Arte 365 28/04/2021
4,5 estrelas
Impressionante como em apenas 113 páginas, tantos temas tabus são tratados de forma crua e nua pela autora.
No cerne, a discussão de quanto difícil é lidar no cotidiano com o corpo feminino. Exagero? Dores menstruais, parto, pós-parto, gravidez, um corpo que por todos esses processos, acaba mais debilitado. E a isso, acrescente a insistente cobrança por mantê-lo dentro de padrões inalcançáveis (também para a maioria).
E ainda, a dificuldade de comunicar-se, mesmo com quem se ama.
A história nos leva a passar 2 dias com duas irmãs e a filha adolescente da irmã mais velha. A menina se chama Midoriko, a mãe, Makiko e tem 39 anos de idade. A outra irmã, carinhosamente chamada de Na-chan é a nossa narradora.
E no meio da narração, lemos pedaços do diário de Midoriko.
O final é catártico, super visual. Mas já te aviso que é um livro introspectivo, de vida real e normal. E esse também é seu ponto forte, porque contém “verdades” que não costumam ser ditas, mas que povoam as mentes de muitas mulheres.
“… cada vez entendía menos de qué o de quién hablaba. Me sentía incómoda. Al final, ni siquiera tenía la impresión de hablar con ella, como si el eco de sus palabras planeara sobre mí sin llegar a tocarme” (pp. 12/13)
Olha que coisa mais linda: “El sonido de esas palabras, el paisaje interior que evocan, me causan un dolor del que no puedo librarme, una tristeza permanente que se me adhiere a la espalda. Son cosas lamentables que vuelven una y otra vez, como en una noche lúgubre. Terminan por encharcarme los pulmones, los ojos …” (pp. 20/21).
Esse livro forma parte da lista #40ferrante