Nossa Parte de Noite

Nossa Parte de Noite Mariana Enríquez




Resenhas - Nossa parte da noite


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Nagela 22/05/2021

Viagem pela escuridão da Argentina
O livro tem uma leitura muito fluida. É um calhamacinho que rende.
Tem muita escuridão, tem bastante romance LGBTQI+.

Muito sexo, drogas e rock. O enredo é obscuro e bem escrito. Há, Fiquei bugada 90% do livro e os outros 10 confusa... Hahaha
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Lulu 14/08/2021

Fantástico
No começo achei que não fosse gostar do livro, mas ele é simplesmente fantástico e senti muita falta dele quando terminei
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Matheus Monteiro 23/12/2021

O horror trágico de Enriquez
Um homem jovem com problemas cardíacos viaja pelas estradas do nordeste argentino com o filho pequeno de carro. O que poderia ser uma viagem tranquila, não demora revelar um tom assombroso: ambos conseguem ver espíritos em hotéis, em uma noite há uma invocação de um demônio e ambos estão em constante vigilância. Algo os persegue, enquanto o pai tenta encontrar uma solução para o destino do seu filho em meio a uma Argentina assombrada pela ditadura militar e uma seita adoradora de uma entidade sombria que os quer. É assim que Mariana Enriquez começa seu livro mais ambicioso e complexo.

Sempre houve algo de trágico na prosa de Mariana Enriquez, escritora argentina que cada vez mais se consolida como um dos principais nomes da literatura de horror da América Latina. Em As Coisas que perdemos no fogo, sua coletânea de contos, as investigações narrativas observam as chagas sociais e os impactos disso na rotina e psicologia de seus personagens. Do sentimento salvador da burguesia, passando pelo trauma da ditadura argentina e misoginia, os contos flertavam com o horror do cotidiano tensionado em estranheza e macabro. Em Este é o Mar o foco era a tragédia do mundo do rock, o clube dos 27, os ídolos quebrados adorados que se salvavam milhões com suas músicas, se afundavam em suicídios e overdoses. A tragédia é uma característica da prosa de Enriquez, reflexo do próprio gênero a qual se debruça (afinal, o horror não é nem de perto um gênero a qual se associa sentimentos positivos ou tranquilos. Personagens são feitos de vítimas, vidas são atormentadas e nem sempre há um final feliz), mas se antes havia um horror trágico, é em Nossa Parte de Noite que Mariana investiga a tragédia do horror.

Dividido em seis partes, posicionadas em temporalidades não-lineares, e com uma voz polifônica (as seis partes tem vozes narrativas distintas, sendo de personagens diferentes), Nossa Parte de Noite é bem mais complexo do que o rápido resumo descrito no início dessa crítica. Se a primeira vista se trata de uma única jornada, é mudando o ponto de vista dos personagens ao longo do livro, que Mariana tece sua análise sobre a tragédia, sendo este o maior horror do livro. Sim, há mãos fantasmas, rituais aterrorizantes, assassinatos e portas que dão a um outro mundo perverso e faminto. O horror e suas diversas manifestações estão presentes no livro, mas a coisa que mais salta as páginas é o sentimento de uma série de vidas entrelaçadas e destinadas a dor e a desgraça por entre as décadas. Ao contar sua história não linearmente, e trazer perspectivas de diferentes décadas, Mariana conta a história de pessoas que ao terem se aproximado do Sobrenatural, criaram um ciclo de dor e sofrimento que vai arrastando cada vez mais e mais pessoas.

E que dor. E que sofrimento. Definitivamente, o livro mais pesado da autora até então, Mariana cria uma obra perversa, maligna, violenta e perturbadora. Existe uma crueldade que perpassa todos os personagens ao longo das décadas. Das atrocidades cometidas pela Ordem a qual Juan, o pai do garotinho citado no começo do livro, serve como médium; assassinatos em massa; a própria relação perturbadora do pai com filho, uma relação difícil e que beira ao abuso (e desconcertante, porque há, por incrível que pareça, um sentimento de proteção e amor paternal também), violência, traumas infantis que deixam cicatrizes por anos. É um livro que não poupa o leitor, seja em mostrar a crueldade das relações humanas, como de mostrar cenas perturbadoras em um detalhismo sádico. É denso, é perverso, definitivamente não se tornando uma leitura fácil, assim como Juan não apresenta um comportamento de abertura de carinho para com seu filho.

