bru 06/05/2021Cada alma tem sua própria narrativa ?Me apaixonei por esse livro assim que abri a caixa. Sim, não sei explicar que tipo de ligação foi essa, talvez seja o fato de se tratar do Rio, o que fez com que ele fosse completamente familiar, é gostoso ler sobre locais que você conhece, que você ama e admira.
?Cabiam tantas palavras no espaço do que nunca havia dito, mas pronuncia-las seria inútil. Isso exigiria que ele fosse capaz de ver o mundo exatamente do jeito que ele é: podre e lindo ao mesmo tempo, complicado e ambíguo, surpreendente e indecifrável.?
A história se passa pela visão de cinco pessoas, e, isso faz com que fique super gostoso, sem aquele q de monotonia. O universo de encantos é o Rio dos anos 80, então fala sobre suas belezas, sobre drogas, favela, aids, política, música, suicidio, amores, dores, sexualidade, sofrimentos. Uma escrita de visão tão antiga e que se faz claro agora em 2021.
Eu amei cada personagem de uma forma diferente, senti o que diziam e o que viviam, e, não posso deixar de comentar sobre a delícia que foi sobre pensar sobre o por do sol no Arpoador, sobre as ruas do Leblon, sobre a diversão no Rock in Rio, cabe até ressaltar o doce saudosismo e o quanto foi duro nesse momento tão delicado.
Abracei Selma, senti a dor de César, entendi Ignacio, compreendi Babi e acolhi Rosalvo.
?A vida seguiria. Ninguém era imprescindível ou insubstituível.?
?Selma entendia que o sofrimento, os reveses e o impensável tinham lhe dado uma profundidade que antes não possuía.?
?Podia livrar-se das coisas, mas não de si mesma.?
Scheller foi muito feliz e delicado na narrativa desse livro, obrigada mil vezes.
?Somos histórias interrompidas.?
Aproveitem.