Resenhas -

Tamires 15/08/2021

A detetive vitoriana Loveday Brooke, de Catherine L. Pirkis
Corro o risco de ser muito simplista, mas não consigo fugir da opinião de que Loveday Brooke é incrível! Uma senhorita detetive totalmente liberta dos estereótipos mais irritantes das personagens femininas que se propõem a fazer bem feito um trabalho tipicamente masculino. Ela é livre de traumas violentos, artimanhas sedutoras e interesses românticos: é simplesmente uma mulher inteligente que é remunerada por sua perspicácia investigativa. Tudo isso na Inglaterra conservadora dos tempos da Rainha Vitória (1838-1901)!

Uma mulher tão incrível assim só podia ter sido criada por uma outra: Catherine L. Pirkis, autora de 14 livros, escritos entre 1877 e 1894. Detalhe: ela começou suas atividades literárias aos 38 anos, quando já era casada e mãe de dois filhos! Protetora dos animais, em parceria com o marido fundou a hoje conhecida como Dog’s Trust, a maior organização de resgate de animais do Reino Unido. (tá passada??!!!)

Um dos pontos altos de Loveday é saber lidar com muita tranquilidade com a frequente desconfiança a respeito dos seus métodos investigativos. Ela tem confiança em seu trabalho, em seu olhar para os detalhes, para os pormenores, para as pessoas livres de qualquer suspeita. Portanto, para ela, pouco importa a opinião alheia, desde que a deixem trabalhar. O resultado da investigação ela explicará com riqueza de detalhes no final do caso.

As aventuras da senhorita detetive Loveday Brooke segue o estilo book case (livro de casos, com sete histórias curtas sem conexão entre elas), muito popular entre os autores de narrativas policiais, especialmente dessa época. Aqui no Brasil, Loveday Brooke é o primeiro título da coleção Senhorita Detetive, um resgate feito pela editora Urso de histórias de mistério escritas por mulheres e protagonizadas também por elas.

Vale a pena conhecer, apoiar e ler esses livros! Até o momento eu li apenas este primeiro volume, mas venho apoiando os financiamentos coletivos de todos os títulos da coleção, a saber, até o momento: A filha de Hagar, Pauline Hopkins, Lady Molly e Mary Granard, da Scotland Yard, da Baronesa Emma Orczy e O caso ao lado, de Anna Katharine Green.

Loveday Brooke, além de ótima leitura, tem edição primorosa, muitas notas de apoio, ilustrações originais e texto complementar de Ana Cláudia Fagundes da Cunha Casagrande Ramuski, com informações sobre a autora e o contexto literário de suspense e mistério da época.

Abaixo, separei cinco momentos que mostram um pouco da personalidade dessa detetive vitoriana. Que delícia foi conhecer a Srta. Brooke!

Os assaltantes encontrariam alguma maneira de criar condições para o assalto, tenha certeza disso; eles chegaram a um alto desenvolvimento nos dias de hoje. Os assaltantes não ficam mais espreitando como faziam a cinquenta anos com um bacamarte e um cassetete; eles planejam, enredam, maquinam, e trazem imaginação bem como recursos artísticos para assisti-los. Aliás, é frequente me ocorrer que aquelas histórias populares de detetives, para as quais parece haver grande demanda atualmente, devem ser, às vezes, singularmente úteis para os tipos criminosos.” (p. 83)

“Até onde minha experiência permite dizer, nossos problemas são mais parte de nós do que nossa pele faz parte do nosso corpo.” (p. 91)

“‘Às vezes’, respondeu a Srta. Brooke calmamente, ‘ a explicação óbvia é aquela que deve ser rejeitada, e não aceita'” (p. 141)

Eu realmente acredito que os que trabalham duro, depois de um tempo, perdem a capacidade de tirar férias.” (p. 171)

“Casos criminais são como febre; eles devem ser lidados em até vinte e quatro horas.” (p. 205)

site: https://www.literaturablog.com/a-detetive-vitoriana-loveday-brooke-de-catherine-l-pirkis/

Selkie 15/07/2023

A primeira mulher detetive da literatura
Não costumo ler livros assim, mas os poucos que li gostei muito: Sherlock Holmes, os contos detetivescos de Poe e agora Loveday Brooke.

Cada conto possui um caso diferente que não estão interligados. O meu favorito foi o último "Desaparecida".

Murasakibara12 15/04/2021

Investigue como uma mulher
Só vi pontos fortes nesse livro.
Como livro de suspense com um tema tão comum a inovação e as resoluções dos casos são muito bem desenvolvidas.
O fato da personagem ser mulher nao interfere em nada nas ações dela e quem desconfia dela só se prova errado, uma sensação quentinha de igualdade.
É da mesma época, com a mesma temática e a mesma genialidade que Sherlock Holmes, mas o fato de ter sido escrito por uma mulher sobre uma personagem feminina fez com que essa obra só chegasse ao Brasil agora, então é nossa missão divulga-la.


Minha resenha completa foi publicada na TXT magazine, disponível no site da revista.

Paty 23/03/2021

É excelente para quem gosta, eu acho...
Não posso dizer que esse foi o meu primeiro livro de investigação ou de detetives porque há um bom tempo eu li um da Agatha Christie, Morte no Nilo. Mas não é a mesma coisa, sabe? Ambos são livros que envolvem um mistério para ser resolvido, mas são de jeitos muito distintos. Não sei se quem leu Sherlock Holmes vai pensar que é muito parecido ou não (no livro é dito que a Loveday Brooke era a "Sherlock Holmes feminina"), mas eu não imaginava que fosse assim.

Não que eu esteja decepcionada, não é isso, é só ver a nota que eu dei. Gostei das histórias, principalmente da última, que foi muito interessante, e menos das duas primeiras, que foram mais fraquinhas pra mim. De qualquer forma, a coisa se mostrou muito diferente do que eu imaginava. Claro, são contos, e não tem espaço para longas enrolações para o desenvolvimento da história, e isso é incrível porque não é qualquer um que consegue construir um conto decente, ainda mais hoje em dia (não sei vocês, mas não tenho gostado de quase nenhum conto contemporâneo que tenho lido ultimamente).

Para deixar mais claro, vou falar como os contos aqui funcionam:
1: apresentação da situação para a Loveday Brooke
2: Loveday sai para investigar (lida com alguns machistas e incrédulos na sua capacidade de fazer o próprio trabalho), seja sob disfarce ou ela mesma
3: Loveday aparentemente tira uma conclusão do vazio e chama a polícia ou o "responsável local"
4: Loveday explica para quem estiver interessado COMO ela tirou a conclusão (esse é o momento que você percebe que ela [a conclusão] não veio do vazio).

E é isso. Bem simples, e os contos seguem todos esse modelo, ou então meu cérebro bugou em algum momento. Não é ruim, de verdade, e as explicações do final sempre salvam as possíveis "enfadonhices" presentes antes do desfecho, e para mim isso foi excelente. Mas digamos que esse tipo de história não é bem o meu tipo...?

Não me leve a mal, gosto muito de um bom mistério, é só que eu realmente esperava que as coisas fossem diferentes do que li aqui... acho que, no fim, me deixei impressionar pela empresa cinematográfica com os filmes e séries sobre Sherlock Holmes (eu gosto demais da série, acho incrível e o ator também é meu xodó), e creio que por isso eu fiquei meio perdida quando vi que não era como nos filmes, mesmo porque a perspectiva de como resolver um mistério (literariamente falando) provavelmente mudou de Doyle para os nossos dias. A questão é: eu acho que não li livros de mistério suficientes para apreciar isso aqui, acho que eu não tinha bagagem... há quem ache que ter bagagem para ler algo assim, mas eu senti que, se estivesse mais preparada, eu teria aproveitado mais...

Bem, saindo disso: eu realmente gostei da Loveday Brooke, ela é uma personagem magnífica. Ela não é estereotipada como a belíssima investigadora. De fato, no primeiro conto diz que ela não é nem bonita nem feia, nem alta nem baixa, algo assim, sabe. Ela não é toda "coisinha", não é sexualizada, não segue o padrão de beleza da época, ela é ela mesma, uma mulher investigadora fazendo seu trabalho com maestria. Ela não é só inteligente, ela é forte e perseverante, porque ter que lidar com os homens naquela época não era fácil. Não tem nenhum tipo de coisa como "homens são horríveis", mas a autora apresenta ali para os leitores um cutucão ou outro na sociedade patriarcal que acha, no mínimo, ridículo que uma mulher seja investigadora, mas a Brooke sempre dá a volta por cima, man. Ela sempre resolve as coisas do jeito que os caras nunca iam saber como fazer, entende? É maravilhoso demais isso, é inspirador saber que naquela época em que a mulher, mais do hoje, era menos que nada, tínhamos (digo tínhamos porque isso é para as mulheres do mundo, e não as inglesas) uma mulher incrível escrevendo histórias incríveis tendo por protagonista uma mulher incrível.