Mas há uma compensação impressionante, quase uma troca sobrenatural que a autora faz com o leitor ao apresentar um livro que pulsa. Nossa parte de noite pode não ser um livro que se permite amado. Sua atmosfera densa e sua escrita dramática de ritmo calmo, de queima lenta, exige comprometimento do leitor, mas também oferece riqueza cultural e narrativa. Cultural porque a ambientação que a autora cria nunca foi tão detalhada como nessa obra. Da cultura argentina, com seus santos que cruzam a espiritualidade cristã e indígena guarani; ao detalhe da rotina dos jovens ricos britânicos na década de 70, com suas viagens de ácido e arcadismo intelectual e curiosidade com o paganismo; ao impacto da ditadura argentina no social urbano até a recriação do cenário queer argentino em meio a pandemia de AIDS na década de 80/90, Mariana pulsa detalhes culturais entre seus personagens. É hipnotizante acompanhar a mudança de ambientes e tempos nesse calhamaço, assim como as próprias críticas sociais que marcaram outras obras da autora. A ditadura argentina é mais uma vez apontada como monstruosa, e no perturbador O Poço de Zañartú, a autora faz questão de esfregar a contagem de corpos do regime argentino em uma história escrita em formato de crônica jornalística. A própria Ordem que ilustra a tragédia nunca deixa de ser mostrada como o mais requinte de crueldade que os brancos podem fazer quando se tem poder. Isso também é ser rico, pensei então: esse desprezo pelo precioso e a incapacidade de oferecer a dignidade de nomear. Há também comentários sobre a própria crueldade mórbida da mídia, como mostra o sensacionalismo de mostrar a situação agonizante de uma criança colombiana soterrada há dias morrendo em plena TV aberta, noticiada até o último respiro.

Sobre o horror. Assim como flui entre aspectos culturais, Mariana flui em diferentes imagens sobrenaturais. Não é um livro necessariamente assustador, e sim próximo de uma beleza perturbadora e violenta. Cada parte manifesta o horror sobrenatural de forma diferente, então vemos desde rituais a uma entidade obscura, chacina na vibe Tate-LaBianca, uma peregrinação a um outro mundo obscuro, e casas mal assombradas.

E pensando em casas mal assombradas há uma coisa curiosa para quem leu As Coisas Que Perdemos no Fogo. A personagem Adela retorna, com alguns trechos e o mesmo destino bizarro para esse livro, mas há muitos mais detalhes e Mariana explora ao máximo sua própria ideia como potência dramática. O que poderia soar como um reaproveitamento barato, é mais uma atualização e evolução narrativa, em uma criação de motivação narrativa e geradora de conflito.

Outro ponto a se abordar é como Mariana escreveu uma obra trágica de horror, que em meio a perversidade e crueldade, traz personagens gays e bissexuais e complexos, sem serem reduzidos a estereótipos (o que também os coloca como pessoas com muitas falhas e defeitos) e com importância narrativa.

Nossa parte de noite não é um livro fácil. É propositalmente denso, com um ritmo lento que desbanca em violências e atrocidades cruas, não se segurando em mostrar o quão perverso as pessoas podem ser e o sofrimento que podem infligir e serem infligidas, mas é um quebra cabeça narrativo de diferentes personagens e momentos temporais delicioso de se desvendar, culturalmente complexo, e que atualiza a ideia de tragédia contemporânea. É uma tragédia de horror como poucas já escritas.
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Gisele 25/05/2021

Nossa parte de noite - Mariana Enriquez
Que livro, meus amigos! Que livro!

Quase desisti da leitura nas primeiras cinqüenta páginas, até então tinha odiado o livro. Pensei, mas que p#### é essa!? Mas depois disso essa leitura se tornou uma obsessão, até o fim.

Nunca senti tanto medo lendo um livro e amei essa sensação. Se não fosse um livro surpresa do clube intrinsecos, certamente não escolheria este livro em uma livraria.

