denis.caldas 16/06/2021CeleumaO termo 'moda' refere-se a algum costume, opinião, até vestuário, que está em voga no momento; para mim, reles 'idiotes' na concepção original grega (indivíduo vulgar, comum), inclusive termo muito utilizado no Manual pelo discípulo Flávio Arriano, o estoicismo na atualidade não passa de moda.
Por que digo isso, oh indubitável guru? Porque, inclusive eu, afegão médio, aderi momentaneamente nessa modinha, pensando ser a solução para os problemas atuais, tão agravados por genocidas [sic], pandemia, aquecimento global e polarização política. Por isso agarrei com unhas e dentes o lançamento da Edipro, além do Meditações de Marco Aurélio, para sorver diretamente da fonte. E vejo que há uma celeuma em torno do assunto, porque quem se diz 'estoico', no mundo atual, nada mais do que um hipócrita reverberando uma filosofia em voga; para mim, o verdadeiro estoico nem sabe que o é, pois é uma pessoa simples, desapegada, humilde, sábia e que, muitas vezes, nem tem whatsapp.
Claro, a edição da Edipro é primorosa, bilíngue em grego e português, traduzida por um doutor filósofo da USP, mas não sei se a sociedade atual não merece o estoicismo, ou se o estoicismo não se encaixa mais no mundo ocidental e, até mesmo, no oriental das grandes massas. Por outro lado, também, não sei se nos desenvolveríamos se todos fossem estoicos, porque talvez é essa ambição (a boa, não a ruim em forma de ganância) é que nos move para frente; o estoico, para mim, acaba sendo um conformista. E não um conservador, cético por natureza, mas alguém que passa e vê passar, sem se mover. Sei lá, me desculpem, mas foi essa a impressão que fiquei com o Manual.