Rinha de galos

Rinha de galos María Fernanda Ampuero




Resenhas - Rinha de Galos


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Rosangela Max 17/10/2022

Leitura que vale a pena!
São contos profundos e que tem em comum o homem como ?inimigo?. Teve alguns que a construção não me agradou, mas nada que comprometesse a qualidade dos contos.
Os que mais gostei foram: Leilão, Paixão, Luto, Cloro e Outra.
Recomendo a leitura.
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 09/05/2021

Intenso: porrada atrás de porrada
Numa entrevista para uma revista literária após o lançamento de Rinha de Galos, seu primeiro livro de contos, a equatoriana María Fernanda Ampuero disse não haver nada mais profundo que a lesão que uma família pode causar; que você pode deixá-la, mas essa família jamais sairá de você. Esse trecho da fala da autora revela e condensa a atmosfera que a gente encontra nos contos do livro, que, aliás, já coloco entre as minhas melhores leituras deste ano até agora.

Em Rinha de Galos, o familiar convive com o grotesco, a ideia de segurança convive com o medo; a violência mostra suas várias facetas e está longe de ser apenas física, embora o corpo seja sempre parte indissociável dela. É dentro de casa que começam (e são alimentados) as piores contradições, os preconceitos entranhados e um machismo que anula e agride. É dentro de casa que se perde a inocência.

Não à toa, a maioria dos treze contos é narrada por mulheres ou meninas, que aprendem desde cedo que é preciso se proteger dos homens, que temem os monstros dos filmes sem saberem que habitam com um, que mesmo adultas são sufocadas por seus genitores e por relações que se alimentam da ânsia de pertencer, que vivem o poder destrutivo das desigualdades, que são menosprezadas e moldadas para menosprezar o outro (e a si próprias). Mesmo o amor, quando aparece, vem torto, como que desencaixado, prova de que cada um só é capaz de reproduzir o amor que conheceu.

Nem tudo é pesadelo, porém. Às vezes o clique que precede o movimento de libertação chega na hora mais improvável: no caixa do supermercado, como mostra o último conto, “Outra”. Não podia deixar de mencioná-lo; achei sensacional como a autora faz do conteúdo de um carrinho de compras um atestado de uma relação violenta.

A leitura é rápida, mas intensa: porrada atrás de porrada. Potência e feminismo transbordam nas palavras de María Fernanda Ampuero, que flerta com o horror ao escancarar o que tem de mais pútrido entre quadro paredes. Cento e poucas páginas que chacoalham e que mostram por que essa mulher considerada uma das vozes mais importantes da literatura latino-americana atual. Recomendadíssimo!!!

site: https://www.youtube.com/alinetkm
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Barbara.Luiza 24/06/2021

“Não escrevo os animais como metáfora”, foi com essa frase simples, no segundo encontro do clube Tortilla que Ampuero (a pessoa) começou a ganhar meu afeto para além da admiração pela obra.

Animais, crianças, mulheres. Não existe hierarquia de sofrimento entre os que não são agressores. São treze contos que flutuam do terror dos filmes dos anos 1980, no melhor estilo slasher, ao escatológico, passando pelo insólito religioso.

E logo eu que nunca me apeguei a referências religiosas na literatura estava lá chorando diante do computador no domingo de Páscoa quando Ampuero disse que foi ela, Maria Madalena, uma mulher letrada, quem morreu pelas mulheres, não ele. Não foi sobre a declaração apenas, foi sobre as imagens e a ocupação do feminino em seus contos que me fez chorar ali. De uma feminista pra outra? Isso é muito forte.

A violação do terror e do abjeto no ambiente doméstico como panorama do que é a vida para esses grupos é o cenário fundamental da autora. Casas, lares? Lugares seguros para o homem apenas, é ali que crianças são violentadas, mulheres agredidas, animais são relegados ao esquecimento (quando não pior).