Amei a experiência, e sim, o livro é realmente muito bom!
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Carla Verçoza 09/02/2022

Mariana Enriquez é uma escritora muito, muito massa!
Eu já havia lido "As coisas que perdemos no fogo", livro curto com contos curtos, e havia gostado demais. Agora com o seu romance, um calhamaço (sim, mais de 500 páginas com letra pequena e páginas cheias), a autora volta a me conquistar com sua escrita inteligente, simples (mas não simplória) e fluída.
Recheado de referências da cultura pop, o livro conta a história de Juan e Gaspar (pai e filho) e sua família, que faz parte de uma Ordem que adora uma entidade, Escuridão. Ao logo dos capítulos a saga familiar vai sendo desenrolada, de forma bastante interessante e não convencional.
Os capítulos são narrados por personagens diferentes e em tempos diferentes, sem seguir uma ordem cronológica. As informações vão sendo apresentadas sem muitas explicações e as respostas são dadas ao longo da história, de forma inteligente e agradável. A autora não entrega tudo com facilidade, confia na astúcia do leitor, o que me agrada muito. Adorei o estilo e achei que, mesmo com um livro tão longo, Enriquez conseguiu criar uma história boa e muito bem amarrada.
Há algumas passagens bem pesadas, de violência, abusos. O terror, o sobrenatural, é inserido de uma maneira certeira, com algo de um horror característico da América do Sul. Assim como as questões de gênero também são tratadas de forma bastante natural, sem ser forçado.
O livro possui altos e baixos, em alguns momentos fica um tanto cansativo, mas logo retoma o ritmo. A construção das histórias de Gaspar, sua família e amigos é rica, e o livro, além do enredo central (a Ordem e seus mistérios), tem muitas camadas, como amizade, a busca de um lugar no mundo, relações familiares, sexualidade, AIDS, ditadura militar, e a autora constrói tudo isso de uma forma bastante agradável de acompanhar.
Assisti ao episódio da série "O Lobo do Lobo e a Literatura Latino-americana" (2022, canal Curta!) com a autora e minha admiração por ela só aumentou. Pretendo acompanhar seus lançamentos aqui no Brasil. Literatura latino-americana segue sendo minha favorita!
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Wilza.Alves 10/06/2021

Com uma premissa interessante, deixa a desejar na narrativa, de modo geral é um bom livro, merecia até mais estrelas, se não tivesse momentos tão cansativos. É demasiadamente longo, poderia facilmente ter 150 páginas a menos e sua escrita ser mais fluída. Não tive grandes surpresas com o final, já esperava por algumas revelações e resoluções. É um bom livro, uma boa história, mas preparem-se para momentos muito arrastados.
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Isabella.Tedeschi 25/06/2021

Nem sei por onde começar a falar mal desse livro
comecei a ler essa história pq pensava que me somaria em conhecimentos sobre a ditadura Argentina, essa foi uma das minhas primeiras decepções sobre o livro: o contexto histórico é bem chulo e simplista, e se alteradas as datas poderia servir pra qualquer ditadura ocorrida na América Latina.
o que mais começou a me incomodar e depois a me deixar puta da vida foi o fato de que a autora utiliza elementos de religiões afro e indígenas (politeísmo e rituais pra homenagear os deuses, por exemplo) pra servirem de inspiração pra essa seita maligna aí que ela criou, em que um monte de gente pelada e drogada de ácido e tortura pessoas (inclusive e predominantemente crianças) e animais em nome de um deus.
além disso, DIVERSAS partes do livro não têm a mínima necessidade de estarem lá: não enriquecem a história no quesito contexto histórico, não desenvolvem melhor os personagens. a escrita é prepotente, tenta ser ?original? e ?inovadora? e acaba por ser somente um empecilho pra leitura fluir. parece que todas essas partes desnecessárias só são feitas pra ?chocar?. pra que no final do livro você não possa falar que não gostou, pq se isso acontece, vc não entende um romance ?à frente do seu tempo?, que ?precisa de estômago?.
o Intrínsecos foi, inclusive, extremamente irresponsável por ?vender? esse livro como terror. é muito mais um gore RECHEADO de violência infantil, e se eles tivessem deixado isso um pouquinho só mais claro teria sido ótimo: eu não encostaria nesse livro.
mas Isa, se o livro é tão terrível assim, pq vc terminou e ainda por cima deu 0,5 estrela ao invés de 0? te respondo: a única decisão feliz da autora foi a de fazer algo que eu sou completamente apaixonada na literatura: grupo de amigos. eu só terminei esse livro por causa da história e dinâmica de Gaspar, Adela, Vicky e Pablo, apesar dessa parte também ser recheada de coisas pesadas. além disso, achei interessante também a autora dividir o livro em diversos pontos de vista. só isso mesmo. um parágrafo das coisas boas do livro ????????
por fim, fiquei extremamente decepcionada com o final: pareceu que a autora já estava cansada, afinal já tinha escrito mais de 500 páginas, e falou ?que mierda [ela é argentina], preciso terminar esse livro! vou sentar aqui e fazer um final aberto, sem desenvolver quase nada, só pra acabar logo? . e foi exatamente o que aconteceu.
um adendo: Mariana Enriquez, não vou esquecer que você literalmente comparou uma religião afro-brasileira com essa sua nojenta aí que você criou. o nome disso é racismo :) assim como outros termos racistas que você também usou :) como ?ovelha negra? :)
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Neto154 14/09/2023

