O riso dos ratos

O riso dos ratos Joca Reiners Terron




Resenhas - O riso dos ratos


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Ricardo.Borges 10/06/2021

Futurama
Uma jornada perturbadora, muito mais que a simples sobrevivência física (em uma cidade que eu até reconheci em alguns trechos, o livro traz situações que colocam em xeque nossa ?comodidade? humana. Costumo ficar em envolvido na leitura de livros assim, que descrevem e narram circunstâncias associadas a sensações e motivações não-óbvias, profundas, como acontece, por exemplo, em ?Crime e castigo?. Também associei um pouco a leitura ao clima de ?Ensaio sobre a cegueira??
ElisaCazorla 12/08/2021minha estante
Também pensei bastante em Ensaio sobre a Cegueira.




Euler 14/06/2021

A sensação de acabar a leitura desse romance se assemelha a de ler um clássico e fica aquele gosto de que você acabou de ler algo grandioso. Em O riso dos ratos, um homem, ao descobrir uma doença que o deixa com dias contados, promete vingar-se do abusador de sua filha, o que ele não contava era com uma febre que mudaria a história da humanidade, traçando um marco pra um sem futuro de muita desumanização e horror. Em 7 capítulos, o Joca cria um mundo que volta ao pior que tivemos em nossa história, a exploração nas fábricas, a necessidade de fugir para quilombos e resistir, a escravização nas plantações, o navio negreiro, a invasão da descoberta. Dobrando o passado - olha o duplo aí-, o autor nos coloca diante do que temos de presente. Com um toque de brutalidade, ele compõe um mundo que poderia ser distópico, mas é real e que nos desesperança porque vivemos esse eterno retorno ao pior dos séculos. Em meio ao horror de abusos, corpos definhando e sopas de ratos - os ratos aqui tem aquele efeito dos de Sade em 120 dias de Sodoma- , a problemática que mais me chama atenção é até que ponto a sua questão individual - no caso da personagem, a vingança - é superior a uma desordem ainda mais violenta e coletiva? - só lembrei dos amiguinhos fura-isolamento, embora o livro se distancie demais disso. Como em A morte e o meteoro, outro livro que amei, a tessitura desse universo na literatura é feita com um labor de quem parece agulhar o papel. As frases que formam os parágrafos e os parágrafos que formam páginas é de uma preciosidade que me deixa impactada. O poder de nos fazer viver a truculência é mais imagética que uma produção audiovisual, é Literatura. Leiam??
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André Vedder 28/06/2023

O oposto da morte é o amor
Iniciei a leitura sem saber muito sobre seu enredo, esperando talvez por uma história de vingança e eis que me deparo com uma obra distópica e alucinante.
O autor cria um ambiente claustrofóbico através de um personagem totalmente perturbado e obcecado por vingar sua filha. E como se não bastasse o caos psicológico do mesmo, somos tragados por uma série de eventos onde a degradação moral, social e humana chegam ao seu possível limite reacionário. (Nada muito absurdo se levarmos em conta algumas teorias de muitos extremistas e fanáticos religiosos que estão por aí)
É uma narrativa pesada, um soco no estômago atrás do outro, mas que em seu âmago possui como fio condutor o amor paterno e a esperança.

"Tinha vivido o suficiente para saber que o amor é o aspecto concreto da existência, seu elemento mais visível, o único que permite à consciência entender a vida como algo palpável, e a palavra amor, ao ser pronunciada, tornava - se por extensão a própria vida."

"A verdade é que, na maior parte do tempo, eu me preocupei com o passado e as lembranças, ou com o futuro e as esperanças, e assim o presente acabou sendo só arrependimento ou protelação, viver não passou disso para mim. Perdido entre passado e futuro, não cheguei a vivenciar o presente."
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joaopaulobelli 14/03/2023

Distopia
A imersão que o Joca Terron consegue trazer dentro de sua obra é algo único, simplesmente sensacional. A confusão da personagem nos faz questionar do delírio, será tudo apenas um? A sua cegueira, náusea e perturbação não parecem terminar, duvidando assim, o que é real? Nunca fiquei tão imerso em uma personagem como nesse livro, torci e vaiei como nunca. Livro excelente.
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Leonardo Lemes 19/07/2022

