Nomadland

Nomadland Jessica Bruder




Resenhas - Nomadland: Sobrevivendo aos Estados Unidos no século XXI


20 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Lucas Salsicha 19/01/2024

Em busca da liberdade
Esse livro é uma obra de arte, apesar de ser científico, de certo modo, pois mostra a realidade de muitos americanos que, ao se verem em uma situação crítica, sem casa, emprego e dinheiro, precisam tomar uma drástica decisão sobre o que será do futuro. Morar em um RV, trailer, motorhome ou mesmo uma simples Van não é algo fácil, uma vez que terá de buscar infinitamente por oportunidades de emprego, abrigo e se virar com a saúde e alimentação. Mostra um lado pouco conhecido dos Estados Unidos.
comentários(0)comente



Jaqueline Rosa 16/11/2023

Histórias de vidas resilientes, por mais que tudo esteja conspirando para que desistam, muitos resistem e lutam para sobreviver. Desmistifica muito a realidade de uma sociedade em que por mais que se tenha em conta como um país de primeiro mundo, tem uma parcela da sociedade que vive nas periferias, com seus revezes, mesmo assim com esperança de que tudo mude.
comentários(0)comente



Marcelo 15/09/2023

Realidade Exposta
Leitura muito interessante e que expôs uma realidade desconhecida por mim. Não imaginava a quantidade de americanos que foi atingida pela crise imobiliária/econômica de 2008 e perdeu suas casas e seus empregos.
comentários(0)comente



Nataniel Silva 18/08/2023

Nomadland- Jessica Bruder
Este livro tem todas as qualidades de um artigo, entrevista, ou melhor... um documentário, a vidas dos nômades nos EUA no século XXI. Acompanhamos a vida de Linda, suas trajetórias e dificuldades onde o dia dia não é fácil, no entanto o livro desperta um ponto sobre o capitalismo, que na realidade por suas próprias escolhas os nômades optaram por "se esconderem do sistema americano", onde é mais fácil, por eles, conviver fora do alcance do governo e todas suas ações.
comentários(0)comente



Gustota 20/06/2023

Emporra-louquecer para não enlouquecer
Uma das séries de maior sucesso da última temporada foi Succession da HBO. A série trata da disputa dos filhos pela sucessão de um decadente conglomerado midiático chefiado pelo pai. No decorrer da série, vendo dívidas se acumularem e com pouca perspectiva de novos empreendimentos, os membros da grande corporação Waystar Rayco se veem tendo que negociar a aquisição da empresa com uma Big Tech europeia, a GoJo. Enquanto viajava para a Noruega e combinavam os termos da venda entre seus executivos, a CEO interina da Waystar, Gerri Kellmann, diz que os americanos levariam vantagem na negociação porque "diferente dos europeus, eles não viviam à base de programas sociais e por isso eles eram muito mais astutos e cruéis".

Há uma profunda ironia a respeito da forma de pensar da personagem. Uma pessoa privilegiada que está no topo da pirâmide e defende não uma meritocracia, mas numa espécie de darwinismo social cruel, onde não há pudores para garantir a sobrevivência do mais forte. Ao mesmo tempo, a empresa familiar da qual ela representa e que é guiada conforme os caprichos da família proprietária prevê uma obsolescência no modelo de negócios que opera e todos estão profundamente preocupados em caírem na rua e perderem o escandaloso padrão de vida milionária que ostentam.

Essa fala, como diversas outras falas e atos que sustentam o bacanal tragicômico de ostentação da família Roy são colocados de forma caricatural de propósito numa grande onda de produções estilo "eat the rich" que estão na moda nos Estados Unidos, como "White Lotus" ou "Triângulo da Tristeza". Uma onda que tem ganho cada vez mais força desde a grande recessão de 2008, quando processos de engenharia financeira pouco responsáveis de Wall Street mancomunados com agências de controle e consultores desonestos com renome das universidades Ivy League resultou numa implosão do mercado imobiliário e de diversos investimentos que funcionavam como fundos de aposentadoria para centenas de milhares de famílias americanas. Pessoas que planejavam a aposentadoria de repente se viram tendo que trabalhar em funções precarizadas para além dos seus sessenta ou setenta anos, mesmo tendo uma extensa formação acadêmica e experiência profissional em empregos de colarinho branco. Tendo grande parte da sua renda consumida pelo custo de moradia, muitos passaram a viver em vans e motorhomes.

