Nossa Parte de Noite

Nossa Parte de Noite Mariana Enríquez




Resenhas - Nossa parte da noite


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Snowxmann 13/04/2024

Deuses sempre se comportam como as pessoas que os criam
Horror.
Esse é um livro de horror, nas diversas formas em que ele se apresenta, na família, na política, no sobrenatural mas acima de tudo, no ser humano. Isso porque apesar desse ser um livro sobre uma ordem que invoca um deus terrível e escuro, o verdadeiro horror é o ser humano. O ser humano que em seu egoísmo e egocentrismo se julga tão precioso que não se importa em destruir vidas para viver para sempre.
O ser humano que tortura, mutila e mata para alcançar seus objetivos.
Um livro que atravessa anos, gerações, ditaduras, a morte e o desaparecimento dos inimigos dos militares, a epidemia da aids.
Como escapar da ordem? São poderosos, ricos a perder de vista, ajudados pelos militares, pela midia. Como se livrar deles? Como sair de sua teia? Juan acha que para ele não é possível mas para o seu filho, talvez seja e ele toma todas as decisões mais questionáveis e absurdas em nome dessa liberdade, esse é outro ponto muito interessante sobre o livro, enquanto seus vilões são bem definidos, os mocinhos também não são nenhum mar de rosas e é difícil gostar genuinamente da maioria deles (exceto o cristal Luís).
Uma leitura incrível, uma mitologia rica e profunda com muitas referências latino americanas que vale a pena conhecer. Não achei a leitura difícil, apesar da falta de capítulos dá para se guiar pelos parágrafos.
Apesar de esperar um final mais longo, talvez cortando algumas partes do meio do livro para deixar o final mais longo e mais detalhado, foi uma leitura excelente.
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Faty Didier 31/03/2024

Avassalador
Juan é um médium muito poderoso, pertencente à Ordem, uma organização iniciática envolvida com os mistérios do oculto, que procura, por meio de seus médiuns, se conectar com a Escuridão e, assim, desenvolver um método capaz de dar a seus membros a capacidade para a vida eterna.

Juan se casa com Rosário, filha de uma importante família fundadora da Ordem. Juntos, eles tem Gaspar, filho do casal e médium em potencial. Gaspar é peça chave da trama, para a Ordem a continuidade da organização e a possibilidade de dar a seus membros as condições para vencer a morte. Rosário morre no início da história em situação suspeita e que é revelada no decorrer da história.

A relação de Gaspar e Juan é permeada por complexidade. Vemos uma família disfuncional, marcada pela tragédia da morte da mãe, mas também pelas pequenas tragédias cotidianas que rondam a relação desses dois, no meio de tantos segredos, terrores, espíritos, escuridão. A forma como Juan ama o filho é passional, desesperada, abusiva e choca como Mariana Enriquez trabalha essa relação, nos pormenores do desespero e da violência. Juan quer por tudo salvar o filho de repetir o seu destino e, a seu modo, caótico, na verdade, o empurra para o inevitável.

Mas nem tudo é violência nesse livro de mais de 500 páginas, vemos relações mais afetuosas como a amizade de Gaspar, Adélia, Vick e Pablo, já na fase adolescente da trama. Apesar de um desfecho pesado, essa parte é um breve suspiro de doçura num livro de histórias tão duras. Da mesma forma, a fase em que Gaspar passa com seu tio tbm carrega uma doçura impossível de não pontuar. Seu tio vai mostrar a ele que, finalmente, relações familiares podem ser permeadas por amor e que amor não é o mesmo que violência e medo, como ele estava acostumado.

A ideia do livro em si é das que mais me interessam, pois mistura o mágico, o místico com a realidade política latino-americana. A história se passa entre a ditadura Argentina, com passagens que remontam a ditadura brasileira e mostra como os cultos da Ordem, o dinheiro dos poderosos e a violência política se entrecruzam numa relação perversa e imoral. E por falar em perversidade, temos aqui as mais completas descrições da crueldade, ao narrar a situação de tortura aos presos (?engaiolados?), utilizados pela Ordem com a cumplicidade da ditadura, na busca por um possível médium.

É um livro de terror, é bom lembrar e, como tal, aterroriza mesmo! Muitas passagens são cruas, cruéis, avassaladoras e violentas. As vezes eu precisava parar para respirar fundo e continuar, eu, medrosa que sou. Mas tudo é muito interessante, de forma que apesar de denso, pesado, assustador, você quer continuar. Demorei um mês para terminá-lo, mas foi uma das aventuras literárias mais interessante dos últimos tempos. Enriquez, é uma bruxona latina que muito me intriga e quero continuar acompanhando. Se fosse vc, faria o mesmo. Recomendadíssimo!
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Elen 29/03/2024