O RISO DOS RATOS
Literatura com potencial imagético. Uma não-utopia. O texto exprime o que é perturbador, assombroso e o escárnio da vida. Um célere retrocesso caótico e frenético, que age em uníssono do início ao fim. O protagonista vive entre o horror do ontem, do hoje e do amanhã, se agarrando, em alguns momentos, no conforto de memórias extremamente distantes. O autor elucida o sentimento de vingança em espaços que definham, criando uma dualidade entre a mente do personagem e o mundo em que está inserido. Utiliza a metáfora da cegueira ao isentar o protagonista do incômodo dos problemas externos, e centralizá-lo em suas próprias demandas. Trabalha críticas sobre indivíduo, humanidade, sociedade e autopreservação. O contraste de uma linguagem desflorada, mas culta. Traz para a narrativa o negacionismo, a não-nomeação dos acontecimentos para não torná-los irreais. Subentende a analogia do livro, na qual os ratos são grandes fomentadores. "Para quem vive, a vida não passa de abstração. Tinha vivido o suficiente para saber que o amor é o aspecto concreto da existência, o único que permite à consciência entender a vida como algo palpável, e a palavra amor, ao ser pronunciada, tornava-se por extensão a própria vida."
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Evandro199 22/05/2023

Violência e obsessão
Um homem recluso faz uma promessa a uma filha, uma filha que sofreu uma violência, em um mundo que está se desfazendo rapidamente em barbárie, ou já estava antes?

O livro muitas vezes é confuso, mudanças acontecem sem o leitor perceber, personagens são mencionados sem apresentação prévia e por aí vai, porém claramente isso foi de propósito da parte do autor, pois vemos o mundo através dos olhos do narrador que por sua vez também tem uma mente confusa, um homem alienado do convívio social e por isso demora a perceber a mudança.

Escravidão, assassinato, estupro, humilhações e todo o tipo de violência estão presentes nesse livro.

Uma estória sobre a obsessão de um homem e quão longe ele vai, o que ele aguenta para realizar uma vingança cada vez mais distante.

Esse é o segundo livro do autor que leio, e senti nele uma veia meio "Cormac McCarthy" de descrever cenas muito violentas de forma poética e de maneira bonita.

Se esse tipo de leitura lhe agrada, vale a pena a leitura e dar essa moral para esse autor brazuca, outro livro dele que li é "A Tristeza Extraordinária Do Leopardo Das Neves" que na minha opinião é melhor ainda mas ambos valem a leitura.
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Emanuela23 27/06/2023

Uma leitura necessária. Esse era o Brasil q chegaríamos com o desgoverno do Bolsonaro.
O livro mostra o regresso à origem. Saímos do progresso, em um capítulo chamado A Promessa e daí em diante é só a degeneração do ser humano, enquanto passa por lugares como Futurama, Quilombo, Plantação,Valongo, Navio e Origem.
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Scheila.Nichel 27/04/2024minha estante
Legal sua resenha,me ajudou muito,estou no começo do livro,quase desistindo pq nada me fazia sentido




Bruna 08/05/2022

O Riso dos Ratos
Um livro muito denso, com capítulos e parágrafos muito longos, cheios de descrições que muitas vezes pareciam delírios, o que meio que faz sentido, já que o personagem não estava muito bem.

Me incomodou muito a forma como o pai se importou mais pelo lado da honra e masculinidade no quesito sobre o abuso sexual da sua filha, do que de fato sobre o que a filha passou e o trauma que gerou.
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MarcosQz 26/01/2023

Uma das leituras mais impactantes que já fiz. Não é nada "uau, isso é inovador", apesar de ser no aspecto geral da história.
Joca Terron criou uma história que vai do comum ao absurdo por níveis, onde é impossível sair ileso da leitura. É uma história bruta, feroz, de ódio, de vingança, de fim, destruição e morte, muitas mortes.
É um verdadeiro apocalipse. Mas também é uma história de amor, de saudade, de vergonha, sonhos, de luta.
A forma como as coisas acontecem, um retorno ao passado, os abusos, a escravidão, o fanatismo, tá tudo ali, tudo pesado, tudo cruel.

Joca Reiners Terron criou um personagem extremamente complexo, mas não cita seu nome ou de nenhum outro personagem. Tudo o que é dito sobre o ocorrido da filha é subentendido, existe um medo de pronunciar a palavra, o ato, a violência.
Não cita o nome de sua doença também, é uma fuga constante dos medos. Apesar de não citar nomes, não deixa de pensar na filha, no crime e na doença e na promessa uma página sequer.