O livro "Nomadland: Sobrevivendo à América do Século XXI" é uma extensa reportagem da jornalista Jessica Bruder acompanhando essa nova subcultura de trabalhadores, em sua maioria sexagenários, que moram na estrada e vivem de viajar os Estados Unidos em subempregos temporários. São uma classe muito particular, contudo. São em maior medida brancos, com educação formal, treinamento em profissões de escritório ou acadêmicos e um estilo de vida tipicamente de classe-média, envolvendo construção de família, investimento na aquisição de um imóvel e planejamento para aposentadoria. Foram todos vitimados pela crise de 2008, o achatamento da classe-média com relação à salários e custo de vida, principalmente na questão habitacional e uma significativa perda de aposentadoria que estava investida em ações. Incapazes de conseguir nova colocação profissional no mercado formal, muitos optam por um estilo de vida nômade, buscando subempregos que paguem a hora.

A reportagem de Jéssica Bruder começa como um retrato de trajetória de vida desses indivíduos com laços familiares fragilizados ou inexistentes, em idade avançada e buscando criar um sentido pra si através de laços entre pessoas que estavam vivendo o mesmo estilo de vida. Mas conforme a matéria vai avançando nesse tipo de personagens, é possível ver um quadro mais amplo e dramático da situação profissional de uma classe de trabalhadores sem qualquer vínculo formal de emprego, sem direitos trabalhistas e sem qualquer perspectiva de carreira, aquilo que o economista britânico Guy Stranding chama de "precariado". À sombra desse tipo de mão-de-obra, repousa uma reflexão à grandes empresas como a Amazon, uma das principais contratantes desse tipo de mão de obra (produzindo inclusive material de atração profissional voltado para esse tipo de funcionário). Ter esse tipo de mão de obra permite que a empresa consiga se evadir de pagar até 40% em impostos, enquanto seu CEO pode vir a se tornar o primeiro trilionário da história.

O que começou com uma breve reportagem a respeito de uma subcultura dos "workampers" acabou se tornando uma reportagem extensa de vários anos e que levou a própria autora a se tornar uma workamper por algum tempo. Acompanhando principalmente a trajetória da idosa-workamper Linda May, Jessica Bruder buscou ultrapassar a ideia média de que os trabalhadores eram uma espécie de "neo-hippies" livres e felizes, ao mesmo tempo em que não quis reduzi-los a pobres vítimas do cruel capitalismo. Nesse meio-termo, há um mundo complexo da nova velhice, onde pessoas com maior expectativa de vida, mas sem qualquer seguridade social precisam se reinventar constantemente no mundo. Algumas pessoas conseguem encontrar forças em si e em outros para descobrirem novas possibilidades de ser com pouco e de obter prazer na vida nômade. Outros, pelo contrário, acabam caindo na depressão, vício e numa linha muito tênue entre o despojamento e a total precariedade de um morador de rua. É nesse mundo tênue que a autora trabalha sua obra, como uma reflexão sobre a própria transformação dramática (e alguns dirão decadência) do modelo de vida americano.
comentários(0)comente



Jenner Azevedo 30/04/2023

Agora vou atrás do filme
"Nomadland" é um livro de não ficção escrito por Jessica Bruder, lançado em 2017. A obra relata a história de pessoas idosas que foram afetadas pela recessão econômica e decidiram adotar uma vida nômade em seus veículos motorizados, viajando pelos Estados Unidos em busca de trabalho temporário.

A autora passou vários anos pesquisando o tema, entrevistando e acompanhando esses nômades modernos em sua jornada. Ela apresenta histórias de mulheres e homens que trabalham em acampamentos temporários, armazéns de encomendas e parques de diversões, fazendo tudo o que podem para sobreviver.

O livro retrata a vida difícil dessas pessoas, suas lutas e alegrias, seus relacionamentos e a sensação de liberdade que sentem ao viver de forma tão diferente da maioria das pessoas. A escrita de Bruder é envolvente e emotiva, levando o leitor a se colocar no lugar dos personagens e entender as escolhas que fizeram.

