Kamilla 27/10/2022Tensão do início ao fimResenha de releitura - 27/10/2022
Esse livro apresenta Raven, e eu tinha me esquecido de como a história dela era tensa. Desde o início, onde a vemos convivendo com uma mãe alcóolatra e negligente até o momento em que a mãe é afastada, e a menina é obrigada a viver com os seus parentes mais próximos, passando para a guarda do seu tio.
Na história de Raven, o tio logo se torna a maior ameaça para a sua segurança e bem estar, ele é violento, machista, hipócrita e se torna obcecado por qualquer sugestão de sexualidade que venha de Raven, mesmo as mais inocentes a apropriadas para a faixa etária dela, pois ele enxerga a relação que ele teve com a irmã na sobrinha, o que torna a permanência de Raven em sua guarda ainda mais assustadora.
A esposa dele é uma mulher que já foi totalmente aniquilada pelo comportamento abusivo do marido, ela tenta assumir uma atitude apaziguadora que é conduzida pelo seu medo da violência que parte de seu marido a qualquer momento em que ele é contrariado.
Os primos são frutos dessa família conturbada, a filha - favorita do pai - se torna hipócrita tendo um comportamento inconsequente e manipulador com seus amigos e infantilizado e falso com o pai. O filho, que não se dedica a atividades que o pai considera másculas e frequentemente aterrorizado e controlado pela tirania do pai.
O final dessa história era inevitável, a família de Raven era uma bomba relógio esperando explodir, fico triste que ela não tenha escapado da explosão com menos danos.
"Onde estava aquela família mágica da América, a que eu via na televisão? Pode-se ter pais e ainda assim ser um órfão, pensei." [p.117]