Yanne0 15/02/2022
O Clube do Crime das Quintas-Feiras
O clube do crime das quintas-feiras é formado por um grupo de quatro idosos que vivem em um retiro e que se reúnem todas as quintas-feiras a fim de tentar resolver crimes que não foram solucionados, no passado, pela polícia. Quando o empreiteiro local é assassinado (não é spoiler), esses velhinhos veem a oportunidade de colocarem suas habilidades em prática para descobrir quem matou a vítima.
Gostei muito do desenvolvimento dos personagens centrais e do arco de cada um deles, especialmente o de Joyce. Entre os quatro, Elizabeth é a que mais intriga o leitor, porque não sabemos de verdade o que ela fez e quem foi na juventude. O narrador nos entrega algumas informações a respeito dela, não o bastante, mas isso não apaga o brilho da personagem. Quanto aos outros, tirando os dois policiais, são mais como peças que ajudam os protagonistas a desvendar o caso e, por conta disso, nem todos eles têm muita profundidade.
O livro é narrado de duas maneiras: em primeira (por parte de Joyce, através do seu diário) e em terceira pessoa. Achei a narrativa bastante fluida e engraçada em vários momentos, o que meio que aliviou aquela tensão de tentar descobrir quem foi o responsável pelo assassinato - pelo menos para mim. Não, o livro não é um thriller. Aqui, mais do que a resolução do crime, o leitor se apega aos quatro protagonistas e se diverte com as confusões que eles arranjam com os dois investigadores.
Os temas secundários apresentados ao longo da estória também são bem pontuados. Temos a solidão; a ganância; a frustração de não conseguir superar tão bem o fim de um relacionamento; o luto e a depressão pela perda de um ente querido ou de um amor proibido e o medo gerado pelo avanço de uma doença em um familiar.
Minha ressalva é sobre o desenvolvimento da investigação em si. Como recebemos dois pontos de vista, e o da Joyce mais atrapalha do que ajuda, porque ela adora divagar sobre vários assuntos (achei fofo, não vou mentir), as pistas que chegam ao leitor podem se tornar um tanto confusas e jogadas no texto. Às vezes, acompanhamos passo a passo com os personagens. Porém, muitas vezes, eles já sabem o que está acontecendo e repassam para a gente depois. Admito que isso me frustrou um pouco.