Além disso, "Nomadland" também apresenta uma crítica social importante sobre a maneira como a economia dos Estados Unidos trata seus trabalhadores mais velhos e vulneráveis, expondo a falta de segurança financeira e a precariedade dos empregos temporários que muitas vezes são a única opção para essa população.

Em resumo, "Nomadland" é uma obra emocionante e reveladora que oferece um retrato realista e humano da vida dos nômades modernos. A escrita da autora é habilidosa e a pesquisa detalhada e precisa, tornando o livro uma leitura indispensável para quem quer entender mais sobre as complexidades da vida nos Estados Unidos hoje.
comentários(0)comente



Alan kleber 09/03/2023

O futuro não é mais como era antigamente
Nomadland, de Jessica Bruder, é um livro profundamente tocante. A obra retrata a vida dos nômades modernos nos Estados Unidos, pessoas que abandonaram suas casas e empregos para viverem em seus veículos, buscando trabalho sanzonal em diversos lugares do país.
A autora nos apresenta personagens reais e cativantes, como a protagonista Linda, que perdeu tudo durante a crise financeira de 2008 e se viu forçada a adotar um estilo de vida nômade. Através das histórias desses nômades, o livro nos mostra a luta diária pela sobrevivência, as dificuldades financeiras, a falta de segurança e a solidão que muitos deles enfrentam. Mas ao mesmo tempo em que retrata essas dificuldades, o livro também nos mostra a beleza e a liberdade que a vida nômade pode proporcionar.
O livro é uma reflexão profunda sobre a cultura do trabalho e os valores da sociedade moderna. Através das histórias desses nômades, Bruder nos faz questionar a ideia de sucesso e de segurança financeira que muitas vezes nos aprisiona, e nos apresenta uma forma alternativa de viver e encontrar significado em nossas vidas.
A escrita da autora é envolvente e empática, fazendo com que o leitor se sinta conectado aos personagens e suas histórias. Eu me vi torcendo pelos nômades, compartilhando suas angústias e suas alegrias.
Em resumo Nomadland é um livro que vai muito além da simples descrição da vida nômade. É uma obra profunda e emocionante, que nos leva a refletir sobre nossa própria vida e nossos valores.
comentários(0)comente



Ju Ragni 28/02/2023

Uma realidade que a gente nem imagina
Resolvi ler esse livro antes de ver o filme, porque acho que o livro é sempre uma experiência mais profunda, e queria saber bem dessa história das pessoas de classe média que estão perdendo seus lares nos EUA e se tornando nômades. Para nós os Estados Unidos ainda são o objeto de desejo dos imigrantes, quantas pessoas ainda querem entrar lá ilegalmente, buscando chances de emprego e subsistência melhores do que em seu país natal, dispostos a fazer o trabalho pesado que sobra para os imigrantes. Isso não mudou nada, o que mudou foi o empobrecimento da classe média dos cidadãos americanos, aqueles que pensavam que teriam uma vida estável para sempre, que achavam que pagariam a hipoteca de suas casas ao longo da vida e teriam uma velhice tranquila, com a aposentadoria assegurada. Da última vez que estive em Orlando, em 2018, antes da pandemia, reparei bastante que havia muitos idosos trabalhando nos parques, tanto da Disney quanto da Universal, e penso que nos outros também. Esses idosos é que abriam os parques, nas guaritas, nas lojas, nos brinquedos, nos quiosques. À noite tinha um pessoal mais jovem, para fechar. Na época, pensei que isso fazia parte do espírito americano, imaginei que fossem aposentados que moravam no norte e estavam fugindo do frio no calor da Flórida e aproveitando para ganhar algum dinheiro enquanto isso. Não pensei que talvez fossem pessoas que tivessem perdido suas casas para os bancos, por não conseguir pagar suas hipotecas e estivessem sobrevivendo, trabalhando nos parques. Mas a realidade deles se mostra muito pior, quando a gente lê o livro. Empregos em parques são brincadeirinha de criança perto das dificuldades que eles enfrentam em empregos temporários como na Amazon (e eu que achava a Amazon tão boa...), na colheita de beterrabas, na recepção de parques florestais. A coragem de viver na estrada, de ter de encontrar lugar para dormir, porque a polícia não gosta de nômades e as pessoas têm desconfiança de viajantes em trailers ou vans. As dificuldades de viver sem as comodidades de uma casa, até para tomar um banho precisa de planejamento... Quem diria que americanos passam por isso...Em uma certa altura do livro, um personagem se pergunta onde vai morar quando for velho demais para trabalho itinerante... É assustador, piorque não há resposta para isso. Ainda assim, acho que há muitos paralelos que precisam ser estabelecidos com nossa realidade, e depois da leitura se entende o motivo de muitos brasileiros pobres ainda irem para a América, mesmo ilegais, e viverem lá melhor que viveriam aqui. Achei um livro esclarecedor, e agora quero ver o filme.
comentários(0)comente



