Thiago Rapsys 21/02/2012[Resenha] O mistério do Círculo - Leandro LuzoneSabe aqueles livros de suspense? Esquece todos eles. O mistério do Círculo é o melhor livro de suspense que já li. Leandro Luzone levou a sério a palavra "suspense". Não é que nem As esganadas - Jô Soares, onde o autor misturou um suspense leve com humor.
Gostei muito do jeito que o Leandro utilizou as palavras e sua diagramação. Suas palavras principalmente! Acho que é por conta dele ser advogado, cronista e escritor. Ele é membro da Academia de Letras da Mantiqueira e titular da Medalha de Mérito Tiradentes!
Claro que o livro não é somente suspense, até porque ficaria sem graça. Há uma dose perfeita de romance.
Outra coisa que gostaria de ressaltar é a qualidade dos detalhes que o autor descreve, seja um local ou um assassinato. Isso foi devido à uma viagem feita à Londres, especialmente para escrever o livro.
O livro é grosso e intenso, na sua particular dosagem de romance e horror.
O tempo se passa nos anos de 2006 e 2007, em Londres, Inglaterra. Anya Fulke é uma dedicada cientista que trabalha no Laboratório Life, pesquisando sobre a cura do mal de Alzheimer através das células-tronco embrionárias (por envolver fetos, e portanto vida, a Igreja Católica é avessa à pesquisa).
Neste ínterim, Gianluca Bonera, um padre italiano que mora em Londres, resolve ir procurar a cura para a sua mãe, que tem Alzheimer. Fica sabendo das pesquisas do Laboratório Life, e começa a ir atrás de informações. Mal sabe ele que está entrando numa fria.
Gianluca conheceu Ayna, e a partir daí eles se tornaram amigos (explicando a grosso modo).
No dia 21/06/2006, Mary Gorten - uma grande amiga da Ayna - é assassinada brutalmente num prédio abandonado. O assassino executou-a através de uma das armas de tortura da Santa Inquisição: a Mesa de Evisceração (foto abaixo). Pelo nome você já deve imaginar o que a vítima não deve passar, viva.
Após esse assassinato vieram vários outros, até que descobriu-se uma estranha ligação com a seita de Ayna: o Círculo e suas cerimônias da Roda do Ano Celta.
Ayna é descendente direta de Celtas, sendo assim, sacerdotisa (assim como todas as outras vítimas do assassino) do Sabá Beltane. Tudo isso é claramente explicado no livro, numa linguagem fácil de entender.
O livro não é como os da Lispector, onde só no final é que acha o assassino. Logo no começo do livro (e novamente posso comparar com As esganadas) o leitor já fica ciente do assassino, mas não de como ele conseguiu as armas de tortura (que são várias), por exemplo.
Recomendo o livro para todos (que tiverem um estômago forte)! É um livro bom, intenso, grande, nas dosagens certas de romance e horror!
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