Não tão branca

Não tão branca Jessie R. Fauset
Jessie R. Fauset




Resenhas - Não Tão Branca


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Fernanda2599 22/04/2024

Sobre a edição não tenho o que reclamar, adquiri na época do financiamento e amei. O projeto da editora é de trazer mais livros clássicos de autores negros para o público brasileiro. Ótima tradução e o material do livro em si é muito bom.

Sobre a leitura eu gostei da escrita da autora e da ambientação. A história trás várias reflexões interessantes sobre racismo e o que é ser negro na sociedade estadunidense daquela época. O ciclo boêmio e artístico em torno da protagonista no fim dos anos 20 em Nova York foi uma das melhores partes pra mim.

No entanto, não consegui gostar tanto do enredo porque muitas vezes ele conta ao invés de mostrar. Além disso, durante muito tempo acaba sendo meio morno e parece que as pessoas em volta da protagonista estão tendo vidas mais interessantes que ela. Eu adoraria saber mais sobre a irmã dela, por exemplo.

Enfim, recomendo para quem gosta de história e quer conhecer mais sobre a de mulheres negras através delas mesmas.
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Taiane.Anhanha 28/12/2023

Livro de 1928, mas com debates atuais e necessários
Eu não conhecia essa leitura, sequer tinha ouvido falar do título ou da autora. Fui convidada para ser banca de um TCC em que a pesquisadora iria olhar para essa obra através de uma perspectiva história. Assim, me propus a ler o livro completo. A primeira leitura foi meio rápida para dar tempo da banca, mas resolvi fazer uma segunda leitura mais atenta aos detalhes e foi muito bom!

Cara, é um livro complexo e maravilhoso. Mais ainda porque estamos falando de um livro de 1928! Ele foi traduzido somente em 2021, o que demonstra também o pouco interesse que se tem em publicar obras de autoras negras no Brasil (não só esse, mas existem outras casos de obras que demoram anos para serem traduzidas, justamente de mulheres negras).

Jessie, aurora, fez parte do Renascimento do Harlem, um movimento estadunidense de intelectuais negros e suas celebrações nos mais diversos tipos de artes. Infelizmente, ela foi invisibilizada, por ser negra e ser mulher. Mas que bom que mesmo anos depois podemos celebrar sua obra e genialidade de escrita.

O livro conta a história de Angela e sua trajetória tão singular. Morando com sua família na Filadélfia da década de 1920, ela tem uma irmã e pais presentes e amorosos. Ela e sua mãe, possuem o tom de pele que oferece a elas a oportunidade de se "passarem" por brancas, mas elas não são. O pai de Angela e sua irmã, Virgínia, são negros de pele mais escura. Toda a história se passa com essas questões. Angela fala de ter tido sorte e ela realmente tem...em um tempo em que a cor de pele define TUDO, até mesmo quem pode entrar no cinema ou não, ela resolve que poderia se passar por branca. Na sua cidade, ela era conhecida, mas quando surge a oportunidade dela ir para Nova York, um novo mundo se abre e lida como branca, ela não vê nenhum motivo para não agir como tal e nem de dizer "hey, na verdade eu sou negra" (mesmo quando poderia).

Muitas vezes vamos sentir raiva de Angela...eu senti demais kkkkkkkkk mas ela aproveitou tudo que podia, ela se justifica inclusive, será que podemos julgar? Eu julgo porque para mim ela passou por cima de princípios básicos para se dar bem. Em Nova York ela enfrenta dificuldades, mas muitos amigos, felicidades e amores. Um deles é Roger que já digo que é o ser humano literário para mais desprezível do mundo, eca!

Quando sua irmã, Virgínia, resolve ir para Nova York muita coisa muda e que bom.
As personagens são adoráveis em certos sentidos e passam uma relação de amizade e companheirismo bem legal!

No fim o livro é sobre isso: amores, perdas e busca por identidade. E é tão legal ver que lá em 1928 a Jessie levantou essa debate em uma ficção muito bem escrita. Colorismo é um tema polêmico ainda hoje em todo mundo.