Nossa Parte de Noite ? Mariana Erinquez
"Deixei algo meu em você, espero que não seja amaldiçoado. Não sei se posso te deixar algo que não esteja sujo, que não seja escuro, nossa parte de noite".

Esse livro foi uma leitura estranhamente boa mas não atingiu aquilo que eu esperava . Gostei de algumas partes e do desenvolvimento da história em determinados momentos da obra.

Li com uma amiga e entramos em consenso de darmos esse nota.

Lembre-se: "A escuridão era uma colecionadora de ossos. Não se dialogava com ela. Não se negociava com ela".
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Gabriel 29/05/2021

Um colosso de melancolia e visões tétricas

Cai de amores por Mariana Enriquez antes de terminar "As Coisas que Perdemos no Fogo"
um Realismo Fantástico Sulamericano sujo, aquele horror vindo do -ou se misturando com- o cotidiano; evocando a tradição do horror gótico, mas profundamente contemporâneo e sociopolítico
quando vi as dicas da caixa #32 do clube Intrínsecos imediatamente me liguei que era algo da Mariana, assinei na hora e aguardei com ansiedade.
O livro começa em 1981, dois anos antes do fim da ditadura argentina, um pai e seu pequeno filho viajam de carro, eles parecem fugir de algo. Juan, o pai, é cuidadoso, sistemático e duro, mas essa dureza vem de um lugar de amor, ele busca proteger o filho. Juan se recupera da uma complicada cirurgia no coração e ambos ainda se recuperam da trágica morte de Rosario, esposa e mãe. em meio à repressão do governo e dores físicas e psicológicas eles senguem para Misiones, passam pelas Cataratas do Iguaçu, o destino é a mansão da família de Rosario, os Bradford, a tradicional e poderosíssima família que tem laços com os militares e outras coisas obscuras (que habitam outro plano), Juan é o médium responsável pelo contato com A Escuridão -a entidade adorada pelos Bradford e a seita que encabeçam-, o única capaz dessa invocação, um processo extremamente custoso (ainda mais para seu coração fraco), e Juan não está disposto que depois de sua morte seu filho seja usado como o novo médium da Ordem. a partir desse ponto o livro se estende por anos, lugares e o passado & futuro de seus personagens são investigados.
e esse livro... não foi a toa que recebeu o Premio Herralde (um dos maiores prêmios para obras escritas originalmente em língua espanhola)
Lembro de no primeiro dia ler 71 páginas e pensar como "Nossa Parte de Noite" é um livro RICO, toda a mitologia desenvolvida por Mariana, todas as informações sobre os cultos e santos locais são interessantíssimas
não sei se Mariana é praticante de algum sistema de magia ou se todos os detalhes vieram de uma pesquisa, não sou um grande conhecedor, mas apesar das liberdades criativas, vários detalhes me parecem bem embasados.
aliás, essa primeira parte do livro, recheada magia e crendices populares, sexualidade não normativa, me fizeram pensar em Neil Gaiman e Clive Barker (assim como uma outra parte do livro remete a Stephen King -autor pelo qual Mariana não esconde admiração- e suas crianças maravilhosamente escritas), mas tudo isso com uma voz própria sem igual
e violentamente sulamericana.
Cada parte do livro tem um protagonista diferente, sua voz própria. e eu amei a forma como ele foi estruturado. não é um livro pequeno, e nada na estória é gratuito.
Os personagens são interessantíssimos, muitíssimo reais em suas conversas sobre futebol, política, arte... tudo muito real, muito familiar
num momento o livro reviveu minhas memórias das férias de verão da infância, imagino que quase toda pessoa com esse livro em mãos sentirá o mesmo, apesar de famílias diferentes,
essas momentos são sempre muito parecidos, tardes quentes cheias de tédio numa casa que ficou fechada por boa parte do ano, os cheiros e uma leve melancolia por que seus amigos também viajaram com suas respectivas famílias, pais brigando, problemas com dinheiro, reformas e planos que nunca se concretizavam, ou ficam inacabados por anos e anos...
Durante a leitura, as vezes eu virava uma página e me deparava com um bloco de texto, sem parágrafo, sem travessões, os diálogos socados ali no meio; e eu quase conseguia visualizar a autora no momento em que escrevia, aquela um enxurrada febril, quase que puramente fluxo de consciência; não parece algo que foi trabalhado, não foi algo talhado, é puro, algo que se derramou em forma de prosa, puro coração (e tripas)
e todo esse talento também cria cenas assustadoras
imagine ser um médium num momento onde terrorismo estatal matou mais de 30 mil pessoas, e torturou de forma indizível outras milhares, imagine a energia disso, do luto e agonia dAs Mães da Praça de Maio, os fantasmas perdidos pelas cidades... esse é o cenário. um livro sobre corrupção da sociedade e do espírito.
outro momento onde a pena sinistra de Mariana brilha é em mais um clássico de nossas infâncias, aquele momento em que assistimos algo horrível na tv e simplesmente não conseguimos mais esquecer, toda noite quando deitamos para dormir, aquela imagem volta para nos assombrar
(e aqui estou eu, com mais de 30 anos e vez outro penso nas imagens que Mariana descreveu, aquela caso horrível e macabro televisionado por dias, como uma novela do inferno).

