Resenhas - Sara

Fausto 29/01/2024

Pelo que vale a pena viver. E matar. E morrer
A vida das mulheres franco-atiradoras do exército russo durante a Segunda Guerra Mundial contadas na trama ágil, violenta e desencantada de Garth Ennis e o traço marcante de Steve Epting. Ennis abre mão do grotesco que virou marca de muitos de suas obras, mas mantém o olhar duro que, apesar de pessimista, consegue enxergar, em meio às mentiras do poder e do patriotismo, espaço para alguns valores reais, como a amizade e a lealdade, pelas quais vale a pena viver, matar e morrer.

Albert 21/01/2023

HQ com ótimo enredo
Sara é um HQ muito bom. O enredo é o mais interessante. Garth Ennis contextualiza uma mulher não só na luta horrenda da guerra, mas também na luta mental diante de um cenário de caos, onde é posta à prova a lealdade ao regime. Além da beleza das ilustrações e desenhos, as cores são um elogio à parte. As cores, ora sombria, ora natural combinam bem com o cenário e até mesmo a um contexto de determinada cena. Sara é exposta como uma exímia franco-atiradora. Seria ela o exemplo para a propaganda comunista de guerra do Pravda? Sara é mais uma, dentre outras centenas de milhares de soldados que aparentemente colocavam a lealdade a disposição do regime e da causa. O leitor pode, até se perguntar diante de algumas cenas se foi a guerra ou a mão de ferro do regime que tirou a sensibilidade de Sara por exemplo. A atiradora de elite, embora lute também contra os seus demônios (medo, incerteza e angústia) precisa disfarçar seus fantasmas diante dos agentes secretos e defender seu país, ou seja, é uma batalha em vários campos.

Guilherme Duarte 18/12/2022

Conflito dentro e fora de uma mulher na guerra.
Embora não seja única, Sara é uma das poucas obras que irá retratar a jornada de uma mulher e suas companheiras na segunda guerra mundial.
É uma história por uma perspectiva diferente: através dos olhos de uma personagem perturbada e inquietante chamada Sara.

Temos aqui o desenrolar de uma história de sobrevivência e de conflitos. Para alguns não há motivação se não as ordens dos seus superiores, para outros, a guerra é uma válvula de escape, seja por um sentimento patriótico, seja por traumas pessoais secretos.

Acompanhar a forma como Sara lida com a raiva e seus sentimentos é muito interessante, mas talvez fosse melhor se tivéssemos mais páginas para ilustrar as consequências disso.

Bruno 06/11/2022

SURPREENDENTE
Ler Sara é entrar em um campo de guerra junto com ela e sua equipe de garotas snipers. Parece que estava vendo um filme e o final é muito bom. Não poderia ter sido melhor.

João 28/01/2022

''Não são seres humanos, não são homens, são nazistas''
A HQ se passa na Rússia durante a ocupação nazista em 1942. A história leva o leitor numa estrada que discute sobre feminismo, sobre demônios interiores e sobretudo, os absurdos que governantes são capazes de cometer durante a guerra.

(O importante é que tem nazista tomando balaço e apavoro de um grupo de snipers soviéticas que sofrem as consequências do seu próprio governo)

Tati 24/12/2021

Sinto meu ? expulsando minha vida pelo buraco da bala...
A HQ de Ennis se passa na Rússia durante a ocupação nazista ? em 1942. Acompanhamos o dia a dia de mulheres franco-atiradoras que tem conseguido ajudar seu exército soviético a ter êxito em confrontos com os alemães.
Dentre as sete atiradoras, destaca-se Sara uma exímia atiradora que tem conseguido dar muita dor de cabeça para o exército invasor e segundo a ?lenda? já matou mais de 300 soldados inimigos.
O problema começa quando descobrimos que Sarah não tem ?apego? pelo regime soviético. Ela é debochada e mostra desprezo pelos superiores em diversas situações. Ennis vai explorando esse comportamento no decorrer da história e ficamos sabendo mais sobre o passado da personagem e suas decepções com os superiores.
Temos sequências de ação de tirar o folêgo pode ficar tranquilo porque a HQ vai muito além de vermos um franco-atirador matando a distância. Temos confrontos próximos, armadilhas e muitas surpresas na obra de Ennis.
Uma trama com um bom argumento e arte que consegue prender o leitor até a última página.

Henry 05/09/2021

Fogo nos nazistas!!!
Projeto ousado de Garth Ennis. Um sexteto de mulheres que serviam ao governo soviético, na época da segunda guerra mundial. Sara, aquela que intitula a HQ, é a mais tenaz e habilidosa dentre as sete. Consolidou-se como uma exímia sniper de elite.

Eu confesso que achei a leitura muito arrastada. Claro, a obra tem suas competências, como a arte de Steve Epting, por exemplo. Possui uma técnica moderna e traz os elementos bem representados, apesar de não ser INCRÍVEL.

O feminismo é exaltado dentro dos quadrinhos e reflete a ideia de que o sexo não define quão capaz o ser humano é de exercer qualquer tarefa. Ponto altíssimo da obra.

A falta de fluidez e a falta de expressão em determinadas personagens, me fez dar um passo para trás em relação a HQ.

A conclusão foi bastante satisfatória, isso fez valer a leitura num geral. Mas recomendo paciência e expectativas baixas ao aderir a leitura.

Gabi 11/08/2021

Traço lindo do Epting chama a atenção
Que Graphic Novel gostosa de ler! Gosto de histórias de guerra e esta me cativou pelos traços
(que arte do Steve Epting!); pelas cores da Elizabeth Breitweiser, que caíram como uma luva e o roteiro excelente do Garth Ennis. Em uma guerra, todos saem perdendo. E é comovente ver como a guerra mexe com as pessoas de formas inimagináveis, especialmente para as mulheres, o foco desta história. Franco atiradoras já foram utilizadas por várias nações, pois elas são focadas, pacientes e podem ser muito frias. Mas ainda são seres humanos com todos seus dilemas, suas histórias únicas e seus contrapontos. Cada atiradora tem uma personalidade, mas a Sara tem o melhor gatilho. E tem uma história de família que a faz ser a mais durona, focada e destemida. Uma pena que a história só durou 6 capítulos. Teria lido mais 300 páginas facilmente.