Rodrigo 14/03/2022

Retrato de uma sociedade
O livro é brilhante. O relato de uma sociedade decadente e desigual, com uma ótica interna e incrivelmente bem narrada. Vale cada ventavo
comentários(0)comente



Vidal 19/02/2022

Interessante um raio x dos EUA
Livro bem interessante! Enxergo esse livro como um raio X do atual momento dos nômades nos Estados Unidos, principalmente a vida de muitos idosos que são esquecidos muitas vezes pela nossa sociedade! Trabalhos pesados, salário mínimo, condições de vida precária mas conseguem viver e tentar ter momentos de felicidade, apesar de histórias tristes, mas me motivou a motivação da Linda!
Em alguns momentos enxerguei meus pais tentando viver aqui no Brasil com um salário de uma aposentadoria que não cobre os gastos básicos!
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Claudinha 18/12/2021

O fim do sonho americano
O lado sombrio do capitalismo, que nos mergulha em uma angústia permanente de desemparo, especialmente na velhice.
comentários(0)comente



Ricardo de Andrade 14/12/2021

O fim da estabilidade como conhecemos
Surreal e instigante. Talvez as palavras que mais definam esse livro. Uma história que poderia ser facilmente de ficção, mas não é.

Nomadland trata de uma sociedade a parte que para sobreviver nos EUA, precisou se reorganizar dentro de seus veículos e precisou percorrer quilômetros como forma de estabilidade. Pois estabilidade não mais significa necessariamente fincar os pés no chão e sim achar uma forma prática de sobrevivência. Aliás, Nomadland ressignifica esse termo. Estabilidade não está mais somente caucado no "sonho americano", como conhecemos. Pois aqueles que levantaram essa bandeira, deixaram essas pessoas, os novos "nômades", ao relento.

A autora, jornalista, provavelmente deve ter ido atrás de uma reportagem e encontrou um livro. Retrata as histórias com simplicidade, sem meias palavras, sempre tentando passar o ponto de vista dos nômades, a ponto de tentar viver como eles.

Dos lançados nos últimos anos, esta é uma das melhores (senão a melhor), obras de cunho jornalístico que já vi.
É de se refletir, falando de uma forma global, por mais que esta seja uma história estadunidense. Recomendo veementemente.
comentários(0)comente



Juliano.Ramos 17/08/2021

Livro com uma proposta mais documental, sendo assim, acompanhamos a vida de pessoas que passam por momentos difíceis em suas vidas e se veem sem empregos e casas, optando por morar em veículos, ao longo do livro acompanhamos vários personagens e suas vidas e percebemos como o sistema capitalista vai minando as pessoas até era deixar de seguir o jogo e viverem como querem, me parece um história onde o filme deve ser bem melhor, não que o livro seja ruim, e não é...
comentários(0)comente



Tama 07/08/2021

Informativo
Levou-me a conhecer uma legião de "invisíveis".
Que trabalham para sobreviver em regime análogo à escravidão.
Em prol da plutocracia das corporações de e-commerce.
Distopia e futuro apocalíptico estão se tornando realidade. OCP, Mad Max, Metropolis estão saindo da ficção e se fundindo numa realidade profundamente desagradável.
Mas por outro lado, prova que sempre haverá a resistência, as pessoas fora do sistema, que ainda encontram alegria e motivação para viver.
comentários(0)comente



20 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR