Vista Chinesa

Vista Chinesa Tatiana Salém Levy




Resenhas - Vista chinesa


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Nilzangela 22/03/2021

Leitura difícil, mas necessária.
Leitura que incomoda, que dói, que dói muito, efeitos da vivência da violência.
É também a história de um processo de reconstrução, de seguir apesar de tudo.
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M. S. Rossetti 20/11/2022

Violência contra as mulheres
Um livro necessário diante de tantos casos de estupro no país. A visão da vítima é fundamental para se compreender a gravidade da situação.
O romance é um dos cinco finalistas do Prêmio Jabuti 2022 nessa categoria.
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Nathalie.Murcia 16/07/2021

Angustiante
Esse é daqueles que exige estômago. Retrata as consequências e os pensamentos mais íntimos de uma arquiteta carioca (Júlia), após sofrer um estupro no trajeto da Vista Chinesa, enquanto fazia sua corrida diária na cidade do Rio de Janeiro, no ano que sediou a copa do mundo.

Além de juntar os cacos para seguir a vida em frente, e ante o dilema de decidir se contaria o ocorrido aos filhos, Júlia tinha de lidar com os aspectos práticos e policiais da investigação, o bloqueio da mente na identificação de um rosto que nunca seria esquecido, mas que, ao mesmo tempo, era difícil de ser lembrado. Esse aspecto traz à baila uma reflexão a respeito da precariedade de um reconhecimento fotográfico ou pessoal, por si só, no campo probatório, podendo acarretar graves injustiças.

Outra questão interessante abordada foi o apoio que a protagonista vítima recebeu de parentes e amigos, em especial, do marido.

Vale muito a leitura, não obstante a angústia que as descrições fragmentadas do estupro, à medida que os "flashs" de memória retornam, causem ao leitor. Baseado em fatos reais.
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Pandora 23/03/2021

Eu queria encarnar a jornalista ao escrever sobre este livro. Mas antes disso eu sou mulher. Não dá pra ser mulher e não temer a violência do estupro.

Numa terça-feira de agosto de 2014, por volta das 15h, a diretora de TV Joana Jabace corria próximo ao mirante Vista Chinesa, no Parque Nacional da Tijuca, no Rio, quando sob à mira de uma arma foi arrastada para o matagal e estuprada. Tatiana, grande amiga de Joana, que mora em Portugal, teve que dar seu apoio à distância. Ela acompanhou a saga de Joana entre exames, terapias, medicamentos, depoimentos e várias tentativas de reconhecer o estuprador.

“Durante uma visita à exposição "Os inocentes", da fotógrafa Taryn Simon, em que ela documenta casos de pessoas que foram presas injustamente a partir do reconhecimento das vítimas, Levy achou que tinha ali um gatilho para fazer o livro baseado na história de Joana, que na época também já havia desistido de reconhecer o agressor, por medo de cometer uma injustiça.” **

Só em 2018 o projeto realmente foi adiante.

A autora já deixou claro em entrevistas que o livro é baseado na história de Joana, mas é um romance e como tal, há coisas reais e fictícias. A própria Levy soube, aos 18 anos, que quando tinha quatro, a mãe foi violentada durante um assalto. A narrativa não é linear: vai e volta no tempo e mescla flashes da agressão com a tentativa da protagonista de seguir em frente. Fala de culto ao corpo, de maternidade, de um Rio de Janeiro no auge, que se preparava para as Olimpíadas de 2016.

"Organicamente a violência sofrida pela cidade foi se misturando com a violência sofrida por aquela mulher, a destruição do Rio de Janeiro é também uma violência física, sem retorno, e que deixa marcas." (Folha de S. Paulo)

Como não poderia deixar de ser é uma leitura difícil, mas por ser uma narrativa fragmentada, o ato em si, contado em detalhes, é exposto em partes, conforme a vítima vai se lembrando dos acontecimentos. Não que isto nos isente da dor, da tristeza, do inconformismo ante à violência dilacerante que é o estupro. Impossível conter o nó na garganta.

Penso em cada violência que uma mulher sofre ao longo da vida, no dia a dia... nos convites obscenos feitos no meio da rua, nas cantadas baratas nos bares, no assédio no trabalho, nas mãos que tocam sem permissão, nas encoxadas no transporte público, nas fotos eróticas não solicitação via redes sociais, nas que são preteridas profissionalmente porque geram vidas, nos magistrados, policiais e advogados que constrangem e desacreditam mulheres assediadas, perseguidas, espancadas, violadas, nos namorados, companheiros, maridos que não respeitam o NÃO. Que raça é a nossa, que sociedade é essa, quem somos nós que não nos respeitamos, que não nos preservamos?

