Gisele Galindo 02/09/2023
Amor Passageiro
Mais uma obra e tanto de Cátia Serafim. Um romance romântico de se ler em um dia, de tão gostosinho.
A narrativa da autora - após ter lido quatro livros dela -, possui sua própria identidade, que, como já mencionei em outra avaliação, tem um q rodriguiano. Em alguns pontos é impossível, para mim, não me lembrar de Nelson Rodrigues. O modo de levar o leitor em sua contação do cotidiano das personagens é fantástico.
Agrada-me muito como Cátia insere temas que precisam ser trabalhados na nossa sociedade para que um dia tal postura, pensamento, cultura patriarcal seja algo do passado, da história humana a ser estudada e nunca mais praticada.
Além desse assunto, ela nos traz outras questões, pontuando seu posicionamento, bem como, também, permitindo abertura para que o leitor reflita e chegue a sua conclusão.
E o que dizer do nosso casal?
Dani e Demi (ele não gosta desse apelido), são daqueles que, no terceiro terço da trama, queremos colocar em um potinho, juntinhos.
De início, Demétrio não me agradou muito, confesso, mas, sei, foi mais por gosto pessoal. O modo dele falar, incomodava-me. Depois, ele me conquistou, porque entendi a razão. A mudança era proposital, não era aquele canastrão, rs. Só não entendi como Daniela pôde se apaixonar por ele logo de cara, praticamente. Mas, são coisas do coração, não é?! Quem pode explicar?! E, bom, o jeito como se conhecem... eita!
Teve um trecho que me arrepiou e estou bem tentada a procurar a autora para mais explicações.
Vivi e Estelinha são os anjos da guarda. Essa é uma bela característica sempre presente nas obras de Serafim. Aquele personagem (ou mais de um, como no caso), que serve de suporte para, geralmente, a mocinha. São lindas!
Tem uma personagem lindinha que... seria spoiler escrever sobre ela? Talvez. Então, leia para conhecê-la. Vale muito a pena.
Enfim, o amor passageiro pode um dia ser permanente.