Também identifiquei no livro temas como a predisposição masculina para a violência, ocasionada pela dificuldade de se comunicar e lidar com sentimentos.

Nossa parte de noite é recheado momentos desconcertantes e escabrosos
mas também um livro poético, profundamente triste, sobre chagas que seguem famílias e encobrem cidades, países
reafirmando que a américa do sul tem mais do que o suficiente para encher livros e mais livros com estórias de terror e mais do que isso, que nossas
assombrações são muito mais desafortunadas e insidiosas.





ps: CONTÉM SPOILER!!!
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foi ótimo ser surpreendido e reencontrar Adela (ou uma outra versão de Adela), personagem de um dos meus contos favoritos de "As Coisas que Perdemos no Fogo"
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brenobebeto 16/12/2023

O livro mais surpreendente de 2023!
Peguei aleatoriamente Nossa parte de noite para ler, em uma tarde de ressaca literária e não consegui desgrudar da leitura.

A ambientação, a criação de personagens e a mitologia que a autoria cria nessa obra, são coisas que eu antes nunca tinha visto.

Ao utilizar e tocar em temas sensíveis a América Latina, como a ditadura militar na Argentina e os desaparecidos nesse período, em um livro de terror, Mariana consegue entregar o melhor da literatura contemporânea.

Fiz uma resenha do livro no meu podcast: Teimosia Literária: https://anchor.fm/brenobebeto/episodes/Nossa-parte-de-noite--de-Mariana-Enriquez-e2db671
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drygo 18/05/2021

Livro que daria uma série
Eu adorei o livro. Já é um dos meus preferidos do ano. A leitura me prendeu do início ao fim. A autora oferece um desenvolvimento dos personagens, de detalhes dos ambientes e cenas satisfatório. Para uma melhor visualização da época, busquei filmes que estão disponíveis na Netflix: Machuca, História Oficial e outros. Por mais que o livro tenha um ar de terror, a questão histórico política social é bem marcado no livro nas questões de protestos, falta emprego, fugas, desaparecimento de menores e etc.
Também vale ressaltar o arquivo cultural que Enríquez nos oferece ao inserir no cotidiano dos personagens nomes de cantores, músicas e poetas. Isso enriquece a intimidade com a história.
Os capítulos são grandes, mas nada que impeça o leitor de separar em partes ou buscar meios que sejam cômodos.
Se virasse uma série eu ia amar, pois essa mistura da história real com a ficção é envolvente.
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Mari 03/07/2022