Contos que começam no improvável e caminham para o absurdo numa trilha seguida de viradas de mesa nada óbvias sem finais felizes ou conclusões moralistas, apenas a crueza da representação egoica de seres monstruosos. Ou isso é ser uma pessoa?
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Jardii 18/04/2022

Pesado.
São contos pesados mas necessários.
Tiveram dois que não gostei nenhum pouco, mas mesmo assim tentei lê-los. Foi meu primeiro contato com a autora e pretendo ler outros dela.
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Toni 02/05/2021

Leitura 19 de 2021

Rinha de galos [2018]
María Fernanda Ampuero (Ecuador, 1976-)
Trad. Silvia Massimini Felix
Moinhos, 2021, 112 p.

O encontro de ontem — 2º do clube de literatura hispânica @tortillalivros — foi uma unanimidade: entre conversas emocionantes sobre literatura, representatividade, violência e vozes femininas, saímos todas e todos encantados após conhecer e ouvir a autora de “Rinha de Galos”, a equatoriana María Fernanda Ampuero. O livro, que logo mais estará disponível na Ed. Moinhos, apresenta 13 contos sulcados por diferentes recortes de uma crueldade inerentemente humana, 13 experiências que despertam ora asco ora assombro, tanto mais horríveis e asquerosas quanto mais nos aproximamos de suas páginas e percebemos ali o transbordamento de realidades próximas demais para nosso conforto.

Das 2 epígrafes que abrem o livro, “Tudo que apodrece forma uma família” (Fabián Casas) e “Sou um monstro ou isso é ser uma pessoa” (Clarice Lispector) já se percebe um traço comum na coletânea: a ênfase na esfera privada e a impossibilidade de definirmos com precisão o que representa ser humano. Nas palavras de Ampuero no encontro de ontem, “nosso lado animal não é tão terrível quanto nosso lado humano”. Por isso mesmo, os muitos bichos que povoam seus contos aparecem ali não necessariamente como símbolos, ainda que possam ser lidos como tais, mas como denúncia dos maus tratos aos animais e exposição da humanidade perdida de quem não enxerga a vida, mas apenas o próprio gozo (sádico, sexual, doentio).

O conto “Paixão” (justo hoje, coincidência?) é, para mim, junto a “Nam”, “Coro” e “Outra”, um dos pontos altos da coletânea. Além da violência física da esfera pública que invade e transforma os núcleos familiares (mas também poderíamos dizer que o privado alimenta o público), Ampuero apresenta a violência simbólica da religião (ou tradição, ou patriarcado, ou qualquer outro nome que queiram dar às ideias controladoras de corpos e mentes). Nesse conto ouvimos a voz daquela que sempre foi chamada Puta, uma “criatura das surras, filha da brutalidade”, cuja história tem mais a ensinar sobre ressurreição do que aquele que sobe aos céus sem olhar para trás. Leiam!
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M. S. Rossetti 23/02/2022

Achado imperdível
A autora equatoriana me surpreendeu positivamente. O livro de contos é repleto de tramas impactantes. A violência é iminente ou mesmo concreta, o que gera um desconforto que logo é contrabalançado com a excelente qualidade literária.
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Norberto 18/04/2021

A autora traz o que há de pior nos cenários (reais) de violência principalmente contra a mulher de uma maneira às vezes sutil, outras (a maioria) com dureza, normalmente com um texto cheio de força. Como em todos os livros de contos, nem todos são bons, mas vários ganharam minha atenção, começando pelo maravilhoso Leilão e, perto do final, a tríade Luto, Ali e Coro.
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cafeína_ebórea 06/02/2022

Se eu colocar, o Skoob censura haha
Os contos são gráficos, a escrita é forte e impactante. Um soco a cada parágrafo. Os mais puritanos podem ficar chocados kk.
Amei os contos "Cristo", "Paixão" e "Luto", porém são todo incríveis e, pra quem gosta de livros mais viscerais certamente não irá se arrepender!
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Itamara 18/11/2021

"A crueldade sempre triunfa diante do desamparo"
Se hoje eu tivesse que escolher as melhores leituras do ano, sem dúvidas "Rinha de galos" estaria na lista. A obra, estreia de contos da equatoriana María Fernanda Ampuero, traz aquele tipo de narrativa "soco no estômago" tão comum entre alguns autores latino-americanos. Ao mesmo tempo em que é possível fazer uma leitura rápida, tal a fluidez da escrita (além de ser um livro curtinho), por vezes se faz necessário parar por conta das inúmeras cenas indigestas, ainda que completamente verossímeis.