O que foi escrito aqui não é nem 5% do livro, ele é bem mais complexo, com diálogos enriquecedores e cheios de reflexão. Talvez em algum momento ele se torne meio lento, mas para mim não atrapalhou em nada. Eu super indico para quem gosta de um livro que trata de romance, mas que também passa por problemáticas sociais e raciais.

Que bom que Jessie está sendo lida no Brasil e reconhecida!
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Carolina.Milczanow 26/11/2023

Um tema incrível com personagens chatos
Não sei bem como avaliar esse livro já que gostei muito do início e do fim, mas descartava todo o meio dele.
Um livro de apenas 245 páginas que ficou longo com tanta ladainha do Roger (que por sinal, que personagem insuportável), já a Angela, nossa protagonista, tbm consegue ser insuportável, mas vê-la amadurecer ao longo do livro é muito bonito. Sua jornada de autodescoberta é dolorosa e necessária, o que deixa o leitor agoniado junto com ela em certas situações.
É um livro com um tema extremamente necessário e que apesar de ser enrolado no meio soube passar bem a mensagem queria. Realmente não é um livro para todos, não adianta ter adquirido o ritmo de leitura agora e cair aqui de paraquedas, pois com certeza entrará em uma ressaca literária.
Enfim, recomendo muito pelo tema, mas pelo livro em si não. Acho que existem livros com o mesmo tema racial mais fáceis de serem digeridos.

Após essa resenha descobri que o livro é dos anos 20. Para um livro de 100 anos é incrível como é atual ainda. Posso não ter gostado tanto por ser um livro antigo, mas sem sombra de dúvidas é incrível e merece ser lido!
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JenniferIRSouza 18/11/2023

Duas irmãs negras, mas uma delas "não tão negra", a ponto de poder se passar por branca. O simples fato de Angela ter nascido com a pele mais clara do que Virgínia fez com a visão do mundo e as experiências de vida delas, fossem completamente diferentes. Ou nem tanto...
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Lisa 23/05/2023

Os tons que existem entre o preto e o branco
Nascendo no Brasil crescemos com uma noção de raça ampla, afinal somos um país intrinsecamente miscigenado, o que, infelizmente, não nos isenta do racismo, tampouco dos dilemas de identidade racial. Contudo, nessa mistura o colorismo desempenha um papel de maior visibilidade e importância em nossa cultura, diferindo em muito da visão europeia e estadunidense. Esse último com sua intensa história segregacionista de apartheid e as leis Jim Crow, configurando uma nação que vê a raça pelo prisma simplista e reducionista da binariedade, se não branco, então preto; inclusive se não branco, então latino, como se fosse etnia.

"Nem tão branca" é um livro de 1928 e por muitas vezes me fez lembrar O Mulato do nosso Aluísio Azevedo. Mas se nós avançamos desde 1881, a ideia que Jessie Fauset apresenta aqui segue remanescente no US. Angela é uma garota branca, é também uma garota preta, mas para seu país é apenas isso, afinal tão somente um gota de sangue negro é o suficiente para ser rejeitada.

Angela é o que conveio a ser a denominado "preto de pele clara" ou "light skins". De tez clara, traços mais afilados e cabelo liso, tem passabilidade, aprendendo desde criança que ser branca é proveitoso, ser branca é como ela diz a diferença entre ser atendida em um hospital ou morrer fora dele. Marcada pela perda de inúmeras oportunidades ao ser exposta negra, nasce seu bordão "dizer que sou negra?! Claro que nunca te disse que sou negra. Por que deveria?" Certamente, porque deveria Angela ser julgada por tal? Ela assim decide, irá embora e será apenas branca. "Sou ao mesmo tempo branca e negra e pareço branca. Por que não devo declarar de acordo com a cor que me trará maior felicidade, prosperidade e respeito?"