Para além de escrever sobre uma agressão violenta, escrever sobre um ato que vitima pessoas tão próximas e queridas é algo que não sei mensurar, indescritível. Um livro pungente, ao qual não dou nota máxima por causa de algumas pequenas coisas que não me agradaram, mas que não me impedem de recomendar esta leitura.

"Naquele momento em que quase morri, eu morri. Ele foi embora e eu fiquei morta. Lembro de me virar, olhar para o céu e ter a sensação de que havia morrido, de ver as estrelas, de ouvir o som, como se alguma coisa estivesse se descolando do meu corpo. Eu estava indo embora." - pág. 99

** Trecho de entrevista dada por Tatiana à revista Elle.
Maria 23/03/2021minha estante
O que foram as coisas que não te agradou? Estou pra ler ele, fiquei curiosa, adorei a resenha


Pandora 23/03/2021minha estante
Nada demais, certos recursos narrativos. O livro é bom!




Thamiris.Treigher 13/12/2023

Tremendo!
Em 2014, no Rio de Janeiro, em meio à euforia da Copa do Mundo, que estava prestes a acontecer, Júlia é estupr*d* enquanto corria na Vista Chinesa. Então já dá pra ter noção de como esse livro destrói a alma do leitor.

Depois do crime, começa uma
longa investigação policial em busca do agressor. Em uma carta para seus filhos, Júlia descreve todo o horror que sua vida virou após o crime que sofreu. Como confiar na própria memória, tão anestesiada e traumatizada, para lembrar os detalhes do criminoso? Como recordar como era o formato de seu nariz, rosto, boca, olhos, para fazer um retrato falado? Como tentar fazer de tudo para lembrar informações desse terrível dia quando tudo que ela mais quer é esquecer?

Como conviver agora com um corpo que foi violado, torturado, invadido? Como fazer as pazes com o prazer? Como voltar a ter relações sexuais como antes? Como não cair na armadilha da culpa? Como viver sabendo que o monstro que acabou com sua vida provavelmente nunca será encontrado? Como contar isso para os filhos?

Uma narrativa forte, crua, visceral, necessária, profunda e perturbadora. Acompanhamos todo o tormento de uma mulher tentando lembrar para si mesma que ela ainda é dona de si e de sua jornada, mesmo após o crime terrível que sofreu.

O romance foi baseado em um fato real, de uma amiga da escritora Tatiana Salem Levy, que fez questão de contar sua história. "Não tenho vergonha do que aconteceu. Eu quero que você escreva que isso aconteceu de verdade - e que aconteceu comigo."

Um livro tremendo!
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Isadora 10/03/2021

Incrível!
Que livro! Que relato! Li de uma vez, comprei no dia do lançamento e terminei um dia depois. Que bom saber que existem mulheres tão corajosas nesse país. Parabéns Tatiana e Joana!
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Ana Carolina Wagner 25/03/2021

TAGARELICES DA CAROL
Como é ser estuprada e continuar? Por que a verbalização das vítimas ainda é um tabu? Uma leitura visceral e desconcertante. Uma leitura difícil e muito dolorosa, mas necessária e urgente. Apesar do tema ser extremamente forte, a escrita da Tatiana é magnética e você não consegue parar de ler. Talvez seja a gente ansiando desesperadamente (não ter) uma vírgula, (não ter) um ponto final e finalmente poder respirar. Comecei caminhando e a cada pisada, uma página virada, mas o ritmo foi aumentando e quando vi estava correndo. Estava sem fôlego! Apesar de ter lido de uma vez só, não devorei o livro, foi ele que me devorou. ⁣⁣
⁣⁣
O livro trata de um fantasma na vida de todas as mulheres: o estupro. A narrativa é fragmentada e os detalhes da violência são contados conforme a vítima vai se lembrando dos acontecimentos. A narrativa não é linear. Passado e presente se misturam. As cenas da agressão surgem do nada como flashes e se mesclam com a tentativa da protagonista de seguir em frente. Não é “mais um” fluxo da consciência.⁣⁣
⁣⁣
Como mulher, carioca e que pratica caminhadas diárias pelas orlas da Zona Sul do Rio de Janeiro, me senti de certa forma representada. Uma atividade que é para relaxar torna-se instantes de um martírio diário, principalmente em alguns trechos. Pegar o elevador, descer pela portaria do prédio, passar pela obra ao lado, atravessar as ruas, passar por uma passagem subterrânea … são tantos olhares e inseguranças que desconfio de tudo e de todos. Tento evitar algumas roupas, certos horários e lugares, mesmo estando sempre acompanhada. Quando o trajeto fica mais deserto, damos sempre uma corrida. Se sinto algum olhar mais estranho, a sensação é que estou nua na rua. Sempre nos culpamos! Isso é certo? Fomos socialmente “treinadas” para isso. ⁣⁣
⁣⁣
Esse livro é um grande avanço. Precisamos conversar mais abertamente sobre esse assunto e esse livro é um grande avanço nessa questão.⁣⁣
⁣⁣
Parabéns Tatiana (@tatisalemlevy) e Joana (@joanajabace) pela coragem! ⁣⁣