Haunt me
?Não me deixe sozinho, haunt me?
Livro pesadíssimo, tanto em carga emocional como em cenas extremamente desconfortáveis. Tem muito do sobrenatural mas a autora faz a brilhante jogada das piores cenas e práticas partirem do ser humano (na maior parte das vezes em busca de alcançar a imortalidade, perpetuando para sempre os horrores a que são capazes)
A ambientação na ditadura deixa tudo mais incomodo e claustrofóbico. Não tem pontas soltas, tudo faz sentido. Tem personagens extremamente bem desenvolvidos e moralmente questionáveis, tudo faz esse livro valer a pena.
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Viviane 03/03/2024

Sou muito fã de terror , porém este livro realmente de deixou com medo e alguns momentos da estória.
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Luan 28/02/2024

Diário de Impressão: Nossa Parte da Noite
Não sou leitor de livros de terror. Esse, no entanto, tem um estilo que me atraiu já nas primeiras páginas. Contexto histórico rico e personagens interessantíssimos. No entanto, ainda é cedo para sabe o que me aguarda. Veremos.
14/01/2024 (6%)

O livro falha às vezes no ritmo, mas a linguagem é tão carregada de oculto e feitiçaria que me mantém encantado. Cheguei em uma parte que realmente me surpreendeu. E agora, depois de uma cena literalmente diabólica, estou fisgado.
19/01/2024 (14%)

Estou impressionado em como estou hipnotizado por esse livro. Achei que não me interessaria porque não sou fã do gênero terror, mas Mariana Enriquez é habilidosíssima com as palavras; quase uma médium. Personagens profundos, enredo instigante e um subtexto maduro. Realmente um terror diferente de tudo. Poderia dizer que é realismo mágico, mas está mais para feitiçaria naturalista.
23/01/2024 (24%)

Apesar das extensas descrições, que às vezes são desnecessárias, estou fascinado por esse livro. Com frequência penso nele quando não o estou lendo. O que vai acontecer com Gaspar? Onde está Rosário? Será que seitas ocultistas aproveitaram o estado de exceção criada pela ditadura militar argentina para sacrificar adultos e crianças, como na história? E por aí vai.
26/01/2024 (31%)

Alguns leitores falam que essa parte que estou lendo, que abrange a infância/adolescência de um dos personagens principais, é excessivamente descritiva. Outros a chamam até de desnecessária. Eu não achei nada disso. Pelo contrário, é justamente onde o livro está me ganhando. A cena da Argentina ganhando a copa de 1986 (sim, futebol em um livro de Terror) é uma das descrições mais profundas e nostálgicas de um período emblemático. Tudo serve para criar atmosfera. Contribui para o aprofundamento do drama, do suspense, de tudo que está por vir, porque literatura é PERSONAGEM, e tudo aqui serve para desenvolvê-los. Talvez, claro, o livro tenha me fisgado por motivos pessoais. Me vi totalmente transportado para minha própria pré-adolescência, meus medos e idiossincrasias. Tenho mais motivos emocionais para defender esse livro do que racionais. Mas boa literatura não é exatamente isso? Quando fala com o coração? Mariana Enriquez está me impactando de um jeito inesperado.
05/02/2024 (49%)

Achei que com a chegada do novo capítulo, o livro esfriaria e me decepcionaria, pois ele iria acompanhar o passado e não o futuro da trama. Me enganei. O livro explodiu. Não consegui respirar de tanto maravilhamento. Ele aprofunda personagens, expande o universo, enriquece mais ainda a trama e te conduz em uma experiência única. Finalmente entendi o que é o horror. E estou apaixonado.
14/02/2024 (73%)

Se não fosse pelo clube de leitura (Oficina Literária), eu já teria devorado esse livro da mesma forma que ele me devora.
18/02/2024 (88%)

O que mais gostei desse livro, o que mais me fez amá-lo, foi sua imprevisibilidade. Não tinha ideia do que ia acontecer. Também amei o tom nostálgico, as reflexões políticas, as explorações temáticas; tudo é rico e denso. O terror, o que menos me interessava, me conquistou como fogo na escuridão. Mariana Enriquez abriu meus olhos para o gênero e tenho muito a agradecer.
O final foi satisfatório e cruel. Cruel porque não é feliz, não tem encontro dos personagens favoritos e é rápido demais. Sim, eu queria mais, mesmo de um livro tão longo. Mas é satisfatório. Ele nos premia com o que tanto queríamos. Você vibra com o resultado. Além disso, ele é bem amarrado, fechado na medida certa, deixando a gente com a impressão que tudo foi desvendado. Mas claro que não foi. Ainda há oculto e mistério, algo para se descobrir e ter medo. E isso, esse gosto de insólito, é justamente o que fez a história ser tão saborosa. Até agora, a experiência mais impactante do ano.
27/02/2024 (100%)
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Capitão Peixoto 19/02/2024

Uma leitura diferente!
Uma edição especial de um livro da literatura argentina, algo que nunca tinha feito antes. Um terror simples, mas consideravelmente bom e com muito hot, o que não é meu preferencial. No entanto, uma boa leitura de 544 páginas!
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spoiler visualizar
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JL Marcal 31/01/2024

