sempre uma tristeza ler Franz Fanon e lembrar que um indivíduo genial como ele tenha nos deixado com apenas 37 anos. O livro retrata de forma excepcional a atuação das potências imperialistas na África, de como a independência era tratada como algo impossível e distante. Mais ainda, retrata os termos de uma tutela construída como benevolência. Fanon hoje diria que a revolução africana ainda não foi alcançada e com certeza teria permanecido na luta pelo continente.
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Fabrício 17/11/2023

Período histórico conturbado
Gostei de toda a descrição do ocorrido na Argélia, mas tive um pouco de dificuldade de assimilação devido ao não conhecimento do ocorrido à época, e a minha falta de referências do período.
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David Ribeiro 11/04/2024

Por uma revolução africana...
Por uma Revolução Africana, é um compilado de textos políticos publicados entre 1951 e 1961, que tratam sobretudo das relações étnico-raciais entre negros e brancos e termina com a projeção dos movimentos de descolonização na África como lutas de libertação, interrompida pela morte precoce de Frantz Fanon, aos 36 anos.
Fanon, foi médico psiquiatra, filosofo político e teórico do colonialismo, nasceu em 1925 em Martinica, um forte da França. Viveu em Argélia e na Tunísia entre 1953 e 1961, período fundamental e determinantes para estruturação do seu pensamento político para a reestruturação do mundo colonial e posicionamento a favor da independência.
Entre suas principais obras estão: Peles Negras, Máscaras Brancas; Os Condenados da Terra; Em Defesa da Revolução Africana...
Fanon se faz necessário, pois vemos o mundo e suas mazelas, pela ótica do negro, do estrangeiro, do colonizado, do oprimido e sobretudo pela resistência do negro. Ele nos provoca a enxergar o racismo e todo seu projeto de morte.
Recomendo!
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