E a autora era protetora dos animais e é fundadora de uma organização que existe até hoje, e isso já fez ela ganhar meu respeito, consideração, carinho e etc. Eu não lembro que organização é essa, mas se você arrumar esse livro pra ler, tu vai descobrir (não, não estou sendo patrocinada kkkk)

É isso, obrigada! (*￣3￣)╭

Rita 09/03/2021

Leitura rápida e prazerosa 🕵🏽‍♀️
🔎Composto por 7 contos esse livro foi uma grata surpresa. Nunca tinha ouvido falar da detetive Loveday Brooke, nem da autora Catherine L. Pirkis, mas já fiquei encantada com a personagem e acho que ela merece ser mais conhecida.
🔎Loveday Brooke trabalha em uma agência de detetives e, no geral, temos nos contos a apresentação de um caso para a detetive pelo Ebenezer Dyer, chefe da agência, e posterior investigação realizada pela personagem e explicação da resolução. Um estilo simples sem deixar de ser empolgante e curioso de acompanhar. Adorei os sete contos, nem sei qual eu escolheria como favorito 😆

Para mais resenhas: @lhamalivro

Ariadne 16/05/2021

Nunca sequer tinha ouvido falar da autora e da personagem que ela criou. Composto de vários contos, esse livro foi uma grata surpresa!

Michelle.Justulin 23/05/2021

Clássico
Esse é um clássico, publicado em 1894 com a compilação de sete contos que tem como personagem principal a detetive Loveday Brooke, mulher inteligente, independente, de personalidade forte, discreta, prática e decidida. Em outras palavras, uma mulher à frente de seu tempo que possui habilidades como ninguém de investigar e solucionar diversos casos. Também conhecida como Sherlock Holmes feminina.?
Está bem claro que amei a protagonista e os contos. A edição está maravilhosa também. Super indico para os amantes de suspense e romance policial.?

Vanessa.Coimbra 27/05/2022

Gostei da leitura e dos casos apresentados no livro, não achei as investigações muito aprofundadas, mas achei interessante.

Laboralivros 10/03/2021

Um resgate histórico e necessário
O livro foi lançado em 1893 e essa é a primeira edição no Brasil. Vale ressaltar que a edição impressa é em capa dura e ilustrada, com ilustrações recuperadas da publicação original. São 7 contos que trazem a detetive Loveday Brooke como protagonista. Não existem outras histórias dessa detetive pois sua autora se aposentou da escrita para se dedicar à causa animal mais ou menos um ano depois do lançamento do livro. Ela fez bastante sucesso em sua época, sendo uma substituta de vendas de Sherlock Holmes (que na época estava morto).

Quem curte o estilo clássico detetivesco vai gostar! é aquela boa formula do detetive que percebe coisas que mais ninguém percebe. Também há de se perceber um tom crítico da autora com relação à vários aspecto sociais da época. Então é um livro divertido e inteligente!

site: https://editora.laboralivros.com/produto/asaventurasdasenhoritadetetivelovedaybrooke/

Ohara 11/04/2021

O livro é ótimo, gostei muito dos contos e do desenvolvimento dos casos.

Loveday Brooke tem um raciocinio invejável, e oficiante é o primeiro livro que leio desse gênero. Do Doyle só li um conto do qual gostei muito.

Acredito que eu tenha lido sem expectaticas e sem opiniões formadas, e isso fez com que as histórias me surpreendessem. Gostei muito, recomendo a leitura.

Naty @livrossaofilhos 27/04/2021

Eu que não sou habituada a ler livros de investigação e policial achei a escrita incrível e a Senhorita detetive me conquistou, ela é muito perspicaz e inteligente. No final de cada conto quando tudo era resolvido eu sempre ficava chocada.
?????????
Ela não sucumbia as "opiniões" masculinas e sempre contrariava quando não concordava, o que na época em que foi escrito era o auge. A representatividade desse livro sendo a Senhorita detetive a primeira protagonista detetive e ainda por cima escrita também por uma mulher!

A edição é super caprichada, com ilustrações originais e é capa dura.