Um livro que me surpreendeu!! ?
*** Leitura concluída ***

Nome: Nossa parte de noite
Autora: Mariana Enriquez
Editora: Intrínsecas

Neste romance histórico nós vamos conhecer Juan, um garotinho que sofre de uma doença grave do coração e que precisou se submeter a diversas cirurgias graves para sobreviver. Seu pai sem dinheiro para pagar as cirurgias e também o tratamento, acabou entregando-o para o médico renomado que tratava dele. Ao chegar à adolescência ele descobriu que tinha um dom de mediunidade onde podia invocar o deus grande da seita Argentina, o senhor Morte. Alguns anos depois, ele de apaixona pela filha deste renomado médico e tem um filho com ela chamado Gaspar, pelo qual herdou o mesmo dom de seu filho. Para protegê-lo após a morte de sua mulher, eles se mudam para Buenos Aires e tentam viver uma vida quase normal, porém muitas coisas acontecem que faz com que Gaspar tenha que enfrentar os monstros do passado de seu pai.
Este livro me surpreendeu muito. Pelos temas, que são muito pesados, até o próprio enredo e personagens. Este é um livro que realmente eu não dava nada, mas me instigou pelo mistério e muito terror urbano, pois de passa durante os piores momentos do país argentino, aborda a diarrhea militar argentina e como a violência fez este povo sofrer e procurar o exílio nos anos 60. Após passar estes anos de turbulência, os protagonistas mostram um pouco sobre o estilo musical que por incrível que parece é o rock e com ele ritmo, a abundância do alcoolismo e as drogas. E a partir dos anos 80 a 90 o boom da doença aids.
É um livro que prende do começo ao fim. Mas precisa ter estômago para acompanhar.
Também é abordado um pouco sobre a mente humana e os transtornos mentais com o controle emocional que muitas vezes não temos.
Os capítulos são grandes, e o estilo de escrita da autora é em formato de contos.
Indico demais para quem gosta de Stephen King e CJ Tudor.

? Cuidado com gatilhos:
- transtornos mentais
- Violência infantil
- Drogas ilícitas
- Ideias suicidas
- Mutilação
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Renata (@renatac.arruda) 18/01/2022

Das melhores leituras que fiz em 2021, o romance da Mariana Enriquez ficou ali no topo. Traduzido por Elisa Menezes, trata-se de um calhamaço dividido em seis partes, em que cada uma conta um trecho diferente da história em épocas, e através de narradores, diferentes.

Assim, mais do que uma obra sobre um pai tentando proteger o filho dos interesses obscuros das famílias mais poderosas e tradicionais da Argentina, cujos tentáculos chegam até o Reino Unido, Enriquez faz um parelelo entre o terror do colonialismo e da ditadura e o da fantasia, mostrando para o leitor que a vida real pode ser muito mais aterrorizante que qualquer obra de ficção (e muitas histórias que aparecem no livro são baseadas na realidade).

No entanto, não é o teor político do livro que impressiona, mas a maneira brilhante como a autora consegue transitar por vários gêneros do terror - indo desde entidades demoníacas sobrenaturais às casas mal-assombradas, passando pelas crianças de bicileta e outros clássicos - e criar uma história em que todas as pontas estão muito bem amarras e que cumpre a sua função de explorar a maldade humana sem apelar para a violência gratuita.

Depois de mostrar ser uma excelente contista em "As coisas que perdemos no fogo", e apesar do fraco "Este é o mar", Mariana Enriquez provou que consegue sustentar muito bem uma narrativa ambiciosa e de fôlego.
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Daiane 16/05/2021

Medinho
Fazia muito tempo que eu não entrava de cabeça em um livro

Mas esse me levou pra dentro da selva

E foi muito legal! Apesar de ser uma historinha meio mais ou menos

Mas o livro te leva e é muito legal

Gostei
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