site: https://www.instagram.com/tagarelicesdacarol/
Cassio Kendi 04/08/2021minha estante
Gostei bastante da resenha! Por coincidência, acabei de ler "Herdeiras do Mar", e estou lendo "Eu Tenho um Nome", ambos abordam o tema de estupro sob óticas diferentes. Adicionei o "Vista Chinesa" na lista de próximos livros




Gláucia 21/02/2022

Leitura para sair da zona de conforto
Embora seja uma leitura pesada e com gatilhos, pois trata de um estupro e seus desdobramentos (da investigação para encontrar o criminoso à busca pela superação do trauma), é interessante a opção da autora pelo formato de carta-testamento para os filhos, além de intercalar com memórias da infância e fazer críticas à polícia e à política.
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Elane.Medeiross 13/04/2022

Uma leitura pesada, que desperta gatilhos, mas trás um assunto importante a ser discutido. Tive algumas ressalvas a respeito que prefiro não citar aqui.
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Thammy 17/03/2021

Fez minha alma dilacerar e renascer
É um livro que te dilacera. Rasga a alma. E, no mesmo momento, te faz renascer com a personagem. A Júlia poderia ser eu. Poderia ser a minha melhor amiga. Poderia ser a minha filha. Poderia ser qualquer uma de nós. Durante todo o relato das descrições detalhadas do crime e das lembranças que Júlia trazia, fiquei enjoada com ela. Ansiosa com ela. Confusa como ela. Apavorada como ela. Passado e presente se misturam de maneira impactante. Senti o terror e o desejo árduo pelo recomeço que Júlia trazia no espírito. Adoro quando os livros me puxam assim e tomam conta do meu corpo, fisicamente, inclusive. É uma escrita que desperta a sinestesia. Estejam preparados para uma leitura forte, arrebatadora e necessária. Se não estiver em um bom momento emocional, talvez essa não seja a melhor leitura. O que posso dizer é: eis aí um super livro. Recomendo muitíssimo.
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Claudio 02/04/2021

Tomem coragem e leiam!
O livro é bem forte, inspirado em um estupro real. Leitura fundamental pra que esse tipo de violência não se repita!
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Thariny Sousa 14/06/2023

Um assunto tão difícil, mas abordado de forma delicada. Mulheres sendo escritas por mulheres, com suas dores, prazeres, mazelas e formas de ver a vida. Apesar de curto, o livro foi pesado de se ler, mas extremamente necessário.
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Iza Santos 02/09/2021

Leitura impactante e necessária... impossível não se colocar no lugar dessa mulher
Triste em saber que é a realidade de muitas outras...
Vale muito a pena ler.
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manucanafistula 25/03/2021

Um livro doloroso e absurdamente atual, baseado numa história real.
Uma reflexão pungente sobre o que é ser mulher no Brasil, revelando medos que nos acompanham todos os dias, além dos riscos e dos possíveis traumas!

"Por que comigo?, eu me perguntei inúmeras vezes. Para eu prestar atenção em minha volta? Para ter cuidado e não ir a lugares desertos sozinha? Para eu sofrer no corpo uma dor que é das mulheres há séculos? Para acabar com a minha obsessão pela magreza? Não há resposta que amenize a violência. Não há resposta que me convença."
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Lya 02/03/2022

Pesado demais
Quase não consegui terminar, não recomendo pra quem tem algum tipo de gatilho com o tema, é muito gráfico e vai ficar na sua cabeça por muito tempo
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