Raça é sim um conceito complicado, no Brasil o IBGE faz uma pergunta crucial, "como você se declara?". Quem deve declarar a qual raça, credo, espaço o outro pertence? Raça não é apenas fenótipo, não é apenas cor. E com frequência esse sistema apaga raízes, retira o lugar de pessoas também nem tão brancas, entre o preto e o branco há uma escala de cor, há amarelos, há povos originários, há mistura, há dignidade.

Fauset nos apresenta diversas realidades, a do individuo que pode se passar por branco em sigilo e a daquele que carrega a cor em sua face e dela não recebe nenhum benefício. Se negra então não poderá frequentar certos lugares, terá medo. Se negra não pode receber certos prêmios de arte. Se negra não há disponível certas vagas de emprego. Se negra não pode morar em certos bairros. Se negra deve esperar as vagas que restarem após todos os brancos as terem preenchidos. Angela vê a historia de seu pai, de Virginia, sua irmã e mais para frente de uma colega, Rachel Powell.

Ao se tornar Angèle e rejeitar sua história, Angela descobre que o mundo ainda segue inóspito e injusto, há mais elos na hierarquia de opressão do que a raça, no final das contas ela é ainda uma mulher. Não basta apenas ser branca. E em um mundo que não é seu e sozinha, ser branca começa a pesar. É nesse meio racista que deseja viver? Ser branco significa normalizar essas maldades? Ela é negra, pode e quer calar metade de sua origem?

"Nem tão Branca" retrata o que a sociedade e seu racismo cria, o mal que faz para pretos e o mal que faz para todos os miscigenados. Angela pode ser vista como egoísta e até como racista, mas é principalmente vítima, alvo resultante de um meio que persegue e mata, de um ambiente que faz o sujeito desejar rejeitar quem é, se escondendo para caber onde menores males lhe alcançem. Um livro antigo e ainda assim, profundamente atual. Os apartheids caíram, mas também se remodelaram.
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Taís 03/05/2023

Bem morno
O livro não me prendeu muito durante a leitura, mas foi uma boa experiencia, ele é bem escrito e aborda temas muito bons
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Lu Mendes 01/05/2023

Não tão branca
Livro escrito na década de 20 que recebeu sua primeira tradução no Brasil 100 anos depois.

Trata-se da história de Angela, uma mulher negra com pele clara o suficiente para se passar por branca !
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Carol 20/01/2023

Leitura interessante!
O livro aborda algumas questões sociais como racismo e sexismo, abordados de forma que o leitor possa perceber a forte influencia na ascenção social de uma mulher negra. A narrativa possui cenas que são doloridas de se ler, imaginar... tudo se torna mais palpável ao perceber que ainda é uma situação existente e cotidiana.

A leitura não apresenta dificuldades, é bem natural, tendo em vista ser um livro escrito em 1948, possuindo uma linguagem acessível, mas não deixando de lado seu tom rebuscado. Na obra não temos grandes acontecimentos, podemos entender que essa história é construtiva, buscando apenas mostrar o percurso difícil que a personagem passa.
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Renata 17/12/2022

O livro é bem parado até mais ou menos os 70% quando começam enfim acontecer coisas, até lá é só a história de uma protagonista desagradável.

O que ela faz com a própria irmã é imperdoável, o que faz com a própria raça também.

Pra mim é muito difícil ler um livro em que não gosto do protagonista e foi esse o caso.
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Dani Pontes 24/10/2022

Colorismo
Incrível que o livro tenha sido lançado em 1928, sendo escrito por uma mulher negra naquela época!! O mais triste é q tem tanta coisa ainda atual no livro...
O livro fala de racismo, colorismo (sem usar o termo, claro), auto descoberta e mta superação!!
Adorei e recomendo!!
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Ariadne 17/08/2022

Ângela Murray é uma jovem ambiciosa e talentosa, que tem certeza de que o mundo lhe pertence. Infelizmente, ela é negra e vive nos EUA extremamente racista do começo do século XX.