O final é até emocionante.
O riso dos ratos é uma história de sentimentos, é preciso sentir para entender.
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Ruber 22/01/2023

Joca um crítico mequetrefe metido a romancista
Nossa saga tentando dar conta dos livros intragáveis de Joca, o que posso dizer é que o riso dos ratos reúne a pretensão de uma literatura que se leva a sério demais produzida por um pseudo escritor destituído de qualquer senso de humor, o qual contamina aqueles que se atreve a abrirem seus livros. Seus fâs são basicamente leitores iletrados de Nietzche e Sartre, ou caoisa parecida. São narrativas ensossas, que parecem forjadas por um crítico mequetrefe que se arvora a romancista. Nada da luz de um Oswald, zero por cento da força da prosa de um Henry Miller; apenas a mediocridade de quem pode se dar ao luxo de escrever livros sob o pretexto de uma carreira literáia. Não perca seu tempo, abra qualquer livro do Borges, ou até mesmo do Paulo Coelho, pelo menos esse último não irá te decepcionar quanto à falta de honistidade - desde que você realmente acredite que ele faz chover de verdade. Mistura de almoço nu com Adelidade Carraro sem inspiração. Joca faz parte de um grupo d escritores que considera a escrita uma forma de liberdade, Como dito por seu amigo, Marcíli Godoy : "na escrita os problemas são um conforto, e que as certezas simplificam perigosamente as coisas;" Ora ora, a escrita não é um conforto, é um problema que precisa encontrar solução, não é um parque temático um Disneylandia, mas um cadafalso onde cada autor busca resolver o impasse e o dilema. Mas o grupo do Joca pensa assim, eles se libertam na escrita, ou ainda, segundo o próprio Marcilio "Que toda arte começa a partir de um erro, e que é preciso falhar sempre, cada vez melhor;" Rs, meu Deus, é muita estupidez e cliche em uma só frase. Mas essas pessoas medíocres estão por aí, ocupando espaços indevidamente e sendo agraciados pela ignorância de um tempo nada promissor, ao som fortuito e asqueroso dos ratos que assaltam à noite as bibliotecas e livrarias.
Fernanda Mara 28/04/2023minha estante
Com certeza a resenha mais arrogante, patética e ofensiva que eu já li, prepotência no defender de uma opinião aparentemente considerada "certa" e ainda com coragem de ofender o autor através de xingamentos. É possivel expor seu desgosto de forma mais equilibrada e sem desrespeitar o autor, mas aparentemente a educação lhe falta em casa. A escrita não é um conforto? Não me surpreende que uma pessoa que fale tanta asneira só encontre nesse livro um amaranhado de palavras soltas (além das claras formas de partir para a agressividade contra o autor, parece até pessoal, ridículo). Mas parabéns pelas palavras bonitas, com certeza deve ter servido na hora de elevar o próprio ego.


Emanuela23 20/06/2023minha estante
Comentário desnecessário e ridículo. Ofendeu o autor e todas as pessoas q o leu.


Débora 05/03/2024minha estante
Você é simplesmente patético. Sua única função é destilar ódio contra certos autores contemporâneos porque não tem capacidade de embasar sua fala em outra coisa que não ataques pessoais aos autores, haja vista a sua capacidade porca de análise narrativa, o que cheira muito a dor de cotovelo, visto que você é apenas um cara arrogante e prepotente, mergulhado no fracasso e na inveja, que acha que conhece alguma coisa de teoria e crítica literária.




csavto0 18/03/2023

?Corremos para o precipício depois de termos colocado a cenoura à frente para nos impedir de vê-lo?, talvez essa seja a passagem do livro mais importante - na minha opinião - pois, a partir dela, é possível ter uma visão sobre como a história prosseguirá. A cenoura do protagonista em questão é a promessa, uma promessa que até um certo ponto da narrativa parece - e é - inalcançável. Todo o decorrer da narrativa entrega situações de desculpas para que a promessa não seja realizada. A doença, que o consome de dentro para fora. A febre que mata os humanos e que é disseminada por um vírus, que por sua vez transforma o solo em algo infertil. Tudo em prol de impossibilitar e distanciar o protagonista de seu objetivo.

Porém, a escrita é um tanto complicada de manter o leitor entretido. Os diálogos não são sinalizados, os pensamentos são como frases soltas dentro dos parágrafos e os capítulos são longos demais. Isso tudo torna extremamente tedioso manter os olhos fixos nas linhas. Li alguns comentários a respeito do 'gore', mas, pela primeira vez, essa é uma história que trata sobre um tema complicado de uma forma sutil. Em nenhum momento é descrito o que aconteceu, é entregue apenas uma ideia, um borrão, e a partir daí, é possível se idealizar o que aconteceu. Seria melhor se não fosse confuso.
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