Desde o conto inicial, "Leilão", já podemos antecipar que as temáticas buscarão seguir o retrato de realidades violentas, dos marginalizados, dos que sofrem preconceito. A obra possui diversos trechos pesados, marcantes, desses que deixam a gente ficar por um tempão pensando no que acabou de ler. Todas as histórias são centradas em mulheres , meninas ou adultas, que vivem em cenários de violência, perversão, ainda que elas se passem em ambientes que deveriam ser acolhedores. Família, vizinhos, amigos... tudo se torna palco de abuso, sejam eles físicos ou psicológicos. As vulnerabilidades são expostas quando (e de onde) menos esperamos, sejam em recordações de infância ou situações atuais. Nem a descoberta do amor consegue ser bonita, é também violenta e com consequências cruéis. Alguns contos possuem referências religiosas e também trazem metáforas sobre fé, sobrevivência, resiliência.

Não sei se consigo escolher o conto preferido, por incrível que pareça todos me deixaram reflexiva. O livro é bom desde as frases colocadas na epígrafe, já adiantando o que será encontrado nos treze contos da obra.
Sem dúvida, um dos melhores lidos do ano!
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Pri 19/09/2023

Visceral
Contos viscerais sobre a condição humana e principalmente sobre a condição feminina e todos os terrores que perpassam essa condição.
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André Vedder 30/06/2021

Visceral e Obscuro
Muito bom livro. Contos muito bem escritos e todos permeados com o lado mais obscuro do ser humano, ou melhor, inumano.
Natália Carolina 30/06/2021minha estante
Não conheço esse, mas tenho a impressão que tenha semelhanças com o livro "Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos" da autora Ana Paula Maia.
Ela também tem um livro de contos, mas ainda não li.


André Vedder 30/06/2021minha estante
Oi Natália, a escrita entre elas tem semelhanças...mas no caso aqui a autora equatoriana é mais visceral, e seus contos são pesados, com temas como estupro, incesto...etc.


Natália Carolina 01/07/2021minha estante
Entendi. Então já leu a Maia também?


André Vedder 01/07/2021minha estante
Sim Natália. Já li todos da Maia e adoro a escrita dela!




Debora 08/03/2021

3 ou 4 contos muito bons. Os demais, mornos
A escritora, equatoriana, usa um terror meio urbano meio místico para falar sobre uma violência social que é típica da América Latina. Neste cenário, as mulheres são as que mais sofrem, abandonadas, violentadas, exploradas.
Os contos são muito pesados, mas eu gostei da escrita, no geral. Nada te é entregue de mãos beijadas, tudo fica nas entrelinhas.
Meus contos preferidos são:
1 - Leilão
2- Luto
3-Coro
E o pior, disparado, é Cloro. Mas tem muitos contos mornos também, que, se não chegam a ser ruins, também não ficam na memória.
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Bruno 15/03/2021

É violento mas profundo, cada conto é como uma porrada e reverbera junto a uma sensação de estranhamento. Certamente um dos grandes livros de contos que já li.
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Sena 27/12/2022

Minha avaliação de cada conto:
Leilão - 5
Monstros - 4
Griselda - 3
Nam - 3
Crias - 3
Persianas - 3
Cristo - 3
Paixão - 4
Luto - 4
Ali - 3
Coro - 3
Cloro - 3
Outra - 4
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Jéssica Dutra 07/01/2022

Dá para resumir esse livro assim: onde tem homem tem paz?

Me disseram que era um livro de contos, mas na verdade é um livro de contos de terror.

Tem um conto que eu quase vomitei. Não recomendo.
Alê | @alexandrejjr 11/08/2022minha estante
Te lembra qual foi o conto, Jéssica?




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