Em andanças com sua mãe, entretanto, Ângela percebe que a menos que se denuncie, ela consegue se passar por uma pessoa branca. E ser branca lhe permite acessar todos os caminhos que estavam proibidos até então.

Após a morte de seus pais, ela toma uma decisão cruel, sim, mas que eu não julgo, e inclusive acho que faria o mesmo no lugar dela. Ângela decide se mudar para Nova York, em busca de maiores oportunidades relacionadas a sua área de interesse, e rompe laços com toda sua comunidade, incluindo a sua irmã.

Quem me acompanhou pelos stories, viu que eu demorei um pouco para terminar essa leitura, porque eu estava profundamente angustiada. E não é para menos! A jornada da protagonista é marcada pelo constante medo de ser descoberta. Ela sabe que se for pega na mentira, as pessoas a tratarão com muito mais aspereza do que se soubessem desde o começo que ela é negra.

Além de tudo isso, ela percebe que a barreira da cor não é a única que tem que transpor. A autora crítica não só o racismo, que rotula de maneira injusta as pessoas, mas também aborda as questões de gênero e classe social. Não são poucas as falas de Ângela questionando o modelo patriarcal e capitalista, em que vive. Esse foi um choque mesmo, porque eu não esperava ler isso nesse livro.

E que leitura dura foi essa!! A escrita da autora é extremamente atual, e algumas falas são muito parecidas com coisas que ouvimos ainda hoje. A cada página que eu virava, a angústia e a revolta cresciam em meu coração, e eu tinha medo de enfim dar de cara com a página em que tudo se tornaria uma tragédia.

Esse foi um dos livros mais densos que li nos últimos meses, e é mais um que eu queria que fosse leitura obrigatória nas escolas. Embora o final não seja a tragédia que pensei, isso não significa que não fiquei menos marcada por essa leitura. Não vejo a hora de ver mais livros dela traduzidos.

site: https://www.instagram.com/p/ChSwCfqvdG8/
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leiturasdabiaprado 30/06/2022

Um bom livro que trata sobre racismo!
Tem uma pegada bem parecida com o Identidade.
A personagem principal é uma jovem negra de pele clara que muda de cidade após a morte dos pais e passa a viver como branca...
A história trata bem sobre preconceito e segregação racial!
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Mateus Colares 01/06/2022

"Valeria a pena jogar fora os benefícios da sua passabilidade e brancura casual quando nenhum grande problema estava em jogo ? Valéria realmente a pena perdê-los numa situação séria ?"
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Talita379 12/05/2022

Alta expectativa, baixa cativação
Eu tinha grandes expectativas com relação à história devido à sinopse, e no começo realmente fiquei bastante empolgada e conectada com a narrativa. Porém, a partir do meio do livro perdi totalmente o interesse e só terminei por uma questão de "já cheguei até aqui".

Nas resenhas, muitas pessoas relatam a empatia que sentem com a personagem principal, porém eu particularmente não senti conexão nem com ela nem com outros personagens. Apesar deles serem bem escritos e terem suas personalidades próprias, a história não me cativou como eu esperava. Na verdade, até senti um pouco de raiva da Angela pelo o que ela fazia com os amigos e a família.

Além disso, a narrativa, que no começo segue uma linha mais descritiva das situações, quando chega no meio, vai pra um caminho muito reflexivo, com páginas e páginas de divagações, pensamentos e reflexões que me cansaram como leitora. Aliado a isso, os diálogos, apesar de em geral terem uma função e não estarem no texto de graça, são muito prolixos. Essa última característica, acredito que seja uma representação da época, mas que não me agradou.

Enfim, por causa das minhas expectativas, achei essa uma leitura morna, cansativa e que, apesar de ter um tema importante e interessante, não foi capaz de me cativar.
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Laris 31/12/2021

Como a raça pode afetar a vida
Um livro muito bom, as vezes pegamos entediados em algumas passagens, mas acho que representa o sentimento da protagonista, sem entender bem a si. Uma história para compreendermos como a cor/raça pode afetar a vida das pessoas.
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