Muito sombrio
Um livro muito sombrio, mas uma leitura muito boa. Queria saber o processo criativo que levou a autora a escrever um livro assim. Recomendo demais!!!!
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Amorimxz 21/01/2024

Não foi uma leitura ruim, mas foi bem difícil tanto que demorei quase 2 meses para terminar (coisa que nunca tinha acontecido com nenhum livro que li).
O excesso de detalhes, parágrafos enormes (as vezes uma página inteira), a forma que o livro foi escrito sendo dividido em partes grandes e não em capítulos foi o que tornou a leitura tão arrastada e cansativa.
29/01/2024minha estante
Tive exatamente a mesma sensação. Cheguei num ponto em que até pulei uns pedaços. Parecia que eu estava lendo livro para fazer TCC ?. Não curti muito.




LaAs190 15/01/2024

Maravilhoso!
Bem escrito, bem ambientado, sem pontas soltas, com personagens complexos e cativantes. Amei cada segundo dessa leitura.
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ncly.e 14/01/2024

Desgraça total
O livro é muito arrastado, foi uma tortura ler 200 páginas desse livro, nunca terminei e nem pretendo terminar. Eu li por recomendação de uma amiga e me arrependi de ter gastado os meus 15 reais. (Só não marquei ?abandonei? porque não dava pra fazer uma resenha)
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Patty 10/01/2024

Bom livro
Eu nunca tinha lido nada da América Latina, tristemente.

Foi uma experiência muito gratificante conhecer um pouco mais sobre a cultura dos nossos vizinhos, ainda mais que esse livro foca bastante na ditadura e no culto aos santos.

Não gostei muito de Juan ou de Rosário, apesar de achar que no meio em que eles cresceram seria normal ambos serem desequilibrados mentalmente, não gostei da forma com que tratavam o filho.

O final foi o mais satisfatório que poderia ter.
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Milena 08/01/2024

Não seja tão duro, Gaspar. A vida é diferente.
?(..) quando não se pode lutar, a única maneira de ficar em paz é se render.?

A história desse livro é envolvente. Não é uma leitura fácil, tampouco confortável.
A escrita te cansa, esmaga, prende. Mas é a forma de desenhar o que precisa ser sentido.

Não sei se é um livro que releria. Contudo, sentir o que Mariana Enriquez tinha para contar foi assombroso.
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Nayana.Colquhoun 07/01/2024

Nossa parte de noite
Eu tinha uma expectativa alta pra esse livro e me decepcionei. A edição Intrínsecos está cheia de erros, o que me fez duvidar se a obra estava bem traduzida. Se o livro tiver sido bem traduzido, então não achei a escrita das melhores. Várias vezes eu ficava confusa e tinha que reler algum trecho pra entender. E não tô me referindo a falta de travessão nos diálogos, nem aos capítulos longos, já li outros livros assim sem dificuldades. Também a história era cortada abruptamente em alguns pontos que não eram retomados? O enredo é sombrio, o que me agrada, mas a Ordem é tão desgraçada que eu não conseguia me importar nem ter empatia por nenhum personagem daqueles (Juan, Rosario, Stephen, Tali, Laura...), o que significa que boa parte do livro eu li sem nenhuma emoção. O final parece preguiçoso, uma solução tão fácil que parece muito pouco crível. Enfim, poderia ser uma ótima história, mas não foi, foi ok, arrastada em alguns momentos, melhor em outros. Se eu tiver vontade de reler algum dia, vai ser em outra edição.
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Mia 07/01/2024

Não pensa no diabo que ele aparece
Nossa parte de noite é um livro grande, tem quase 600 páginas e não tem divisão de capítulos, no entanto a autora conseguiu distribuir bem os acontecimentos e dar a devida profundidade a eles. Tenha em mente que, se o livro fosse menor ele não seria nem de longe tão bom quanto é.

O que mais me chamou atenção foi como a autora conseguiu amarrar muito bem tudo que acontece ao decorrer da história, lembra daquele personagem lá do começo que apareceu em 5 páginas? Meu bem, ele vai voltar... ah e como vai. São coisas assim que tornam a experiência tão proveitosa.

Gostei de como ela foi trabalhando a mitologia aos poucos, sem ficar sobrecarregando o leitor com termos que são facilmente esquecidos, além disso, a construção mais lenta faz com que a curiosidade seja ainda mais atiçada.

Nossa parte de noite não é um livro para leitores que só querem chegar ao fim a todo custo. Aqui, todos os personagens tem uma vida, seus próprios problemas e desafios, os lugares também tem história e cada momento é importante, então tenha calma.

Uma dica para quem quer comprar esse livro, a edição do Intrínsecos tem alguns erros de revisão, mas nada que atrapalhe muito.

Como fã de um bom horror eu amei esse livro, fica a indicação e não esquece ein.. não pensa no diabo que ele aparece.
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